Aproveitando a final do campeonato Baiano vencido com méritos pelo Esporte Clube Vitória gostaria de complementar o meu último texto sobre os estaduais com algumas sugestões. Não tenho intenção de esgotar o debate, apenas estou compartilhando algumas ideias aqui com os amigos do blog para que possamos discutir o tema na esperança(pequena) de quem sabe daí alguma coisa possa ser aproveitada pelos clubes.
O tema é complexo, falar sobre estaduais significa falar sobre as raízes do futebol brasileiro, as rivalidades históricas do nosso futebol nasceram nas pelejas dentro das quatro linhas desses campeonatos. Hoje em dia, eles estão desvalorizados e acabaram em sua maioria se tornando um problema para os grandes clubes, já para os pequenos, os estaduais, que ocorrem na maioria dos estados durante primeiro semestre são praticamente a única fonte de renda e único período de atividade durante o ano.
Esses históricos campeonatos incham o calendário com muitos jogos sem repercussão e sem retorno financeiro, os grandes clubes em sua maioria preferem não jogar, porém não existe alternativa, além disso eles estão numa posição semelhante a de reféns das Federações estaduais pois os times que não participam dos estaduais não se classificam para a Copa do Brasil por exemplo e no caso regional especifico do Nordeste, os clubes ficariam de fora da lucrativa Lampions League.
Já para os pequenos clubes, os jogos contra equipes do nível de Bahia e Vitória no nosso caso são as maiores chances de lucro durante o ano, especialmente se esses clubes alcançarem as semi-finais do estadual, mas de qualquer forma quando jogam com os maiores do estado geralmente os pequenos estadios lotam, os clubes vendem ingressos a preços maiores e isso gera algum retorno financeiro, as federações por outro lado usam isso como moeda de troca para que os seus dirigentes sejam eleitos e re-eleitos vendendo ilusões para os pequenos que se agarram as promessas destes e as rendas dos jogos com os maiores clubes do estado para continuar a sua existência no mundo da bola local.O tema é complexo, falar sobre estaduais significa falar sobre as raízes do futebol brasileiro, as rivalidades históricas do nosso futebol nasceram nas pelejas dentro das quatro linhas desses campeonatos. Hoje em dia, eles estão desvalorizados e acabaram em sua maioria se tornando um problema para os grandes clubes, já para os pequenos, os estaduais, que ocorrem na maioria dos estados durante primeiro semestre são praticamente a única fonte de renda e único período de atividade durante o ano.
Esses históricos campeonatos incham o calendário com muitos jogos sem repercussão e sem retorno financeiro, os grandes clubes em sua maioria preferem não jogar, porém não existe alternativa, além disso eles estão numa posição semelhante a de reféns das Federações estaduais pois os times que não participam dos estaduais não se classificam para a Copa do Brasil por exemplo e no caso regional especifico do Nordeste, os clubes ficariam de fora da lucrativa Lampions League.
Tenho algumas sugestões para esse cenário, algo que a meu ver pode trazer novo fôlego para os combalidos estaduais e ajudar tanto aos grandes clubes como aos pequenos.
1 - Mudar o nome. Os campeonatos estaduais deveriam ser rebatizados.
Exemplo: O Campeonato Baiano passaria a se chamar Liga Baiana(ou qualquer outro nome) e a partir deste momento os titulos ficariam no passado. Não seria mais o mesmo campeonato em que Bahia e Vitória possuem 74 títulos(agora 75) em conjunto, seria um novo ano 1 um “reset” da competição que seria substítuida por esse novo formato com novo nome e com maiores chances para outros clubes se sagrarem campeões e resguardando a história dos campeões do campeonato estadual no molde antigo.
2 – Sub-20 para os grandes. Nesse novo campeonato que ainda teria o estado como limite geográfico os clubes que estivessem jogando as series A e B do Brasileiro somente participariam com as suas equipes sub-20 e com a possibilidade de utilizar o máximo de 3 “reforços” acima desta idade porém até 23 anos.
