segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Presidente do Vitória escreve coluna no Correio

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O Desafio de presidir o Clube mais valioso do Norte-Nordeste

Em 2006 quando o conselheiro Alexi Portela Jr. e um grupo de abnegados rubro-negros tiveram a coragem de assumir o Esporte Clube Vitória, encontraram um clube no fundo do poço do futebol brasileiro. Uma organização que, em seu segmento de mercado, estava na “terceira classe”, com vários meses e até anos de salários atrasados, sem crédito na praça, centenas de títulos protestados, centenas de ações nas mais diversas esferas do poder judiciário, déficit operacional altíssimo, passivo descontrolado e crescente, patrimônio depreciado e dado em garantia de dívidas, colaboradores insatisfeitos e desmotivados, um conflito gigantesco com o principal acionista da época, conselho desprestigiado e distante, jogadores profissionais insuficientes para montar, sequer, um time e o pior: torcedores revoltados, insatisfeitos e com a autoestima no chão.

O Vitória era um clube falimentar, há apenas sete anos. Contrariando todas as previsões, esta tradicional e centenária instituição conseguiu, fundamentalmente pela capacidade empresarial e de gestão da equipe do ex-presidente Alexi, pelo apoio do nosso conselho, hoje tão participativo e plural, e pela fidelidade da nossa torcida, em pouquíssimo tempo, transformar paixão em doação, planejamento em ação e esta em resultados. A adoção de métodos, antes exclusivos do mundo corporativo, a atração de talentos apaixonados, a contratação de executivos profissionais e sérios nos principais postos decisórios, a criação de grupos de trabalho multidisciplinares com notória especialização em áreas como gestão e patrimônio, a implementação de um Planejamento Estratégico por consultoria especializada, uma política formal de transparência financeira e governança, além da reinvenção do seu programa de sócios e de ações premiadas de marketing, foram algumas das estratégias que fizeram o rubro-negro baiano mudar o curso da sua história. Fomos, em 2013, o clube que mais se valorizou na América Latina. Somos o 2º clube mais transparente do Brasil, um dos quatro de melhor gestão financeira e temos a torcida jovem que mais cresceu no pais nestes ultimos anos. Tudo isso sem esquecer da nossa responsabilidade sócio-ambiental.

No século XXI o Vitória junto com o Internacional detém a maior hegemonia de títulos regionais do Brasil, com a melhor campanha de um clube nordestino na história dos “pontos corridos” da serie A do futebol brasileiro, conquistando triunfos, títulos e respeito. Além do 5º lugar no Brasileirão, foi finalista da Copa do Brasil em 2010. É vanguarda nacional das divisões de base, tendo sido Campeão Brasileiro sub 20 em 2012. Gestão dá resultado. Sem dúvida, o ECV, apesar de ainda não viver uma situação financeiramente confortável e do abismo que separa o nosso orçamento dos nossos concorrentes do Sul e Sudeste, é hoje o melhor e mais valioso clube do Norte-Nordeste do Brasil, respeitado em todo território nacional.

Um olhar menos atento, pode supor que agora a tarefa que se nos apresenta é mais simples e mais fácil. Não é!

Ao contrário do que ocorreu com meu amigo Alexi Portela Jr, que teve a missão de "administrar o caos", nós assumimos a presidência do Vitória em substituição a um grande presidente que devolveu para a família rubro-negra, não apenas o alento, a alegria e a autoestima, mas um nível de expectativa e exigência infinitamente superior ao de um passado recente, onde sonhávamos, tão somente, sair de uma Série C e pagar a folha do mês seguinte. Novos tempos trazem novos e diferentes desafios e nós estamos nos preparando para manter esta hegemonia regional, conquistar nossa sonhada vaga na Libertadores, que, não por acaso, quase veio em 2013, e continuar perseguindo com obstinação e sem trégua títulos nacionais e internacionais no futebol profissional. Esse é o norte de nosso trabalho, nossa meta, nossa missão.

Precisamos manter a qualidade de nossas contratações e apesar das restrições orçamentárias, investir mais no time, porem com uso intensivo de inteligência organizacional e sofisticados mecanismos de busca, fazer mais errando menos. Devemos prestigiar nossa base (e para isso peço apoio e paciência a nossa torcida); requalificar nosso equipamento e lançar as bases para um moderno complexo multiuso; otimizar ainda mais, nosso programa de sócios; potencializar nossos esportes olímpicos, para um nível reconhecidamente nacional; implementar um moderno Programa de Desenvolvimento da Gestão, que desdobre nosso Planejamento Estratégico, entre muitos outros desafios para os próximos três anos.

Não será fácil! A experiência adquirida em mais de 25 anos, como executivo e consultor de grandes organizações, bem como os sete anos como vice-presidente do nosso Clube, fazem ver que será preciso muito mais que boa vontade, honestidade, profissionalismo e preparo técnico. É imprescindível que nosso torcedor transforme sua paixão e vontade de contribuir em adesão ao nosso programa “Sou Mais Vitoria”. Esse é o nosso único caminho, com apoio de nossa apaixonada e imensa nação nossos sonhos virarão realidade. Esse Vitoria que sonhamos já está sendo construído dentro de um planejamento, com responsabilidade orçamentária e compromisso com o futuro da instituição. Juntos faremos mais, melhor e mais rápido!

Saudações rubro-negras!

*Carlos Sergio Falcao
Presidente do Esporte Clube Vitoria

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