Ser treinador de futebol no Brasil é uma dura missão, principalmente quando se é brasileiro, afinal, se tratando de um estrangeiro, a mídia logo passa a mão pela cabeça quando começam a surgir os resultados negativos, exemplos de Osório, Baúza, Gareca, Aguirre e tantos outros, enquanto os brasileiros são pré-julgados com dias à frente do clube. Quando um técnico é demitido, vamos logo puxar as estatísticas para defender um dos lados. Em 90% dos casos, é quase impossível entender o real motivo da saída precoce de um treinador, que precisa matar um Leão por dia e trazer resultados imediatos e à curtíssimo prazo para não cair na forca, o que se ouve sempre é que o comandante perdeu o grupo, o vestiário, o clima ficou ruim, etc e tal. Dois exemplos recentes são Falcão no Internacional e Argel Fucks no Figueirense.
A pura verdade é que as demissões compulsivas e rotineiras no futebol brasileiro são claramente para preservar o dirigente e o utópico ambiente controlado de laboratório interno em um clube. Porém, há alguns casos e de sucesso em que mesmo com a pressão interna para demitir o treinador, o presidente bateu o pé e bancou a permanência do mesmo. Um excelente exemplo é Tite, atual treinador da seleção brasileira e o melhor em atividade no país indiscutivelmente, ele que quase deixou o Corinthians pela porta dos fundos após a vexatória eliminação na pré-Libertadores para o Tolima em 2011. Só que Andrés Sanchez, presidente na época, bancou Tite no comando mesmo com o burburinho dos dirigentes que pediam a cabeça do treinador. Olha o que é a vida, o treinador foi do inferno ao céu e no mesmo ano levantou a taça de campeão brasileiro, título que viria a conquistar novamente em 2015. Além disso, a Libertadores e o Mundial de 2012, a Recopa e o Paulistão em 2013.
Outro exemplo não tão recente é do treinador Luiz Felipe Scolari quando estava dando os primeiros passos na carreira. Em 1991, ele treinava o Criciúma, seria demitido após a derrota para o Juventude por 2 a 1 que rebaixou o Tigre para disputar a divisão inferior, porém, a CBF antecipou o próximo jogo pela Copa do Brasil, o que não daria tempo a diretoria para contratar outro treinador, sendo obrigado a manter Felipão, que continuou no comando, deu a volta por cima e conquistou o título da Copa do Brasil daquele ano, até hoje a maior conquista do Criciúma, fato que deixou o nome de Felipão na história do clube e o fez despontar no futebol. É claro que nem todos os treinadores tem essa sorte e poucos conseguem dar a volta por cima e se manter vivo com uma sequência de resultados ruins aliados a pressão interna.
O presidente Raimundo Viana partilha da mesma filosofia que Andrés Sanchez, sendo totalmente contra demitir treinador precocemente. Após a derrota para o Corinthians, o mandatário contrariou dirigentes e parte da torcida que pedem calorosamente a saída do treinador e bancou a permanência de Vagner Mancini que não consegue fazer o Vitória engrenar no Campeonato Brasileiro da Série A e já não parece mais ser visto como uma unanimidade dentro da Toca do Leão. Alguns criticam a opção do treinador pela insistência em utilizar o esquema 4-2-3-1 mesmo quando atua fora de Salvador e contra equipes de maior expressão, considerada por muitos ofensiva demais para uma equipe que disputa um campeonato com o objetivo apenas de se manter entre os 16 primeiros, só que o Bahia por vários anos sofreu e penou para se manter na Série A jogando num 4-3-3 com 3 volantes de contenção.
Acredito que, apesar da confirmação da permanência do treinador pelo presidente Raimundo Viana, Mancini não conseguirá se sustentar no cargo caso tropece diante do América-MG, pior time do campeonato, dentro do Barradão. Uma derrota jogaria a última pá de cal e culminaria com a demissão do técnico, penso. É claro que antes deste confronto, o Leão tem o Coritiba pela frente na Copa Sul-Americana, competição que servirá de testes para a equipe que se mantém 100% focada no principal objetivo, se reabilitar na Série A e sair do Z-4. Sempre afirmei que não sou a favor de demitir treinador com poucos jogos ou dias de trabalho, mas Vagner Mancini está no comando rubro-negro desde junho de 2015, tempo mais que suficiente para se trabalhar e colocar sua filosofia no clube, contudo, não vejo outro treinador disponível no mercado com a mesma capacidade de Mancini para assumir o clube. Além do mais, pesa a seu favor o fato de ter conquistado o acesso à elite em 2015 e o título baiano de 2016 após três anos de jejum, sem falar do estadual de 2008 quando comandava o Vitória.
Mas, afinal de contas, qual o(os) principal(ais) problema(s) do Esporte Clube Vitória? A falta de reforços gabaritados e um elenco qualificado para disputar uma Série A, ambiente ruim ou falta de harmonia dentro do clube, por exemplo o suposto desentendimento entre Kieza e Marinho ou falta de comando e atitude do técnico Vagner Mancini que insiste em repetir os velhos e cansativos erros? Ou seriam todos esses os problemas juntos que vêm atrapalhando o time na Série A? Qual seria a solução para tirar o Leão dessa situação incômoda e preocupante? Demitir Vagner Mancini seria mesmo a solução ideal e necessária? Eis a questão. O Vitória, que entrou no campeonato com a meta de ficar entre os 10 primeiros tratada como ideal, atualmente é o primeiro dentro do Z-4 com 23 pontos, 36,5% de aproveitamento, venceu apenas cinco jogos em 21 disputados e já parece condenado antecipadamente à carimbar o passaporte de volta à Série B com uma campanha pífia e muito parecida com as dos anos em que foi rebaixado à segundona.
Mas, afinal de contas, qual o(os) principal(ais) problema(s) do Esporte Clube Vitória? A falta de reforços gabaritados e um elenco qualificado para disputar uma Série A, ambiente ruim ou falta de harmonia dentro do clube, por exemplo o suposto desentendimento entre Kieza e Marinho ou falta de comando e atitude do técnico Vagner Mancini que insiste em repetir os velhos e cansativos erros? Ou seriam todos esses os problemas juntos que vêm atrapalhando o time na Série A? Qual seria a solução para tirar o Leão dessa situação incômoda e preocupante? Demitir Vagner Mancini seria mesmo a solução ideal e necessária? Eis a questão. O Vitória, que entrou no campeonato com a meta de ficar entre os 10 primeiros tratada como ideal, atualmente é o primeiro dentro do Z-4 com 23 pontos, 36,5% de aproveitamento, venceu apenas cinco jogos em 21 disputados e já parece condenado antecipadamente à carimbar o passaporte de volta à Série B com uma campanha pífia e muito parecida com as dos anos em que foi rebaixado à segundona.
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