Isso seria interessante para os grandes clubes porque ganhariam uma competição profissional para elevar o nível dos seus jovens atletas e os 3 coringas até sub-23 daria a chance para atletas promissores em transição recente para os profissionais e ainda não estabelecidos nas equipes principais mas ainda com idade olimpica para jogar, evoluir e mostrar o seu valor.
3 – Buscar patrocinadores locais. Nesse novo formato as chances de título das equipes menores aumentam muito, afinal, os poderosos locais estariam sendo representados por jovens atletas, isso por sí só seria um incentivo para as torcidas dos clubes menores assistirem aos jogos porque esses jogos teriam maior valor com possibilidades reais de título, além disso, patrocinadores locais, como por exemplo empresas pequenas e médias de cidades do interior poderiam ser abordadas para patrocinarem ou para investir em publicidade, expor as suas marcas nas camisas dos clubes e paineis publicitários nos estádios.
4 – Valorizar os pequenos clubes e aliviar os grandes. Eu acredito que o campeonato não perderia o seu apelo sem os grandes com as equipes principais, acho que as federações estão indo na contramão da lógica e mantendo um cabresto que sufoca os clubes apenas para se manter no controle, mas a verdade é que a maiorias das federações esta tornando os estaduais menores e sobrevivendo por aparelhos. A competição com essa configuração daria fôlego aos clubes pequenos e uma folga aos grandes que poderiam se concentrar nos seus verdadeiros obejtivos, Brasileiro, Copa do Brasil, e regional, ganhando tempo para formar e treinar equipes de qualidade jogando menos partidas por ano e passando a jogar apenas as partidas de maior qualidade técnica e maior apelo para os seus torcedores como a series A e B e o Regional. A sugestão da Liga estadual daria motivo para o torcedor do pequeno clube se empolgar e ajudaria aos grandes a se concentrar no que realmente pode lhes trazer boa fortuna além de dar cancha aos seus jovens talentos.
5 – Compartilhar o bolo com justiça. Uma divisão das receitas provenientes de direitos de transmissão e patrocinios para o campeonato como um todo deveria ser dividida entre clubes e federação respeitando o fato de que os clubes são as estrelas do campeonato e não as federações portanto a maior parte do bolo deve ser partilhada entre os clubes e eu sugestiono aqui que a federação não tem razão para lucrar além dos seus custos operacionais e investimentos que faz no futebol amador, logo a divisão deveria ser algo entre 80% a 90% para os clubes e 10% a 20% para a federação. Na parte que coubesse aos clubes, 50% dele deveria ser dividida igualitáriamente entre todas as equipes e os outros 50% de acordo com a posição final na tabela para incentivar a competição.
6 – Se a TV não quiser o YouTube quer. Caso não se encontre uma emissora de TV interessada em pagar um valor justo para o campeonato, os clubes ou a federação deveriam criar um(ou mais de um se necessário para transmitir multiplas partidas no mesmo horário) canal online para a transmissão dos jogos. Esse canal(canais) poderia utilizar o serviço do YouTube e contar com os lucros provenientes do canal, ou a própria federação e clubes encontrarem anunciantes interessados em publicidade e vender espaços publicitários neste canal, o canal deveria também produzir matérias sobre o campeonato, as equipes, entrevistar jogadores, ex-jogadores, treinadores e pessoas ligadas ao esporte em geral além dos torcedores, enfim, criar programas para preeencher o canal e gerar receita, esta seria uma opção caso não se encontre uma emissora de TV interessada em pagar um valor justo pelo campeonato.
7 – Utilizar as redes sociais com eficiência. Passar a utilizar as redes sociais para alavancar a audiência dos jogos e principalmente para atrair jovens torcedores especialmente para apoiar os clubes das suas cidades, como todos sabem as redes sociais eram uma febre que hoje virou doença global, e como as possibilidades de acesso estão cada vez maiores, grande parte da população está conectada as redes e a internet de modo geral. Isso também ajudaria a modernizar a competição e dar uma nova roupagem. O Publico atual é muito diferente do tradicional torcedor do século XX, a interatividade com os clubes passou a ser importante e a juventude de hoje, totalmente plugada será o alvo dos clubes para alvancar as rendas de bilheteria dos jogos, vendas de merchandising e associações, falar a “nova língua” mundial das comunicações será imprescindível para todos as empreitadas comerciais e no esporte não será diferente, para ter renda os clubes precisarão se conectar com os seus torcedores através dos meios que eles utilizam.
