Amigo torcedor, aqui estamos nós de novo no inglório labor de abanador de carvão molhado. Gladiadores de uma luta injusta, na qual nos cabe acompanhar, torcer e sofrer para nossos times envoltos nas fúnebres névoas da série B. Calvário que digna e persistentemente cumprimos. Missão possível, mas dolorosa e humilhante.
Para alegria do nosso preclaro blogger e novo leonino da praça, Dom Dalmo, terminamos a 1ª volta do ponteiro com os dois clubes no G4.
Após termos navegado ½ da nossa jornada, cabe fazermos uma pausa providencial para analisar o que foi feito até agora. Olhar atentamente o desempenho da dupla BaVi nesta primeira volta da série B, realizar os devidos ajustes de percurso e seguir no caminho da redenção, do El Dorado ou da porta da esperança. Aliás, esperança é a companheira que rogamos aos céus não nos abandone nesta derradeira metade de campeonato que será recheada de emoção, nervos à flor da pele, sorrisos de uns e lágrimas de outros.
O BOM
Como devidamente e exaustivamente comentado em muitos blogs, a liderança do 1º turno da série B não significa muito. Em alguns anos anteriores, quem realizou tal feito nem ao menos alcançou o andar de cima ao final do certame. No entanto, ao final de 19 rodadas, não imagino haver melhor parâmetro para avaliar os times. Desta forma, O Leão da Barra, nosso querido Vitória, é o BOM. Time a ser batido e, indubitavelmente, aquele que todos os outros irão tentar suplantar nas rodadas restantes.
Acredito e aceito plenamente o argumento que a liderança não significa que o rubro-negro jogou um excelente futebol ou que sua atuação criou plena certeza no acesso. De qualquer maneira, se num jogo o que vale é bola na rede, num campeonato de pontos corridos o que vale são os pontos conquistados. Matemática fria que define ascensão ao “paraíso”, permanência no purgatório ou derrocada ao inferno.
A verdade é que tendo iniciado o ano esportivo de forma negativamente assombrosa, o Leão conseguiu melhorar o desempenho de forma tão surpreendente que saiu da condição de candidato ao rebaixamento para líder. Ainda que detenha uma situação política mal resolvida e muito que fazer no aspecto de profissionalismo e abertura do clube, não podemos negar os méritos daqueles que recuperaram o time em pleno desenrolar da temporada. Ainda que, em tempo e de bate pronto, estamos cheios dessa história de sobe e desce. Exigimos não somente a vaga para a elite do futebol, como também as necessárias mudanças no ano que vem para iniciarmos o famoso “grande salto”. Senão (desculpe caro Dalmo, não resisti a esta analogia!) ficaremos como a economia brasileira que somente aprendeu a dar “voo de galinha”.
O MAIS ou MENOS
A despeito de podermos enquadrar várias equipes nesta categoria, mais importante para “nosotros” é analisarmos aquilo que nos concerne mais e, desta forma, temos que enquadrar peremptoriamente o Bi-Campeão Brasileiro (essa foi pra você Lite!) na categoria da equipe com desempenho mais ou menos nesta 1ª parte da segundinha. Digo isto me atendo mais à qualidade do futebol e expectativa gerada em virtude do excelente início de temporada do tricolor. Ocasião em que amealhou o campeonato baiano e o vice-campeonato da Copa do Nordeste.
Ainda que possa gerar (vai gerar com certeza!) discordância no combativo seio tricolor, acho que faz sentido apontar que o atual campeão baiano não repetiu as atuações, principalmente do seu ataque, realizadas no início do ano, caiu de rendimento e puxou o freio de mão neste 1º turno da série B. Existem muitas razões para explicar tal fato, mas prefiro destacar a falta de sensibilidade da diretoria do clube em não perceber que a equipe precisaria ser mais qualificada para a competição. Adiciono o fato da euforia antecipada da torcida que deveria ter pressionado mais os dirigentes em busca de reforços. Claro, amigos, que mesmo se tivesse havido pressão da torcida, a diretoria poderia não ter se movimentado. Porém, acredito piamente que o relaxamento da torcida (qualquer torcida!), de certa forma, contamina os mandatários e retira-lhes a pressão necessária para buscar a melhoria do plantel.
No entanto, seguindo a gélida matemática, o desempenho do tricolor foi suficiente para mantê-lo no G4. Posição almejada por todos os clubes participantes do certame.
O RUIM
Mais uma vez, poderíamos citar algumas equipes que perfeitamente se enquadrariam nesta classificação. O Ceará, sem dúvida, seria o candidato mais indicado. Porém, um fator bastante evidente e preocupante merece ser galardonado com o o titulo de RUIM. Este foi a qualidade do futebol apresentado neste 1º turno da série B. Onde, salvo alguns momentos esporádicos em jogos também esparsos, não foi possível observar um futebol empolgante e de boa qualidade. Claro que o objetivo último é o acesso e se você, caro torcedor, quer ver bom futebol então sintonize na liga dos campeões, nessa zorra!!. Além disso, até a joia da coroa (campeonato brasileiro) está em um nível sofrível. Não é incomum ver as críticas vindas de todos os lados contra a falta de equipes com um futebol minimamente aceitável.
Esta constatação, fato que parece ser uma verdade incontestável, remete-nos para discussões anteriores onde o país que detém a mais bela história do futebol de todos os tempos padece, sangra e mingua a olhos vistos sem nenhuma luz no fim do túnel, sem nenhum antídoto que recupere a arte que tão bem desempenhamos no passado. Sem muita esperança de mudança neste front, fica, pelo menos, o registro.
Pra finalizar, como diria o outro: Vamos falar de Jangada que é pau que boia…
Agora que começa a segunda época da série B, a moeda será lançada novamente. Esta é a última chance para os clubes “passarem de ano” ou tomarem pau (lá neles !!). Acompanharemos juntos a evolução (esperamos) ou a involução (vá pra lá abacaxi…) das nossas equipes. E copiando uma frase repetidamente dita por um falecido amigo Uruguaio: “Como diria eu, plagiando a mim mesmo”, Que subam os melhores.
Sds, rubro-negras do Vitória da Bahia…
Nenhum comentário :
Postar um comentário