Mais que a incompetência escancarada no departamento de futebol, a omissão é o maior defeito do atual Bahia. Dentro e fora do clube. A oposição, a menos de dois meses das eleições, está anestesiada. Parece que vai deixar pra cima da hora, aos 50 do segundo tempo, decidir se apresenta ou não candidato. Talvez aposte no “recall do nome”, e não em projetos. Que se danem o sócio/eleitor/torcedor e o Bahia no triênio 2015, 2016 e 2017.
O grupo Revolução Tricolor, que apoia a gestão de Fernando Schmidt e tem força no Conselho Deliberativo, aparenta ser uma exceção. Entendeu o valor da democracia. Na sexta-feira, fora do horário comercial, o grupo apresentou o próprio plano de gestão em evento aberto - cópia está disponível no site http://www.revolucaotricolor.com.br. O documento resume semanas de reuniões, ideias e propostas de filiados e de torcedores que contribuíram voluntariamente.
O grupo Revolução Tricolor, que apoia a gestão de Fernando Schmidt e tem força no Conselho Deliberativo, aparenta ser uma exceção. Entendeu o valor da democracia. Na sexta-feira, fora do horário comercial, o grupo apresentou o próprio plano de gestão em evento aberto - cópia está disponível no site http://www.revolucaotricolor.com.br. O documento resume semanas de reuniões, ideias e propostas de filiados e de torcedores que contribuíram voluntariamente.
Cada um que faça o próprio juízo de valor sobre o conteúdo, mas a Revolução Tricolor assumiu a responsabilidade e propôs. Está exposta aos elogios e às críticas. Não está omissa.
Abrir o debate sucessório não significa tirar o foco do Brasileiro, onde o time passa sufoco na luta contra o rebaixamento pelo quarto ano seguido. Eventuais pré-candidaturas durante a reta final do Brasileiro não jogam querosene na crise. Pelo contrário, afinal devem apontar soluções e qual a direção o Bahia precisa seguir para sair da turma do fundão. É preciso planejar a gestão e parar de falar de passado! Ser o clube do hoje e do amanhã.
Faltam, no máximo, mais sete domingos para o Bahia saber qual o seu destino na Série A. No entanto, muito mais importante será a “39ª” rodada, no fim de semana seguinte, dia 13 ou 14 de dezembro, quando quem se associou ao clube até agosto poderá decidir quem e qual projeto comandará o Bahia pelos próximos três anos. A eleição colocará em jogo 156 domingos nos anos de 2015, 2016 e 2017. Quem quer o bem do Bahia precisa ter o máximo de informações até chegar à urna. Ninguém suporta mais tantos erros de gestão.
O Bahia é um clube carente de lideranças e de ideias. O atual mandato tapa-buraco, eleito para período de transição, é marcado por decisões de curtíssimo prazo. Tenta resolver os problemas operacionais do dia a dia e protela ao máximo a tomada de decisões estratégias. Quando toma, poucos assumem.
Desrespeito com a torcida é empurrar o debate com a barriga. Raros são os jogadores que se importam com o ambiente político dos clubes. O interesse dos atletas está no ambiente de trabalho, na infraestrutura oferecida, no cumprimento pela diretoria das obrigações como gestora de uma entidade esportiva. Ano passado, o melhor momento do clube na Série A não foi com dois presidentes, mas durante a intervenção.
Os anos de capitania hereditária distanciaram o torcedor da política e da administração do Bahia, que vivia nem redoma de familiares e amigos. A democracia não acabou com a cultura enraizada. Há exceções, como a tentativa da Revolução Tricolor de aproximar o torcedor comum do debate político e sobre gestão.
No Bahia, quem deveria dar exemplo, pois ocupa cargo com poder de decisão, pensa antes em resolver os próprios problemas. Schmidt é articulador, não líder. O vice-presidente Valton Pessoa está de licença há meses e o assessor Sidônio Palmeira, fundamental para provocar a intervenção, se afastou após o título estadual. A atual crise técnica, fruto de contratações ruins, e financeira, pelo gasto desenfreado na montagem do elenco, é fruto das sementes por eles plantadas.
No financeiro, o ex-diretor Reub Celestino pediu desligamento após meses de desentendimentos internos. Os diretores de futebol Rodrigo Pastana e de negócios Pablo Ramos não têm influência sobre elenco que não montaram e que não lideram.
Hoje, quem está dentro do clube já se mostrou incapaz de mudar a realidade. E quem está do lado de fora segue em silêncio. O Bahia atravessa grave crise por incompetência e por omissão.
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