A Arena Fonte Nova foi inaugurada em um BaVi no dia 7 de abril, completando dentro em breve 6 meses de operação, e foi modelado para ser uma parceria público privada (PPP), em que o resultado final de sua operação anual (sendo lucro ou prejuízo) será partilhado entre administradores e o governo.
O equipamento que teve o investimento na casa dos R$ 690 milhões (a previsão inicial era de R$ 591.7 milhões), tem praticamente uma única atração certa, que são os jogos do Bahia já que não conseguiram emplacar a mesma parceria com o Vitória (fizeram um contrato teste de apenas 5 jogos que não deve ser renovado pelo Rubro Negro), e os eventos diversos como festas e shows não aconteceram de forma significativa (os que teve, com magnitude reduzida).
Acontece que o contrato do Bahia com a arena garante um valor mínimo para o tricolor de 750 mil mensais (R$ 9.5 milhões por ano), podendo alcançar cifras maiores, caso a ocupação do estádio seja acima de um patamar e o resultado financeiro dos jogos com os percentuais ajustados ultrapassarem o valor mínimo (de nada vale reduzir o preço para chegar no patamar de ocupação se o resultado financeiro não alcançar o valor mínimo).
O que se registrou nesses primeiros 6 meses, no entanto, foram públicos modestos e resultados financeiros irrisórios para fazer frente aos valores contratuais. E note que nesse intervalo houve a grande colaboração da partida inaugural, bem como jogos expressivos e de apelo (e grande presença da torcida adversária) como contra o Flamengo, Corinthians e o BaVi da final do estadual.
Nesse período o tricolor já realizou 16 partidas (a metade prevista para um ano de atividade em seu mando de campo), em 4 torneios diferentes e o estádio faturou bruto, segundo os borderôs, pouco mais de R$ 8.2 milhões, que abatido às despesas dos jogos somou um resultado operacional de apenas R$ 2.35 milhões. Só que as obrigações com o Bahia, nesses 6 meses, foram de R$ 4.5 milhões, ou seja, nos primeiros 6 meses de operação um prejuízo de mais de R$ 2 milhões com o Bahia.
O interessante é que o resultado dos 4 jogos de maior apelo em função do adversário (nesses jogos os torcedores visitantes representaram 30% dos ingressos vendidos), foi superior ao resultado total, ou seja, nos outros 12 jogos somados a operação do estádio foi deficitária, sem considerar o repasse contratual para o Bahia. E olha que teve jogos de forte apelo como o Cruzeiro e Inter por exemplo, com os ingressos sofrendo seguidas reduções (o mais barato foi de 30 para 25 e depois para 15), e no momento de democratização do clube, mas que registraram prejuízos na partida (em cada uma) superior a 70 mil.
Cabe registrar também o fato (segundo a auditoria) de mais de R$ 2 milhões da bilheteria nesses jogos terem sido de ingressos tomados pelo clube para distribuir para as torcidas e patrocinadores, ou seja, mais de 20% dos valores registrados nos borderôs não foram vendas efetivas, mas ingressos distribuídos.
E não é de se duvidar que a situação ainda possa piorar, afinal o marqueteiro do governo (e da Arena) hoje é um dos grandes líderes do Bahia. Quem sabe não vem adiante um contrato mais generoso em que um time de futebol sai ganhando sai ganhando, e o estado paga o prejuízo?
Mas para o governo que já vai arcar com o valor da construção com juros (valor anual de 99 milhões ao longo de 15 anos), ter mais alguns milhões de prejuízo por ano não deve ser muito problema, afinal quem paga no final das contas é o povo!
*os dados foram obtidos através dos borderôs disponíveis na internet.
Victor Hugo
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O equipamento que teve o investimento na casa dos R$ 690 milhões (a previsão inicial era de R$ 591.7 milhões), tem praticamente uma única atração certa, que são os jogos do Bahia já que não conseguiram emplacar a mesma parceria com o Vitória (fizeram um contrato teste de apenas 5 jogos que não deve ser renovado pelo Rubro Negro), e os eventos diversos como festas e shows não aconteceram de forma significativa (os que teve, com magnitude reduzida).
Acontece que o contrato do Bahia com a arena garante um valor mínimo para o tricolor de 750 mil mensais (R$ 9.5 milhões por ano), podendo alcançar cifras maiores, caso a ocupação do estádio seja acima de um patamar e o resultado financeiro dos jogos com os percentuais ajustados ultrapassarem o valor mínimo (de nada vale reduzir o preço para chegar no patamar de ocupação se o resultado financeiro não alcançar o valor mínimo).
O que se registrou nesses primeiros 6 meses, no entanto, foram públicos modestos e resultados financeiros irrisórios para fazer frente aos valores contratuais. E note que nesse intervalo houve a grande colaboração da partida inaugural, bem como jogos expressivos e de apelo (e grande presença da torcida adversária) como contra o Flamengo, Corinthians e o BaVi da final do estadual.
Nesse período o tricolor já realizou 16 partidas (a metade prevista para um ano de atividade em seu mando de campo), em 4 torneios diferentes e o estádio faturou bruto, segundo os borderôs, pouco mais de R$ 8.2 milhões, que abatido às despesas dos jogos somou um resultado operacional de apenas R$ 2.35 milhões. Só que as obrigações com o Bahia, nesses 6 meses, foram de R$ 4.5 milhões, ou seja, nos primeiros 6 meses de operação um prejuízo de mais de R$ 2 milhões com o Bahia.
O interessante é que o resultado dos 4 jogos de maior apelo em função do adversário (nesses jogos os torcedores visitantes representaram 30% dos ingressos vendidos), foi superior ao resultado total, ou seja, nos outros 12 jogos somados a operação do estádio foi deficitária, sem considerar o repasse contratual para o Bahia. E olha que teve jogos de forte apelo como o Cruzeiro e Inter por exemplo, com os ingressos sofrendo seguidas reduções (o mais barato foi de 30 para 25 e depois para 15), e no momento de democratização do clube, mas que registraram prejuízos na partida (em cada uma) superior a 70 mil.
Cabe registrar também o fato (segundo a auditoria) de mais de R$ 2 milhões da bilheteria nesses jogos terem sido de ingressos tomados pelo clube para distribuir para as torcidas e patrocinadores, ou seja, mais de 20% dos valores registrados nos borderôs não foram vendas efetivas, mas ingressos distribuídos.
E não é de se duvidar que a situação ainda possa piorar, afinal o marqueteiro do governo (e da Arena) hoje é um dos grandes líderes do Bahia. Quem sabe não vem adiante um contrato mais generoso em que um time de futebol sai ganhando sai ganhando, e o estado paga o prejuízo?
Mas para o governo que já vai arcar com o valor da construção com juros (valor anual de 99 milhões ao longo de 15 anos), ter mais alguns milhões de prejuízo por ano não deve ser muito problema, afinal quem paga no final das contas é o povo!
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