sábado, 21 de novembro de 2015

Vitória na Série A. E agora José? Para onde?

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Meus estimados leitores que me toleram neste tão querido blog. Por aqui, nunca humilhei o nosso rival, pois respeito a todos e busco uma seara de máxima cordialidade. Também compreendo os guerreiros que aqui se apresentam, com suas armas, porque também é o espaço do torcedor de futebol de arquibancada, passional, fanático pelas suas cores. Respeito-os também.

Contudo, desculpem-me vocês tricolores principalmente os de nível de um Dalmo, de um Felipe, mas tenho o direito a um desabafo, a uma comemoração, pela subida e não acompanhamento lamentável do Bahia. Pensei e pensei. Seria melhor continuar na minha linha de conduta, no dia de hoje? Ou alfinetar os torcedores rivais?

Pensei e pensei. Certa feita um sertanjeo rude nos disse que temos de aproveitar a passagem do trem da felicidade, para seu embarque, porque ele é imprevisível e pode demorar no seu retorno. Amanhã, será a vez do Bahia, como não? e não irão poupar as nossas cores, como não nos pouparam no baiano. Assim, temos que aproveitar esta oportunidade.

O Primeiro Semestre do Vitória foi horroroso. Perdeu o baiano. Gozação. Perdeu o Nordeste. Gozação. Perdeu a Copa Brasil. Gozação. É só entrarem no túnel do tempo e verificarem, no arquivo deste blog, o que diziam do Vitória e o que falavam do Bahia. Falavam que iam ser campeão do Nordeste, falaram que iriam fazer sucesso na Copa Brasil e na Sulamericana e finalmente iriam ser campeões da Série B. Falaram que tinham um ataque fantástico “voador”, o KLB, e o rubro-negro leu tudo com a curva da humildade de um torcedor realmente derrotado e haja vicentinos para lá, vicentinos para cá, lixão para lá lixão para cá.

Em seguida Carlos Falcão renunciou e assumiu o Raimundo Viana e novas gozações, pela idade do novo Presidente e incrivelmente com apoio de alguns rubro-negros. Até aquele radialista entrou nesta onda e hoje está sendo processado, pelo preconceito ao idoso. Os tricolores festejavam pois tinham no comando um jovem talentoso, jornalista, de uma visão extraordinária, novas idéias, novo horizonte e de outro lado o homem já polido pelo tempo, pouca estatura, pouco peso e idoso. Estava projetado um massacre, comparando-se aos perfis dos gestores.

Hoje,no principal certame do ano, o Vitória subiu e o Bahia não. “O lixo” de ontem virou ouro. O ouro de ontem enferrujou porque era falso, como falsos eram os conceitos emitidos.

Não vou usar as mesmas ferramentas que muitos tricolores usaram, mas para todos que gozaram o Vitória dedico um poema de Carlos Drummond de Andrade, musicalizado por Paulo Diniz: E AGORA JOSÉ? Selecionei partes inicial e final do poema, porque é longo:
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,

e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem carinho,
está sem discurso,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

“...........”

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope
você marcha, José!
José, para onde?



Atahualpa - Torcedor do Vitória e amigo do BLOG

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