domingo, 28 de julho de 2013

Marcelo Guimarães sofre novas críticas

Comentários
O jornalista, escritor e membro da Academia de Letras da Bahia, João Carlos Teixeira Gomes, o Joca, voltou a tecer duras criticas o ex-presidente e antigo proprietário do Bahia, Marcelo Guimarães em novo artigo, novamente publicado no Jornal A Tarde. Na última oportunidade que o tricolor se manifestou sobre o mesmo tema, na ocasião, com artigo “Como Salvar o Bahia” foi processado por MGF que não recebeu bem as criticas.  Veja o novo texto 

Considero que a intervenção decretada pela Justiça no Bahia é uma das mais relevantes ocorrências já registradas no futebol brasileiro. Sendo um clube de massa com enorme repercussão social, o Bahia vive um momento decisivo da sua trajetória. A intervenção terá que ser o degrau para transformá-lo numa potência futebolística, democratizando sua gestão e afastando os oportunistas travestidos de tiranos que vinham desfigurando a vida do clube, culminando com a presença catastrófica de Marcelo Guimarães Filho. "O Bahia tem dono, é o seu torcedor" - dizem os cartazes espalhados pela cidade. Nada mais correto e eloquente. 

Enumerarei a seguir algumas das aspirações que torcedores me pediram encaminhar ao interventor Carlos Rátis: 

1) querem saber como anda o processo instaurado em Brasília contra Marcelo, o gestor Angioni e um diretor do clube por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e contratações suspeitas, do qual não se divulgou mais uma linha sequer; 2) desejam ter acesso a dados como os salários mensais (além de eventuais mordomias) de MGF e sua diretoria, elementos fundamentais de que ninguém jamais tomou conhecimento; 3) saber dos métodos de aplicação das altas rendas dos jogos, mistério que ilustra a falta de transparência da diretoria; 4) relação dos nomes e atuação do conselho fiscal, órgão que, se existe, nunca revelou publicamente sua atividade; 5) levantamento das contratações na gestão MGF, muitas das quais absurdas e evidenciando malbaratamento de recursos e práticas suspeitas, denunciadas na Justiça no processo já referido. É unânime a condenação ao ocultamento da vida administrativa do Bahia. 

Talvez estimulado pela absolvição do marqueteiro Duda, MGF contratou para defendê-lo, com o dinheiro do clube, o advogado Kakay, que, sem conhecer as tradições e a história do Bahia, a identificação do tricolor com nosso Estado, a força e paixão da sua torcida, desandou a fazer declarações inoportunas, inclusive atacando a Justiça baiana. Chegou ao cúmulo de afirmar que processos de intervenção prejudicam o futebol brasileiro, quando, ao contrário, só podem beneficiá-lo, por ajudar a instaurar a ética e a decência no comando dos clubes. 

É possível que, ao aceitar o caso, Kakay não soubesse que Marcelo, mais do que repudiado, é um cartola odiado pela torcida, fato que ele logo entenderia se frequentasse a Fonte Nova. Só para argumentar, o improvável retorno do ex-presidente (cuja saída logo melhorou o time, aumentando sua fama de "pé frio") seria a instauração de uma crise sem precedentes em nosso futebol, com riscos pessoais desaconselháveis. Kakay deveria inclusive perguntar ao seu cliente por que ele é chamado pela torcida de "presidente 51" ou "presidente 73"... O advogado não conhece a tradição de dignidade de ex-presidentes tricolores como Jaime Guimarães, Amado Bahia Monteiro, Zelito Bahia Ramos, Fernando Schmidt e tantos outros que engrandeceram a história tricolor, sem tentarem aproveitar-se do clube, muito menos manipulando seu conselho. 

Um conselho, aliás, de 300 omissos (que saudades dos 300 de Esparta!), 14 dos quais, segundo leio em A TARDE, entraram com um agravo judicial "por se sentirem penalizados com a intervenção". Ora, "penalizado" vem sendo o Bahia há anos, desde os 7 a 0 de Marcelo pai contra o Cruzeiro, aos 7 a 3 de Marcelo filho contra o Vitória, num espantoso ciclo de incompetência familiar. É possível que nesses recursos haja o dedo ardiloso de Kakay, prova de que a torcida do Bahia precisa da mais absoluta união, além da vigilância do interventor, para vencer de vez a máfia dos infiltrados, oportunistas e beneficiários da situação deposta.

Nenhum comentário :

Postar um comentário