quarta-feira, 11 de maio de 2016

Qual é mesmo a verdadeira face do Esporte Clube Bahia?

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No famoso livro O médico e o monstro de Robert Louis Stevenson publicado em 1886, Dr Jekyll, o médico, tem como teoria que

"O homem, na verdade, não é apenas um, mas dois. Todo ser humano é dotado de duas naturezas completamente opostas equilibradas de acordo com sua saúde mental. Uma é boa, aquela que traz admiração das pessoas, compaixão dos mais velhos, elogios dos amigos e da esposa ou namorada; outra é má, aquela que é violenta, agressiva, mal-educada, feia e temida por todos. Quando bem distribuídas, com pequenas alternâncias de estado, o homem pode ser considerado normal, mas há os casos em que uma natureza se sobrepõe a outra, tentando se libertar. O problema torna-se grave quando quem alcança a liberdade é o lado negativo, gerando as fatalidades que estamos acostumados a presenciar nos noticiários."

Sei que o livro em questão trata-se de um conto de horror e suspense nada tendo haver com o futebol, o único ponto de interseção entre os dois é a origem, ambos são originários da Inglaterra do século XIX.

Contudo, esta foi a melhor expressão que encontrei para definir o Bahia do primeiro semestre, tivemos nossa face boa que trouxe admiração da torcida, respeito dos adversários, e elogios da imprensa e cronistas. Nestes jogos, existiram bons momentos quando transmitimos segurança ao torcedor, jogamos um futebol convincente e conseguimos bons resultados, destaco o primeiro tempo da partida de ida contra o Fortaleza, a etapa inicial do primeiro BaVice do ano, a recuperação no Arruda na semi do NE, e especialmente os 90 minutos da segunda partida da final do Baiano. Nestas partidas, o Bahia se postou de forma adequada em campo, o esquema tático encaixou, os jogadores demonstraram qualidade técnica e comprometimento tático, e Doriva mostrou ter conhecimento e controle sobre o elenco.

Por outro lado, tivemos nossa face feia e temida por todos os torcedores, nesses dias quem alcançou a liberdade foi o lado negativo, gerando as fatalidades e vexames que presenciamos nos campos e noticiários. Destaco a goleada sofrida para o Orlando, o jogo da volta contra o Fortaleza, o segundo tempo do jogo na Fonte contra o Santa, a etapa final do primeiro BaVice do ano, e especialmente, a primeira partida da final do baiano. Nestes jogos, nossos jogadores foram apáticos e sem confiança, o esquema tático ruiu, e Doriva assistiu passivamente e impotente ao lado de campo o desastre que acontecia dentro das 4 linhas.

Assim como na "teoria" do Dr. Jekyll o segredo está em encontrar o equilíbrio entre as duas faces, sem dúvidas convivemos e conviveremos com ambas no Bahia, a que nos transmite segurança e nos empolga, e com a que nos assusta e desperta nossos piores pesadelos.

Entendo que apesar de transitar entre o belo e o feio, e conseguir resultados piores do que os do ano passado, saímos de um segundo lugar e um título, para uma semi e uma derrota na final, as circunstâncias da perda do Baiano e o bom futebol e a garra apresentados no último jogo trouxeram de volta o que mais belo existe na nossa história gloriosa, o eterno casamento e a paixão sem limites entre a torcida e o time do Bahia.

Não sei qual Bahia verei na Série B, claro que torço para ver o do último jogo, e temos elenco, treinador e condições para isto, entretanto sei que só conseguiremos nossos objetivos, se a magia e a interação entre time e torcida permanecerem como no domingo, assim ninguém segura o Esquadrão.

Miguel Leite - Torcedor do Bahia e parceiro do BLOG. 

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