A direção do Bahia apresentou, em nota oficial, uma mensagem de otimismo ao torcedor tricolor e, ao mesmo tempo, amenizou a perda do campeonato. Uma nota de crédito a toda comissão técnica e ao seu técnico de futebol. É uma carta limpa e importante, porque reitera a confiança no diretor de Futebol Paulo Carneiro e confirma a manutenção do técnico Alexandre Gallo para a difícil disputa da Série B, que se inicia no próximo sábado.
Concordar com quem manda ou o bacana da hora nunca foi a minha praia e, confesso, até com certo constrangimento, minha quase total concordância com a nota assinada pelo presidente do Bahia e divulgada na madrugada desta terça-feira no site oficial do clube. Evidentemente que pecados aconteceram, erros foram cometidos e entre eles estão: o aumento dos ingressos no estádio de Pituaçu, o pé atrás na área política, certa inocência nos bastidores e, sobretudo, na opção equivocada em priorizar a Copa do Brasil em detrimento do campeonato baiano.
Mas o Bahia é referência para o próprio Bahia, é na história do nosso clube que vamos buscar parâmetros para avaliar este primeiro semestre da gestão de Marcelo Guimarães Filho e Paulo Carneiro, e não há dúvida que hoje temos um Bahia diferente do passado recente, não necessariamente em títulos. A concentração de esforços é criar uma estrutura capaz de levar esperança ao torcedor tricolor, uma esperança não só em conquistas de futuros campeonatos bem como a recuperação do clube enquanto instituição. Nunca acreditei em super-macho, naqueles que chegam e batem na mesa e gritam: “cheguei putada, agoras seus problemas serão resolvidos".
O Bahia era um clube morto, sei. Continua asmático e respirando com dificuldade, mas com projetos que visam abandonar a bengala e o expectorante Bromil para a tosse, que reveza com a torcida como um eterno companheiro, um ano sim e o outro também. E isto não acontece de uma noite para o dia, ou apenas com conversas e promessas num curto-prazo ou até mesmo com uma conquista efêmera, quando comparada às reais necessidades da reconstrução de um Bahia forte.
Já as promessas de mudança no estatuto, as eleições diretas e a divulgação da lista dos conselheiros, seria assunto preferencialmente para ser tratado pelo ator norte-americano Richard Dean Anderson, que por muitos anos interpretou o personagem “MacGyver”; mas, na sua ausência, ficará a cargo dos companheiros e amigos Mauricio Guimarães ou Jeremias Cerqueira para uma data que reputem como importante, até porque, num baba entre a China X Estados Unidos, sou China e dou um gol.
Todos nós tricolores ficamos tristes são com as promessas não cumpridas, principalmente numa questão tão importante que é a político-institucional. Muitos pensam que o Bahia com resultados em campo acaba com essa exigencia "besta" de democracia, diriam almas pobres. Estão tão certos que esquecem que é por causa da falta de alternância de poder, transparência e fiscalização que o Bahia amarga o pior jejum de títulos de sua história. Não adianta tapar o sol com a peneira, pois num quadro de democracia política e com a alternância de poder é possivel buscar novas idéias e criar utopias possíveis num futebol hoje dinâmico que exige novos paradigmais administrativos e políticos. Uma coisa é certa: é incontroverso o constante adiamento pelo Presidente do Bahia das mudanças estruturais.
Maurício Guimarães
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