O que se sabe, de fato, é que cerca de 500 ambulantes foram proibidos de exercer suas funções na área interna do estádio, mas “amigos e conhecidos” dos dirigentes reinam no pedaço. O Ministério Público vai exigir que se faça uma licitação.
Jogo de ‘esconde-esconde’.
A tal “lei do silêncio” permanece entre os proprietários de bares e cantinas. Mas um deles, indignado com os valores que é obrigado a pagar, garantiu que trabalhar em Pituaçu é muito mais caro que na Fonte Nova e que o lucro é 40% menor. Além do aluguel, os ingressos dos funcionários das cantinas são pagos. “Pagamos ingressos, aluguel, água, luz e toda a estrutura interna é de nossa responsabilidade”, reclamou.
O cantineiro também revelou que o aluguel deve ser depositado em, no máximo, 48 horas após os jogos, numa conta do Esporte Clube Bahia no Banco Itaú. O empresário Fábio de Macedo, responsável por seis das 12 cantinas, e pela primeira vez “cantineiro”, se negou a confirmar os valores e as informações. Macedo, inclusive, anda comendo muito queijo – disse que havia “esquecido” o nome da empresa que administra os bares, que, por sinal, é dele.
Ambulantes, fora daqui!
O que Claus Victor e os dirigentes do Bahia esqueceram, no momento de escolher os “amigos”, é que existem famílias que viviam há mais de 30 anos do trabalho na Fonte Nova. É o caso de Bernadete de Jesus, 78, que agora sobrevive com um salário mínimo, referente à aposentadoria, e com a ajuda dos filhos. “Não tiveram consideração, sequer nos procuraram para termos prioridade nas cantinas de Pituaçu”, reclama. Por enquanto, apenas 50 ambulantes podem circular no estádio.
Ninguém fala sobre grana.
Uma transação que não deveria ter mistérios permanece trancada a sete chaves. O presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, e o superintendente da Sudesb, Bobô, se limitam a informar, por suas assessorias, que nos dias dos jogos em que o clube for mandante, ele deverá gerenciar a execução dos serviços nas cantinas de Pituaçu, inclusive escolhendo o prestador de serviço. Valores? Nada. Mas o Jornal da Metrópole descobriu que, nas partidas de meio de semana, os aluguéis custam, em média, R$ 650. Já nos fins de semana, o valor chega a R$ 1 mil.
Explicando o inexplicável.
Na tentativa de explicar, mas muito longe de justificar, o gerente de operações do clube, Claus Victor, afirma que o Bahia é livre para fazer qualquer tipo de negociação para exploração dos 12 bares e cantinas. “O Bahia é uma S/A, não é obrigado a fazer licitação. Isso é coisa de órgão público”. Quem faz coro na defesa do Tricolor é o coordenador-geral do Estádio de Pituaçu, Hélio Ferraro, que saiu pela tangente quanto aos valores da transação: “Não sei quanto o Bahia paga pelo aluguel, isso só com os dirigentes”. (Luana Nunes, Jornal da Metrópole)
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