sexta-feira, 4 de abril de 2014

BA-VI - Pergunto: quem é mais vice DO QUE o rival?

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Estatística. Segundo o dicionário Houaiss seria o "ramo da matemática que trata da coleta, da análise, da interpretação e da apresentação de massas de dados numéricos". Ciência exata na prática. Na teoria, nem tanto. 

Afinal, temos o bendito (ou maldito) termo "interpretação". Justamente por conta deste "interpretação" é que para quase toda coleta de dados estatísticos podemos direcionar para o ponto que nos interessa. 

Pois foi o que verificamos no texto do rubro-negro Vitor Hugo aqui no blog, ao tentar transferir a pecha de vice para o tricolor. Afinal, de 110 edições dos Campeonatos Baianos podemos notar que o coletor dos dados (coincidentemente adepto da equipe canabravense) resolveu se focar no universo de campeonatos que o interessava, optando por tervgiversar (que significa "usar de subterfúrgios", pra facilitar os cabravenses e poupar-lhes a complicada tarefa de tentar consultar um dicionário) com o intuito de extrair deste conjunto de dados o resultado que lhe interessa. 

O engraçado é que ele deixou de analisar os números mais importantes, que são absolutos: quantos títulos e quantos vice-campeonatos cada um dos times têm. Mais: em quantas participações cada um destes times obteve estes números. 

Pois bem. De 110 edições o Bahia participou de 82, contra 99 do EC Vitória. 17 edições de diferença. Ainda assim, o Bahia sagrou-se campeão de 44 edições, contra 27 da equipe lotada em Canabrava. Quem gosta de estatística gosta de porcentagem, portanto, pra afagar o ego do estatístico canabravense, digo que o Bahia venceu aproximadamente 55% das edições que disputou, enquanto o EC VItória apresenta um aproveitamento de aproximadamente 27%. 

Uma curiosidade (estatísticos também adoram usar os números de forma curiosa, portanto lá vai): o Vitória apenas conseguiu ultrapassar o glorioso Ypiranga em número de títulos no ano de 1989, quando obteve seu 11o título. Lembremos que até aquele ano o Bahia, já maior vencedor de titulos, já tinha 37, em apenas 58 anos de existência. 

NO quesito "vices-campeonatos", especialidade da equipe canabravense, já que as grandes glórias de sua história são os vice-campeonatos obtidos no Brasileirão e na Copa do Brasil, aí sim temos os canabravenses na frente, em números absolutos. São 25 vices-campeonatos contra 20 da equipe tricolor. Percentualmente, com relação a quantidade de participações, o índice tricolor de vices é quase idêntico: cerca de 24% de colocações prateadas do Bahia, contra aproximadamente 25% do EC Vitória 

Contudo (agora quem vai ter tervgiversar sou eu!) isto encontra uma fácil explicação: a dificuldade do Vitória em chegar às finais, o que era mais acessível pro Bahia, face a maior qualidade de suas equipes durante maior parte da história. Afinal, o Bahia chegou à final (ou terminou entre os dois primeiros) em 78% das edições que disputou, enquanto os canabravenses alcançou tais postos em 52% das vezes. 

Outro ponto que evidencia a vocação dos canabravenses para o vice-campeonato está na proporção entre títulos e vice-campeonatos. Notamos que o Vitória tem quase o mesmo número de títulos e vices (27 contra 25), o que mostra que em quase metade das vezes que terminou nas duas primeiras colocações foi vice. O Bahia, por sua vez, foi vice apenas 31% das vezes que terminou entre os dois primeiros. 

Diante de tais números, pergunto: quem é mais vice do que o rival? A resposta está bastante clara. 

Carlos Patrocínio

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