Desde o esquema original 1-1-8, passando pela pirâmide(2-3-5) até o tradicional 4-4-2 e chagando aos modernos 4-3-3 e 4-1-4-1 o formação tática evoluiu muito no esporte bretão. As variações táticas de fato só começaram a aparecer no final do XIX e início do secúlo XX embora o esporte já estivesse sendo praticado nos campos britânicos desde o século XVIII. Porém não vamos aqui análisar a história das formações táticas, a nossa intenção é analisar uma única formação no contexto do E.C.Bahia e está é a 4-3-3, a formação preferida do nosso treinador Gordiola homem do sul do país, churraqueiro e amante de rodizios. Pois bem, o nosso Bahia joga a maior parte do tempo no 4-3-3 e varia para o 4-1-4-1 de qundo em vez para se defender melhor, notem que, no decorrer de qualquer partida, podemos identificar varias disposições de atletas no campo que combinam com outros esquemas, por essa razão se utiliza o termo recomposição que é quando os jogadores retornam as suas posições dentro do esquema tático original do início da partida ou a variação determinada pelo treinador após um ataque que não alcançou êxito e o time adversário está com a posse da bola podendo partir em contra-ataque com o esquema tático do time em defesa desorganizado, dito isto, vamos ao que interessa.
O Bahia joga com 2 zagueiros, dois laterais(quase alas) 3 homens de meio campo(2 volantes e um meia de armação) e 3 homens de frente sendo dois pontas e um centro-avante ou atacante(confusa essa definição já que centro-avante parte do meio de campo e atacante joga na área, mas de qualquer forma ambas as definições servirão). Vejam que nesse esquema, os laterais tem liberdade para atacar e auxiliam os pontas criando pressão sobre a defesa adversária e sobrecarregando marcadores já que podem chegar no 2 contra 1, o meio de campo avança no movimento de ataque e embora originalmente haviam 2 volantes clássicos e um armador, a posição de volante tem evoluido e o volantão destruidor está desaparecendo e sendo substituído pelo chamado volante moderno com capacidades defensivas e ofensivas e principalmente bom passe, o meia armador seria a cabeça pensante da equipe e o já mencionado atacante tem algumas funções especiais, nesse esquema, os homens de frente formam a primeira linha de defesa quando a equipe está sem a bola, logo precisam marcar, por essa razão os pontas tem a função de impedir ou dificultar os avanços dos laterais da equipe adversária causando especialmente uma ruptura na saída de jogo da outra equipe que tende para o meio ou para o chutão constantemente rifando a posse, o atacante também pressiona, no nosso caso tricolor o atacante Hernane auxilia na marcação da saída de bola e essa função o retira da área constantemente, outra função importante do atacante é de jogar como pivô além de tabelar com os homens de meio-campo que podem assim invadir a área adversária, mais uma função desse atacante que Hernane deveria executar seria virar o jogo para as laterais e partir para a área que seria neste momento povoada por ele e pelos homens do meio de campo estando a bola em posse do ponta ou lateral que podem tanto cruzar para a área como invadir e mesmo tabelar com quem já estiver ná área adversária ou nos limites da mesma. O sistema é intenso já que as funções dos jogadores são multiplas, esse esquema necessita de atletas bem treinados que saibam defender, atacar e passar a bola, jogando em proximidade e oferecendo opções de passe para os companheiros, um bom time no 4-3-3 trabalha bem a bola e por essa razão tende a ter mais posse, outra caractéristica marcante das boas equipes que utilizam esse esquema é o fato de que tendem a ser boas em contra-atacar, os pontas e laterais geralmente são velozes e a bola é rápidamente passada chegando ao ataque num espaço curto de tempo, os atletas necessitam de um excelente preparo físico. Uma das variações utilizadas em conjunto com este esquema é a do 4-1-4-1 no modo de defesa quando os laterais permanencem na defesa, um dos volantes recua para fazer a ligação com o meio, os pontas vem para o meio e se juntam ao segundo volante e o meio armador e o atacante fica isolado na frente, essa variação permite uma melhor consistênciadefensiva e a mutação entre ela e o 4-3-3 é relativamente simples. Mas o ponto que eu queria chegar realmente era a função de Hernane e se ele é pangaré ou não. Eu vejo alguns amigos confusos sobre o posicionamento dele, há quem reclame que ele sai muito da área outros que ele não completa as jogadas, o fato é que há muitas reclamações a respeito de Hernane e embora alguns defendam e outros critiquem muitos não entendem exatamente o que ele está sendo instruído a fazer e se isso está dando certo ou não, e a resposta é tão complexa quanto as dúvidas, Hernane é um homem de área que teve que se adaptar a este esquema, a sua dificuldade é clara, ele realmente erra e isso mata jogadas como bem lembra o nosso amigo Lourival, mas ele também providencia assistências para os seus companheiros que invadem a área, além disso ele sabe fazer o pivô, girar e arrematar porém, é constantemente marcado por dois jogadores, a questão no Bahia para maior eficiência desse sistema é que os homens de meio campo deveriam se aproximar mais para tabelar com Hernane e na devolução decidir passar a bola para os pontas ou laterais ou decidir invadir a área, Hernane também pode fazer essas escolhas e passes, porém muitas vezes ele demora a se decidir, essas jogadas dependem de velocidade, logo o ideal seria um passe de primeira ou um domínio e toque rápido ou o giro, a verdade é que Hernane se dedica e está trabalhando a função, mas também é verdade que o jogador tem limitações técnicas. Gustavo, o substituto direto de Hernane não tem a mesma capacidade de Hernane para executar a função, a mobilidade do jogador é reduzida e ele é ainda mais de área do que Hernane, eu diria que Gustavo seria pior que Hernane nessa função, mas ele será útil no futuro porque esse esquema de Gordiola não vai durar para sempre e provávelmente no segundo turno do Brasileirão ele irá precisar de mais uma ou duas alternativas. O Bahia deverá mais para a frente jogar no 4-4-2 por estabilidade, maioria dos jogadores profissionais já assimilou esse esquema e ele funciona.
