segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Estou feliz como nunca estive antes

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A esperança - inimiga do homem - que deixa o ser-humano num estado de constante apreensão e ilusão, foram todas perdidas. E isso é uma coisa boa para o Bahia! Um momento - antes tarde do que nunca - em que o processo de desmobilização das ideias de "facilidade" e sonhos de grandeza são desmoralizadas e pisadas em público. O Bahia da Libertadores volta-se para o tricolor que tem dificuldades com times cuja simplicidade e o trabalho lá desenvolvidos são a chama que os consome em perseguir o que no Bahia parece ser uma lástima: o triunfo. 

Dinheiro, time grande, televisões, nada disso é importante no futebol, sem a paixão cotidiana de lutar. Lutar pelo seu trabalho! E toda riqueza de créditos com a torcida criados a partir de ficções foram para o espaço. 'O que é sólido hoje se desmancha no ar!" Marx devia adorar essa conclusão do espírito do capitalismo que tirou. As ficções de um esporte em que o conjunto é uma arma eficaz, mais que jogadores isolados, faz com que as cortinas de fumaça e "nomes" percam toda as expectativas antes depositadas neles como empréstimos de fácil resgate com outras mil facilidades. Bahia e Corinthians, Corinthians e Bahia, parecem irmãos siameses.

E futebol hoje é capitalismo no sentido mais visceral. O futebol alemão, o futebol americano, o futebol espanhol, todos são exemplos de que estádios cheios ainda são uma resposta para a prática de um futebol apaixonante. Eu li muitos afirmarem que hoje o futebol do Bahia não tem vibração dos jogadores. E é a mais pura verdade! Mas, também, olhemos ao redor, nas arquibancadas. Cadê a torcida do Bahia? Trouxeram estrelas, muito entusiasmo, nomes aqui foram ventilados e trazidos, acima de qualquer crítica ao seu futebol, mas o que vemos é uma apatia de um funeral. O Bahia e Corinthians passaram por intervenções e a justiça se pronunciou, mas a rigor a crise é a mola do capitalismo.

Cadê o futebol de Max? Para onde foi toda a ficção de um futebol sem o espaço lotado em que ficávamos assistindo a terceira divisão com público de 50.000 pessoas? Estádios vazios, time apático e sem perspectiva de desenvolvimento de um bom trabalho. Qual o fim disso tudo? Sabemos que a torcida do Bahia comparecerá caso abaixem mais o ingresso e os torcedores do Bahia voltem ao estádio para ver um futebol que é marcado pela coletividade do seu engenho, amante do povo por ser o mais democrático. Volte a nos encantar Bahia, nem que seja pelo resultado! Se as coisas não estão bem, voltem para a força do coletivo, pois ninguém acredita mais nos nomes que vicejam no tricolor sem a força de um conjunto bem afinado.

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