Situação no mínimo esquisita, a do torcedor do Bahia, diante do jogo desta noite entre Bahia e Juazeiro, na Arena Fonte, valendo pela primeira partida das semifinais do Campeonato Baiano. O sucesso desta noite representa o primeiro passo para obter a vaga, para tentar o bicampeonato e garante o tricolor da liga de aço em mais uma edição da Copa do Nordeste, em um ano onde o vencedor terá assento garantido na Copa Sul-americana e, como tal, agora com maior importância. Portanto, o jogo desta noite tem tamanha importância.
A esquisitice se instala quando sabemos que o time nasceu morto ou foi vitima de um aborto mal sucedido, já que não tem qualidade, não fez por onde e, sobretudo, não merece o título pela campanha ridícula, com seis jogos sem vencer, sobrevivendo de vitória-única no universo de oito jogos, mesmo enfrentando adversários sem ou com pouquíssima qualidade, como os Vitórias daqui e de lá de Conquista, Bahia de Feira e Juazeirense.
Bahia e Juazeiro, ainda que sendo um jogo importante pela consequência, é a típica partida que, se vencer, não resolve, não acalma, se convencer, pode estar novamente lhe enganando e conduzindo seu torcedor para uma decepção maior alguns passos mais à frente.
E aí? Jogar a tolha e acreditar que o paciente não tem recuperação e agora precisa ser morto pelas carrancas do Rio São Francisco, e devidamente sepultado em cova rasa após a devida cerimônia da resignação ? Passar a régua e se render ao fracasso antecipado, para aguardar providências para que um novo grupo seja formado? Ou combater o tédio, contrariando a lógica, para voltar botar fé e fazer figa em uma suposta arrancada tricolor, justamente na hora H, legitimando a porcaria dentro e fora de campo, ao almejar uma faixa no peito de Campeão Baiano, sob o legítimo argumento que o futebol nunca se norteou por merecimento e que o incapaz pode valer mais?
Mas seja como for, pouco ou nada importa. O que vale no futebol é o agora, não o ontem ou muito menos, o depois de amanhã. A dinâmica é bem interessante e clara, quando permite o recomeço duas vezes por semana e nunca é tarde para acreditar que, mesmo tirando leite de pedras e não deixando de reconhecer a enorme precariedade do time bancado pelo deputado, armado pelo ajudante de produção Paulo Angioni e sustentando pela torcida do Bahia, pode vencer, precisa vencer, é importante vencer o modesto Juazeiro, para continuar caminhando mesmo em passos tortos, em direção ao título de bicampeão baiano enquanto respira, mesmo que para isto, precise vencer atirando paralelepípedos na cabeça de todos os santos. O depois, fica para depois.
Para a partida, o time de Joel Santana terá vários desfalques. Na defesa, Danny Morais volta de suspensão, mas deve fica na reserva de Demerson, que continua ao lado de Titi. No meio de campo, Fahel, suspenso e Rosales, lesionados, dão lugar a Diones e Zé Roberto. Já no ataque, sem Obina lesionado, Fernandão, recém-contratado fará a sua estréia pelo Bahia atuando como titular.
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