Para mim está claro que Hernane tem procurado executar a sua função,ele segue o esquema e a sua posição no esquema é crucial, porém o jogador possui limitações que atrapalham a evolução deste mesmo esquema, ele cumpre relativamente bem as funções de marcação e assistências para quem vem de trás ou em diagonal mas as viradas de bola para as laterais tem que melhorar e o pivô também, o chamado "1-2" com os homens de meio-campo tem que acontecer, mas vejo Hernane muitas vezes procurando mais cavar faltas na entrada da área do que dando prosseguimento as jogadas de ataque, ainda bem que Juninho e Regis são bons de falta, mas o time precisa dar prosseguimento as jogadas para poder evoluir. No fim da história, Hernane está sendo sacrificado e ele está se entregando a este sacrifício para executar a função que Gordiola lhe determinou, entretanto ele realmente deixa a desejar em técnica, está tentando compensar isso em dedicação para cumprir o esquema, Hernane precisa se decidir se quer ser atacante de área ou abraçar esse esquema de vez, as vezes foge dele, se perde e a sua falta de habilidade aparece, no entanto quando resolve se dedicar passa a ver os companheiros e as jogadas fluem com ele servindo os colegas. Para concluir, sobre o Brocador, Hernane é bom? para mim não, as suas deficiências técnicas podem vir a comprometer a medida que a qualidade dos adversários aumenta Hernane é um jogador esforçado que está se dedicando ao Bahia além do que boa parte da torcida consegue enxergar devido a ausência de gols, ele tem uma função no esquema e a cumpre com algum sucesso, mas na serie A, o grau de dificuldade será muito maior e o Bahia seria melhor servido por um jogador de pensamento mais rápido e maior velocidade na execução das jogadas, para aliviar um pouco a barra dele, Hernane não joga sozinho e precisa da aproximação dos companheiros, mas ele tem que passar a bola com maior precisão e velocidade para o esquema funcionar cada vez melhor. Meu veredito é de que Hernane especialmente tem que ser substituído por um homem que execute a funcão com mais qualidade e maior velocidade, agradeço ao Brocador pelos serviços prestados, mas a equipe seria beneficiada se o executor dessas funções fosse mais ligado, rápido e articulado.
No geral, a equipe melhorou com o retorno de Edigar Junio e Alione está se adaptando, a velocidade aumentou mas ainda não é o ideal, Zé Rafael é mais rápido que o argentino mas não tem tanta técnica e inteligência espacial, eles são mais complementares do quê substitutos um do outro, o ideal seria a velocidade de Zé Rafael e a técnica de Allione num jogador só. A meu ver sobre as peças, o Bahia precisa de um jogador mais adaptado ao 4-3-3 do que Hernane para assumir o comando de ataque, um outro ponta esquerda como o Zé Rafael mas com maior técnica e inteligência de campo, um bom reserva veloz para Edigar Junio, o Bahia também precisa de mais um segundo volante de bom passe porque Renê Junior é mais destruidor do que passador, um zagueiro que saiba sair jogando para ser o reserva imediato porque Lucas Fonseca é inconsistente e não sabe sair jogando, ele constantemente dá chutões para a frente rifando a posse.
O Bahia tem um esquema que está sendo assimilado pela equipe em um nível razoável para bom porém ainda necessita aprimorar a execução e precisa de algumas peças especialmente essas 5 que citei + um meia armador para brigar com Regis pela titularidade. Muita coisa ainda tem de ser feita, o trabalho de GF só dará frutos no Brasileiro se a equipe for qualificada com jogadores de melhores especialmente nas funções críticas ocupadas por hernane e Regis(caso caia de produção)
Com a palavra, o torcedor
Yvez Pineiro
Nenhum comentário :
Postar um comentário