Lembrei daquela épica vitória de 1988 com um goleiro, que lembrava aquele arqueiro alemão da Copa de 2002, parando o camisa dez da Gávea e com o nosso camisa nove nos dando o inesperado triunfo. Lembrei também de outros dois magros triunfos acorridos no ano de 1995, em Cariacica-ES, quando o time carioca afirmava ter o melhor ataque do mundo, e 2008 quando curiosamente o time também treinado pelo nosso atual técnico desbancou o então líder do campeonato.
Mesmo tendo esposa e dois meninos, na verdade um menino e uma menina, que tenho certeza que só afirmam torcer pelo Vitória para garantirem o teto que os cobrem e a comida que os alimentam, o único ser que me fazia companhia era a pequena cadela poodle da família. Ainda durante a primeira etapa do jogo, minha esposa achou que seria uma boa aproveitar que a cadela estava em seu período fértil e levar o cachorro da vizinha para cobrir a única criatura que se deu o trabalho ficar ao meu lado durante o jogo.
Nem bem o infeliz começou a ofegar sobre a pobre da Pituca, esse é o nome da cadelinha lá de casa, o abençoado da camisa 77 acertou um chute cinematográfico e nos colocou em vantagem no placar. Deste momento em diante eu torcia para que Pituca aceitasse penitentemente o seu destino em prol de um objetivo maior, foi justamente no momento que Snoopy, esse é o nome do cachorro da vizinha, parecia não ter mais forças, que o assoprador de apito marcou a penalidade a nosso favor. Bastou o nosso camisa 10 botar a bola para lamber as redes que decretei: De hoje em diante Snoopy assiste todos os jogos aqui em casa.
Alex Oliveira, de Salvador, torcedor do Vitória e amigo do Blog.
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