8 – Manter formulas simples. Quanto as formulas dessas hipotéticas ligas, imagino que cada estado com suas peculiaridades precisaria talves de uma formula adaptada a sua realidade, no caso da Bahia eu imagino que Grupo único com 10 equipes ida e volta e semi-finais esteja de bom tamanho e seja razoável.
9 – Estrada dos tijolos dourados. Para onde esses campeonatos levariam?
Copa do Brasil
Os Clubes das series A e B participariam das Ligas Estaduais com as suas équipes sub-20(com a possibilidade de 3 reforços até 23 anos) eles teriam suas vagas garantidas na Copa do Brasil por estarem nas duas principais series do futebol brasileiro.
Essas equipes poderiam ser campeãs claro, mas as vagas do estadual para a Copa BR seriam sempre dos outros clubes que estivessem de fora das series A e B já que estes já estariam garantidos. Isso seria uma motivação para os pequenos que contariam com 4 vagas para a CB por estado(no contexto da sugestão)
como no Brasil temos 27 estaduais, classificando os 4 primeiros clubes contariamos com 108 equipes para jogar a primeira fase da CB.
Bom, 108 não faz boa matemática para os cruzamentos e por isso eu faria o seguinte:
Todas as federações teriam direito a 4 vagas cada perfazendo o total de 108 clubes, além disso adicionaríamos os 4 clubes que caíram da serie B para a serie C perfazendo o total de 112 clubes na primeira fase da CB
Fase 1 – 112 clubes jogariam (108 classificados via estadual + 4 que caíram da B para a C)
Fase 2 - Após os duelos da Fase 1 sobrariam 56 clubes que seriam complementados pelos 4 que subiram da Serie C para a serie B + os 4 que caíram da serie A para a B totalizando 64 clubes
Fase 3 - Os 32 sobreviventes jogariam entre sí com duelos escolhidos através de sorteio
Fase 4 – Os 16 sobreviventes jogariam com os 12 clubes restantes da serie B + os 4 promovidos da serie B para a serie A totalizando novamente 32 clubes
Oitavas – os 16 sobreviventes jogariam com os 16 clubes restantes da serie A
Quartas, Semis seguiriam a lógica normal e a Final deveria ser em jogo único em estádio previamente definido no início da competição.
Esse modelo daria chance aos clubes menores de avançarem de fase na competição e só viriam a enfrentar um clube gigante numa fase mais a frente possivelmente apenas nas oitavas. Mais chance de acumular lucros para os pequenos que avançando no mérito e com um marketing adequado atrairiam mais torcedores para os seus jogos.
Copa do Nordeste
A CN deveria adotar um modelo de classificação semelhante ao sugerida para a CB.
Os clubes da região que estivessem participando das serie A e B do Brasileiro teriam vaga garantida no torneio os outros deveriam se classificar através das Ligas estaduais propostas(9 vagas) e da Copa Governador. Para a Copa Governador o número de vagas dependeria do número de vagas restantes de acordo com número de clubes nas series A e B, jogos complementares ou play-offs decidiriam as vagas restantes, exemplo:
Atualmente temos 3 clubes da região na serie A e 5 na serie B, 8 vagas portanto seriam automaticamente ocupadas supondo não haver rebaixamentos de clubes para a serie C, neste cenário sobrariam 12 vagas para serem distribuídas pelos estaduais e Copas Governador.
Todos os campeões estaduais teriam uma vaga garantida na CN(lembrando que caso um dos times sub-20 na disputa conquistasse o título, a vaga ficaria com a equipe seguinte na classificação geral do campeonato)
As vagas restantes seriam disputadas pelos clubes Campeões das Copas Estado.
