terça-feira, 6 de novembro de 2007

Bahia perdeu o brilho da estrela

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Por Rafael Carneiro

O que aconteceu com o melhor time da Série C do Campeonato Brasileiro? O Bahia, que se classificou com folga no primeiro e segundo quadrangulares, chegou com "as calças nas mãos" no octogonal decisivo, e a cada rodada tem sido uma paixão, um sofrimento, uma grande incerteza para a sua fiel torcida, que em três jogos, levou mais de 150 mil pessoas às arquibancadas do estádio da Fonte Nova. Para a maioria da imprensa esportiva de Salvador, cronistas de rádio, jornal e televisão, falta raça e disposição em alguns jogadores.

A queda de rendimento do Bahia nesta Série C do Brasileiro pode ser acompanhada de fase a fase. No início da competição, o tricolor somou 16 pontos em seis jogos, com cinco vitórias e um empate, um aproveitamento de 88%. Na fase de estréia na terceira divisão, foram onze gols marcados e apenas um sofrido.

A partir daí, o declínio. Na segunda fase, foram 13 pontos conquistados e um aproveitamento de 72%. O ataque melhorou, marcou 15 gols, mas a defesa sofreu quatro. Na terceira fase, o sofrimento. Com apenas 55% de aproveitamento e 10 pontos conquistados, a equipe se classificou apenas na última rodada, com o gol milagroso de Charles aos cinqüenta minutos do segundo tempo contra o limitado Fast de Manaus.

A queda no rendimento do time causou aflição na torcida. "Tem alguma coisa estranha. O Bahia foi imbatível nas primeiras fases, e se não melhorar agora pode complicar", opinou o radialista Mário Freitas ao comentar a campanha da equipe no octogonal decisivo.

Para o radialista Silvio Mendes, o comportamento dos jogadores em partidas importantes tem prejudicado o Bahia. "Falta um pouco de dedicação, eles não estão acreditando neles próprios. Na Fonte Nova mesmo, tem jogadores que tremem diante da torcida. O importante agora vai ser eles não amarelarem", comentou o locutor e apresentador.

O desempenho de alguns jogadores e a falta de uma organização tática são das principais críticas à equipe. "O Bahia está com muita transpiração e pouca inspiração. Acredito que suba, mas na vontade. Se tivesse um time que jogasse um pouco, não precisava muito, estava que nem o Bragantino", disse o jornalista Jorge Allan.

Nesse período todo, a única evolução do Bahia foi nas arquibancadas. A torcida está fazendo sua parte e lota a Fonte Nova a cada jogo. O apoio é tão grande que o tricolor tem hoje a melhor média de público das Séries A, B e C, com 34 mil e 250 pessoas por partida.

E é por causa da força e com o apoio da torcida que o radialista Edson Marinho acredita que o Bahia vai conseguir o acesso este ano. Para ele, a diretoria do clube errou ao vender o meia Danilo Rios e ao rescindir o contrato do meia Preto. "O esquema tático usado por Arturzinho exige um meia com muita habilidade, esse era o caso de Danilo Rios", comentou Marinho.

Quem também lembrou da falta de jogadores de qualidade no meio-de-campo foi o jornalista Yansey Cerqueira. "A dispensa de Preto e a perda de Cléber foram prejudiciais ao Bahia", disse. Apesar de toda a desconfiança, é unânime a opinião de que no final do ano o Bahia irá conquistar uma vaga na Série B do Campeonato Brasileiro. "O Bahia está fazendo uma boa campanha para o time que tem e está praticamente classificado para a segunda divisão", lembrou o radialista Cristóvão Rodrigues.

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