No entanto, quando tratamos do futebol profissional, como diria o outro, o buraco é mais embaixo. Paixão, motivação, reza braba e desejo simplesmente não são capazes, unicamente, de trazer as conquistas. São insuficientes para galgarmos patamares superiores de qualidade e de competitividade.
Mas, quais são as condições e soluções factíveis para que a dupla BaVi dê o Grande Salto?
Primeiro, é importante contextualizar, é fundamental nivelar expectativas e informações. Pois, se cada um de nós usar parâmetros diferentes ( enquanto uns consideraram um grande salto subir para serie A, outros podem estar pensando em ir pra Tóquio), não iremos a lugar algum.
Antes um importante parêntesis, a Bahia tem o 8º PIB do país (caímos do 5º para o 8º, obrigado Wagner !), a 3ª cidade (Salvador) em população e o Estado possui a quarta maior população nacional. Dada está magnitude populacional e econômica, porque nenhum clube no Estado consegue um patrocínio significativo em suas camisas?
Ora, empresas querem ver maximizado o retorno do seu investimento. Querem máxima exposição da sua marca para poder fechar acordos longos e custosos. Desta forma, não irão investir em clubes cuja situação política/institucional/profissional não está consolidada, não dão claras evidências que possuem administração profissional duradoura (calma, amigos, estou falando do histórico !). Também não irão investir em clubes que apresentam resultado técnico muito volátil ou abaixo de um mínimo aceitável, como tem sido a história recente de nossos clubes. Grande força para subir para a Serie A e muito sacrifício, quando conseguem, para se manter nela.
Inicialmente, faz-se necessário uma rigorosa avaliação da situação atual de cada clube e, a partir deste ponto, estabelecer metas dentro e fora de campo para, como diria o outro, darmos passos consistentes, contundentes e adequados à situação financeira e estrutural de cada um.
Supõe-se que o aspecto mais urgente da análise seja a atual situação financeira de cada clube. Quanto devem e em que monta estes compromissos financeiros impedem importantes investimentos em ambas as equipes?. Neste aspecto, apesar de não haver consenso sobre o montante das dívidas, não se imagina que os clubes possam pagá-las sem algum alívio ou refinanciamento em condições mais facilitadas. De antemão, sou contra qualquer redução de dívida, até mesmo incluindo as famosas contrapartidas (fantasiosas?), haja vista o negro histórico da administração dos clubes no Brasil e porque deve haver uma sinalização para o futuro demonstrando que quem deve tem que pagar.
Neste aspecto, a MP do futebol (Medida Provisória 671) foi aprovado no Senado e estabeleceu contornos de como a situação financeira dos clubes deve ser equacionada. Prazo de pagamento de 240 meses, desconto de 70% nas multas, 50% nos juros e 100% dos encargos legais. Inclui, acertadamente, punições para clubes que estiverem inadimplentes. Esperar pra ver se a lei resultante da MP vai pegar e se, de fato, vai ajudar a transformar a situação dos clubes e implementar a responsabilidade financeira nos mesmos.
Seguindo, pode-se elencar outros tantos fatores que precisam ser melhorados para destravar o nosso avanço. Por exemplo, Democratização/Falta de Transparência (o Bahia já iniciou o processo o que, virtualmente, levará o tricolor a colher frutos antes do rival). Além deste fator, podemos citar aumentar a profissionalização dos clubes, melhor utilização da base, maximização da utilização da marca, planejamento (tanto para a administração do clube, quanto para a temporada/disputa das competições), internacionalização do clube/marca, aumento da base de sócios torcedores, parcerias com times estrangeiros, criação de embaixadas/representações pelo país, etc. Imagino que muitos torcedores dirão ou pensarão: Mas, meu clube já faz tudo isso. Neste caso, a pergunta que retornaria aos mesmos seria: E por que continuamos na mesma situação ou avançamos muito pouco? Por que vivemos no sobe e desce? Porque somos do Nordeste? qual o horizonte de tempo para ter alguma mudança palpável e significativa?
Além disso, existe uma frase (aprendida em um curso de qualidade) que me parece crucial para a nossa análise. HOW GOOD IS GOOD ENOUGH? (quão bom é bom o suficiente?). Eis a questão caros amigos, como saber?. Em todo caso, precisamos ser intransigentes no que tange a cobrar que as mudanças e iniciativas sejam suficientemente boas e eficientes para lograrem os resultados pretendidos. Ou seja, nada de medidas anunciadas com pompa e fogos de artifício e que no final redundam em nada. Para tanto, imagino que temos que quebrar estigmas, paradigmas e complexos. Organização, planejamento, profissionalização não precisam somente existir, precisar funcionar. Precisam mostrar, minimamente, os resultados pretendidos. Senão, foram mal feitos ou mal executados e, neste caso, tão pouco ajudam nossa dupla (mais ou menos) dinâmica.
Por outro lado, não se propõe ser o “ Barcelona” e competir de igual para igual com clubes de regiões muito mais ricas. O que é imprescindível fazer, no entanto, é definir quem somos, maximizar nosso potencial e nos posicionarmos na melhor posição possível dentro do futebol nacional. Falando em Barcelona, imagino não ser ele o mais rico da Europa, mas porque será que vem conseguindo, há algum tempo, os melhores resultados?
P.S. Com a alvissareira notícia da liderança (provisória) da Serie B alcançada nesta sexta e embora que tenha caído para o 2º lugar, fica a alegria de perceber que o pior de nossa tempestade já passou. No entanto, não vamos fazer oba-oba, pois esta não é nossa praia. O campeonato é longo, precisamos melhorar. Uma e outra contratação adicional seria bem vinda. Afinal, este é um largo processo que não termina com a mudança para o andar de cima. Ele deve permanecer até darmos o grande salto, até conquistarmos uma posição no futebol digna de nossa paixão, tradição e grandeza. Afinal, somos ou não times de Série A nesta zorra ! kkk
Sds, Rubro-Negras.
Filba - Torcedor do Vitória e amigo do BLOG
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