No exemplo, 8 vagas foram para os clubes nas series A e B, 9 vagas foram preenchidas pelos campeões estaduais perfazendo 17 vagas, sobrariam 3 vagas para serem disputadas pelos campeões das Copas Estado que jogariam em modelo mata-mata(duelos determinados por sorteio)
Como há nove federações na região as equipes das duas ultimas federações no ranking de federações jogariam uma partida extra para cortar os participantes para 8 equipes que jogariam em modelo Quartas, Semis e Finais com os duelos sendo decididos por sorteio.
Serie D
Os clubes se classificariam para a serie D através dos Copas Estado. Desta maneira o valor das Copas Estado cresceria, os clubes se interessariam em jogar pois além de uma chance de título teriam a chance de Vaga para a CN através dos Play-offs e vagas para a serie D trariam valor para o segundo semestre dos pequenos clubes.
Tudo aqui está dentro do universo de sugestões e hipóteses.
Resumo da ópera
Campeonatos estaduais se tornariam Ligas estaduais e os títulos seriam “zerados” deixando o modelo antigo na história do futebol brasileiro.
Os clubes das series A e B participariam com equipes sub-20 com o possível reforço de 3 sub-23
Clubes das series A e B teriam vaga garantida na CB e na CN no caso do nordeste.
As ligas dariam 4 vagas por estado para a Copa do Brasil para os times foras das series A e B
Os Ligas estaduais classificariam para os regionais, no nosso caso a CN(1 clube por estado)
As Copas Governador dariam as vagas restantes para a CN atravez de play-offs entre os campeões de cada estado. Delas também sairiam os representantes dos estados para a serie D
Os clubes menores teriam chances maiores de título nas Ligas Estaduais, e teriam oportunidades melhores no segundo semestre através das Copas Governador e play-offs por vagas na CN(no caso dos nordestinos).
Os grandes teriam menos jogos, mais tempo para fazer pré-temporada e a chance de dar rodagem aos seus jogadores sub-20 e aos coringas sub-23 durante o primeiro semestre durante os estaduais.
A Copa do Brasil daria mais chances aos pequenos de avançar, fazer mais jogos, lucrar mais e aumentaria as chances de título. Que são praticamente nulas para pequenas chances.
Poucas mudanças sugeridas e acredito fáceis de implementar, os tradicionais estaduais dariam lugar a uma versão mais moderna e essas novas ligas marcariam um re-início para o futebol local.
Acredito que efetivamente os clubes, tanto grandes quanto pequenos, seriam beneficiados com mudanças nesses termos e os estaduais seriam revigorados. Claro que temos que levar em consideração que existem alguns estaduais que funcionam como o caso do paulista e em menor escala o carioca, o mineiro e o gaucho, mas o restante sofre e precisa de mudanças para continuar a existir mas trazendo valor para os torcedores de todas as equipes e lucros tanto para os menores como para os grandes clubes deste país.
Opiniões e sugestões são essenciais para o debate avançar, quem quiser contribuir será mais do que bem vindo. Grande abraço a todos, boa sorta nas finais do seu estadual e no BA-VI como diria o nosso amigo blogueiro de primeira Fellipe Costa, que vença o melhor, e o melhor é o Bahia(Mas o Vitória levou o título dessa vez)
Acredito que efetivamente os clubes, tanto grandes quanto pequenos, seriam beneficiados com mudanças nesses termos e os estaduais seriam revigorados. Claro que temos que levar em consideração que existem alguns estaduais que funcionam como o caso do paulista e em menor escala o carioca, o mineiro e o gaucho, mas o restante sofre e precisa de mudanças para continuar a existir mas trazendo valor para os torcedores de todas as equipes e lucros tanto para os menores como para os grandes clubes deste país.
Opiniões e sugestões são essenciais para o debate avançar, quem quiser contribuir será mais do que bem vindo. Grande abraço a todos, boa sorta nas finais do seu estadual e no BA-VI como diria o nosso amigo blogueiro de primeira Fellipe Costa, que vença o melhor, e o melhor é o Bahia(Mas o Vitória levou o título dessa vez)
Com a palavra o torcedor.
Yvez Pineiro
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