terça-feira, 17 de março de 2009

Bahia x Potiguar: Choque de realidades

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Analisar realidades distintas em contextos diversos amplia a possibilidade de se produzir distorções – ainda mais no imprevisível território da bola. A Copa do Brasil confronta tradições e surpresas, condições econômicas distantes, títulos mais ou menos relevantes, culturas. Abrange o pais e abre brechas para interpretações quanto a favoritos. E é aí que está o perigo.

Nas suas 20 edições, não são raros os casos que supostos azarões deixaram os favoritos para trás. Paulista (2005) e Santo André (2004) conquistaram o titulo. O Bahia surpreendido por Ceilândia (2006) e Icasa (2008) Que tenha servido de lição ao clube, apesar do abismo que o separa do Potiguar, adversário das 20:30 de quinta-feira

Eliminado do estadual, ao time de Mossoró resta apenas a Copa do Brasil. O clube chegou a pensar em não disputar a competição em 2009. “ A idéia era parar este ano para estruturar. Por pressão da torcida, foi montado um time”, fala Sérgio Oliveira, repórter do jornal o Mossoroense

A diretoria trabalha para permutar seu clube social por campo de treino e estádio. Sem centro de treinamentos, a equipe trabalha na Universidade Federal Rural do Semiárido. Contraste com os quatro campos disponíveis no fazendão, CT com 120 mil metros quadrados, hotelaria, concentração e academia.

GRAMA – A folha salarial de todo o clube não passa dos 45 mil. A dos atletas esbarra na casa dos 35 mil “ A folha aqui é bem baixinha. Qualquer lateral se paga fácil” brinca o técnico Miluir Macedo, com boa dose de realismo. O teto salarial do Bahia gira em torno dos 50 mil, com ordem de pagamento superior à do Potiguar em ao menos 13 vezes – cerca de 600 mil.

Dificuldades financeira declarada Miluir Macedo reconhece outro problema. “ Esse aí, de enfrentar o Bahia” diverte-se: “Eliminei o Vitória com o Baraúnas em 2005 e 2007. E olha que estamos em ano impar”, cutuca. Brincadeiras à parte, reconhece que será difícil surpreender o Bahia em Pituaçu. “Nossa surpresa é essa. Temos problemas demais”

O clube que ganhou seu primeiro titulo potiguar em 2004 e levou a Taça Cidade de Natal em 2008, herdou 270 mil em dividas acumulada na série C do ano passado. Ao menos nisso leva vantagem sobre o adversário – passivo calculado em mais de 6º milhões de reais. Por outro lado, os números revelam a capacidade de cada clube em movimentar recursos. Mas é dinheiro, tradição e estrutura que ganha jogo? Ajuda. “Mas quando a bola rola é com os artista da bola no pé” complementa Milluir, coberto de razão - Eduardo Rocha, do Correio edição desta terça-feira

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