terça-feira, 3 de agosto de 2010

Vitória: o esquecimento ou a glória?

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Um jogo, Vitória versus Santos, para ficar na história do futebol baiano. Porém, o que estão faremos se o corpo falhar e não der para ver todo o espetáuculo? O corpo humano tem limites! Um momento em que todo o cuidado é pouco para o coração dos hipertensos. A agitação, o excesso de bebidas e o estresse podem causar danos irreverssíveis.


É verdade que a paixão deve ser vivida em sua plenitude com exemplos de sacrifício e dedicação, mas se a vontade for maior que os limites do corpo? A maratona olímpica tem no nome a tragédia de um soldado grego que correu tanto para enviar uma mensagem que acabou morrendo por excesso de esforço.


Está na hora de descobrirmos os limites também de torcer. Torcer com autoridade de quem conhece os limites do seu corpo é um imperativo. Sobretudo quando num clássico projetamos nos jogadores todas as ansiedades de nossas vidas. A sublimação da condição humana limitada pela morte e de superação mediante jogos que revivem a luta entre a vida e a morte, o esquecimento e a glória...


Na verdade, os jogadores de futebol são tão humanos e divinos quanto nós, que projetamos conquistas imortalizadas do nosso clube através dos jogadores, para muitos semi-deuses, ponte entre o mundo divino da imortalidade e do mundo humano.


A decisão da Copa do Brasil é esperada pelo E.C.Vitória há muitos anos, e é uma festa para ficar na história desde que respeitemos os limites do nosso corpo. Corpo tão frágil que transformamos nossos jogadores em heróis a fim de ultrapassar limites que estão entra a graça e a tragédia.


Acredito que a motivação é essencial para conquistarmos nossos objetivos, mas não a qualquer custo. Futebol é para ser um espetáculo, uma moldura de nossas habilidades humanas com o nosso espírito como tema. Por isso, vamos respeitar os nossos limites e os limites do esporte.

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