sexta-feira, 25 de setembro de 2009

OAS pode ‘empurrar’ CT do Bahia para litoral norte

Comentários
FazendãoSe, em campo, as coisas vão de mal a pior para o Bahia, fora dele... Bem, tudo depende do ponto de vista. Graças ao aumento da especulação imobiliária na região do Aeroporto, a construtora OAS, de olho grande no novo filão, pode “empurrar” o Centro de Treinamento (CT) para as proximidades de Interlagos, no litoral norte, ou até para um terreno na estrada CIA-Aeroporto. As negociações com a empreiteira, muito interessada em construir um condomínio onde hoje existe o Centro de Treinamento Osório Villas-Boas, no Alto de Itinga, se arrastam desde o início do ano e devem ser concluídas ainda em 2009.

Desde o anúncio de sua candidatura, Marcelo Guimarâes vem batendo nessa tecla e, valendo-se da amizade com empresários da OAS, tomou a iniciativa de propor a parceria inédita. O que não dá para entender é por que se investiu tanto no Fazendão, que, este ano, teve os campos revitalizados, ganhou academia e até um novo centro de fisiologia. Isto às custas de “amigos do clube e de Marcelinho”, torcedores apaixonados e sofredores incorrigíveis, que bancaram a reforma, a cifras trancadas a sete chaves pela direção tricolor. Dizem que o investimento chegou a R$ 1,2 milhão.

Mais incompreensível ainda do que a futura demolição do Fazendão revitalizado, a se confirmar o acordo com a OAS, é a postura do departamento de marketing da construtora, que declarou ao Jornal da Metrópole desconhecer a parceria e, portanto, não ter nada a declarar.

Resta saber se as proclamadas mudanças fora de campo vão suprir a necessidade da torcida tricolor, que não sabe o que é comemorar um título desde o Campeonato do Nordeste, em 2002. São longos – e, ao que parece, intermináveis – sete anos de absoluto jejum. Após reforma cara, Fazendão pode ser demolido.

Avaliação do terreno

Quando começaram as negociações entre Bahia e OAS, surgiram duas possibilidades: a troca do Fazendão por um novo CT ou por um estádio próprio. A primeira opção prevaleceu, e o Bahia deve deixar o Fazendão pela promessa de um centro de treinamentos moderno e com estrutura avançada. Em nove meses de conversas com a OAS, ficou definido que o centro de treinamento terá 250 mil m² – contra 20 mil m² do Fazendão –, com oito campos profissionais e estrutura.

Para o time principal e as divisões de base, com hotelaria, concentração, academia, refeitório, prédio administrativo, dentre outros.

A negociação está na fase de avaliação do terreno. “Queremos saber se é viável a construção do CT na região e se ela vai ser liberada pela prefeitura e pelos órgãos responsáveis”, lembrou. Somente depois disso, o projeto será orçado. “Esperamos que o valor para fazer o novo centro seja menor do que o estipulado para o Fazendão”.

“Mas, por enquanto, não temos número nenhum”, afirma Marcelo Guimarães Filho, acrescentando que a Bahia só entregará o terreno quando o novo CT estiver. Pronto e em condições de uso.

A parceria da OAS com a Bahia vai além da construção do novo CT.

Este ano, a construtora fez contratos para a publicidade de dois empreendimentos na camisa tricolor. O patrocínio temporário foi feito paralelamente com a Vitória, que deve ganhar um contrato mais longo. A dupla BA-VI assinaria por 15 meses.

Com a construtora, mas, como as negociações estão emperrando, o patrocínio deve sair somente em 2010. A direção do Bahia não divulga os valores da transação. Não está descartado o uso de títulos da Prefeitura, pagos com a desapropriação da sede de praia, na Boca do Rio, em uma nova negociação. “Existem construtoras que compram e nós podemos, sim, fazer esse negócio”, comentou o presidente Marcelo Guimarães Filho. A sede de praia foi avaliada em R$ 42 milhões, mas, na transformação em títulos públicos, há uma desvalorização. A Bahia deve receber cerca de R$ 23 milhões mais o perdão das dívidas, que chegam a R$ 6 milhões. A venda desses títulos serviria para receber o dinheiro imediatamente, quitar as dívidas pendentes e investir na formação de um elenco competitivo para a temporada 2010. Jornal de Metrópole - Raphael Carneiro

Nenhum comentário :

Postar um comentário