quinta-feira, 13 de novembro de 2014

E.C Bahia. Bem-vinda, democracia!

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Com quatro pré-candidatos confirmados e, provavelmente, mais dois até à próxima semana, a eleição para presidente do Bahia está, definitivamente, aberta. Hoje à noite, inclusive, durante a reunião do Conselho, vai ser empossada a comissão eleitoral. Depois, será publicado o regulamento do pleito, com calendário, regras para propaganda, normas... Seja bem-vinda, democracia!

Em campo, os maus resultados ao longo da temporada - um padrão durante os últimos 20 anos - envergonham a torcida. Mas sejamos sinceros como de costume: os tricolores já estão calejados pelos fiascos, infelizmente. O risco de rebaixamento dói, lógico, mas decepção maior é pela expectativa frustrada. No futebol, órgão vital de todo clube, a mentalidade atual foi a mesma dos anos de escuridão. O dia não ficou mais claro após o amanhecer da nova era.
Haverá, contudo, espero eu, ao menos um motivo de esperança ao final da temporada. Enquanto nos anos anteriores os maus resultados resolviam-se entre um e outro gole de whisky, agora existe o direito da escolha. A eleição para presidente e para o Conselho são como a luz que brilha no fundo do poço.

É dever de cada pré-candidato valorizar esta conquista, que é de muitos, seja por uns com mais contatos nos gabinetes, no judiciário ou com o próprio suor, mas todos com amor ao Bahia e fé. A melhor maneira de gerar valor, pré-candidatos, é através de propostas e ações. Cada um de vocês precisa, nesta crise, criar oportunidades. Criar é muito mais difícil do que criticar os defeitos alheios. O resto, mesmo quando parecer importante, continuará sendo o resto. Sejam proativos.

Não é permitido perder de vista quais as suas prioridades para fazer o Bahia crescer. E compartilhá-las. O compromisso de quem venha a ser eleito será construir um Bahia mais forte. E isso passa por ter menos rancor e mais ideias. Olhar menos a tal “herança maldita” e mais para a arquibancada. Além do presidente, a torcida necessita de um líder para confiar, respeitar e ajudá-lo a trabalhar. O desafio de ser profissional, independente e não acabar subserviente.

Tenho convicção que, daqui a um mês, o Bahia estará dividido, afinal, em síntese, cada pré-candidato tem a própria visão para o mesmo problema: como fazer o Bahia voltar a ser vencedor, como resgatar o orgulho nos tricolores, como implementar um modelo de gestão de sucesso. Diferenças à parte, não poderá é o Bahia, além de dividido e talvez rebaixado, ser fatiado pela eleição. A paz começa com o respeito.

A crítica aos erros da diretoria - e são muitos - precisam vir acompanhados por soluções. O atual grupo também possui méritos, embora em áreas de menor visibilidade que o futebol. O clube evoluiu no jurídico, avançou na comunicação em redes sociais, confia botar em contrato os ganhos patrimoniais com os dois centros de treinamentos e pôs fim à vários hábitos da cultura oral. Esperava-se muito mais, porém há avanços sim.

Faltam 30 dias até a eleição, em 13 de dezembro. Tempo para o torcedor conhecer quais os caminhos e soluções possíveis e, após as propostas apresentadas, ponderar qual pré-candidato montou equipe com talento e competência para executá-las. Há um PlayStation de distância entre achar que entende e, de fato, conhecer futebol - e os bastidores. Entre falar e fazer. A zona de rebaixamento está cheia de boas intenções.

Independentemente dos erros de 2014, enquanto a torcida acreditar, será sim possível ao Bahia reconstruir a sua história. E você, torcedor, tem esta dívida com o Bahia. Passará por sua escolha, pelo seu direito a voto, escrever o próximo capítulo.

Boa sorte, em ordem alfabética, a Antonio Tillemont, Marco Costa, Pedro Henriques e Rui Cordeiro. E sejam bem-vindos mais pré-candidatos. O torcedor e a democracia agradecem.

Texto de Marcelo Sant'Ana, originalmente publicado aqui 

 

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