Um jogo, Vitória versus Santos, para ficar na história do futebol baiano. Porém, o que faremos se o corpo falhar e não der para ver todo o espetáuculo? O corpo humano tem limites! Um momento em que todo o cuidado é pouco para o coração dos hipertensos. A agitação, o excesso de bebidas e o estresse podem causar danos irreverssíveis.
É verdade que a paixão deve ser vivida em sua plenitude com exemplos de sacrifício e dedicação, mas se a vontade for maior que os limites do corpo? A maratona olímpica tem no nome a tragédia de um soldado grego que acabou morrendo por excesso de esforço para enviar uma mensagem sobre o triunfo numa guerra.
Está na hora de descobrirmos os limites também de torcer. Torcer com autoridade de quem conhece os limites do seu corpo é um imperativo. Sobretudo quando num clássico projetamos nos jogadores todas as ansiedades de nossas vidas. A sublimação da condição humana limitada pela morte e a superação das limitações mediante jogos que revivem a luta entre a vida e a morte, o esquecimento e a glória...
Na verdade, os jogadores de futebol são tão humanos e divinos quanto nós, que projetamos conquistas imortalizadas do nosso clube através dos jogadores, para muitos semi-deuses, ponte entre o mundo divino da imortalidade e do mundo humano.
A decisão da Copa do Brasil é esperada pelo E.C.Vitória há muitos anos, e é uma festa para ficar na história desde que respeitemos os limites do nosso corpo. Corpo tão frágil que transformamos nossos jogadores em heróis a fim de ultrapassar limites que estão entra a graça e a tragédia.
Acredito que a motivação é essencial para conquistarmos nossos objetivos, mas não a qualquer custo. Futebol é para ser um espetáculo, uma moldura de nossas habilidades humanas com o nosso espírito como tema. Por isso, vamos respeitar os nossos limites e os limites do esporte.
Leia também
Vitória e Barradão não trazem boas recordações para o Santos
Leia também
Vitória e Barradão não trazem boas recordações para o Santos
Nenhum comentário :
Postar um comentário