Por Ronaldo Souza
Existem frases que se tornaram verdadeiros mantras. Uma delas, “o homem é fruto do meio”, vai ao encontro do pensamento psicanalítico, pelo menos de parte dele, que não aceita a caracterização do homem pela hereditariedade. Por outro lado, uma das definições da Psicologia sobre hereditariedade diz que ela “abrange todas as influências transmitidas dos pais às células do sexo, que se fundem para formar o rebento”.
Existem frases que se tornaram verdadeiros mantras. Uma delas, “o homem é fruto do meio”, vai ao encontro do pensamento psicanalítico, pelo menos de parte dele, que não aceita a caracterização do homem pela hereditariedade. Por outro lado, uma das definições da Psicologia sobre hereditariedade diz que ela “abrange todas as influências transmitidas dos pais às células do sexo, que se fundem para formar o rebento”.
Para citar um gênio da raça humana, Einstein era determinista. Segundo ele, as coisas estariam traçadas, o meu destino, o seu e tudo mais. Seria assim? Estaria o meu destino traçado pela hereditariedade ou pelo ambiente em que vivo? Aí surge uma questão muito importante: o homem pode alterar o que estaria determinado, conseguiria ele alterar o roteiro da sua vida, influenciar na sua maneira de ser?
Não me atraem os pensamentos ou ideias excludentes, em qualquer segmento da sociedade ou momento da vida. A sabedoria popular ensina o meio termo e por aí eu vou. Uma e outra concepção, as duas possivelmente melhor ainda, talvez ajudem a entender muita coisa.
As que já pairavam no ar e as recentes denúncias sobre como seriam feitas as transações comerciais no Bahia, particularmente aquelas que envolvem contratações e vendas dos jogadores do clube, nos trazem de imediato dois sentimentos; perplexidade e indignação. E talvez estejamos perplexos e indignados não pela surpresa (novidade) que poderia representar, mas pela repetição dos fatos.
Pouquíssimas vezes me deixei levar pela pouca idade como sinônimo de jovem. Vejo todos os dias políticos jovens com a cabeça no passado e a cidade de Salvador não me deixa mentir. Com o jovem presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, entretanto, foi diferente.
Vi nele, pela juventude, a possibilidade de mudança, de renovação e confesso que num primeiro momento me entusiasmei. Fiquei ao “seu lado” quando, em momento que julguei inoportuno pelo que o Bahia parecia querer mostrar, a oposição promoveu uma intervenção por meio de liminar. Escrevi sobre isso. Porém, as minhas previsões não se confirmaram.
Apesar de refletirem total despreparo, deixarei de lado as suas desastrosas participações em vários momentos da vida do clube, como nas redes sociais, com xingamentos, fotos de farras, inclusive com jogadores do clube, etc. Foram de uma insensatez à toda prova, de ausência de um mínimo de compostura que o seu cargo exige. É possível que a hereditariedade tenha falado alto nesses momentos. Ainda assim, estupidamente continuei com uma ponta de esperança.
O ano de 2013, entretanto, foi fatal para a minha compreensão de Marcelo Guimarães Filho, o presidente do Bahia.
Não quero fazer comentários sobre a venda de Gabriel, até porque eu não sei como ela se deu (alguém sabe?). Posso dizer, porém, que, além do fato de os olhos terem crescido diante da proposta, nem Gabriel saiu ganhando. Um jogador ainda por se formar ir para o Flamengo nesse momento não é o que se pode imaginar, pelo contrário. Temo pelo futuro dele.
O presidente do Bahia se gaba com frequência injustificável daquilo que seria a sua capacidade de planejamento. No entanto, a venda de Gabriel nesse momento expôs com clareza assustadora justamente a falta de planejamento. Gabriel era a única coisa que aproximava o time de algo parecido com um futebol mais moderno. Com quem o Bahia poderia contar para substituí-lo no plantel? Zé Roberto? Kleberson?
Apesar dos equívocos de alguns comentaristas (!!!), a base que o Bahia manteve é boa, mas considerando-a até os volantes. Daí em diante ela é o mais absoluto fracasso de contratação de jogadores, incluindo aí Souza, por quem a torcida (já era hora), já está perdendo a paciência.
Sobre o plantel, presidente, falarei em outro momento, mas é, no mínimo, altamente incompreensível e injustificável que um time que tem como gestor de futebol Paulo Angioni, entre no terceiro ano consecutivo cometendo os mesmos erros de planejamento (na verdade, a ausência dele). Mercado aquecido, não vamos correr para o mercado, contratações pontuais, são expressões que se repetem há três anos e no final terminamos correndo para um mercado mais aquecido ainda, porque são contratações feitas às pressas pelas necessidades que terminam se impondo, e contratações que nada têm de pontuais.
O resultado é o que temos visto e antecipo que iremos ver se repetir esse ano; plantel inchado, mais zé robertos, souzas, klebersons... com altos salários.
Presidente, tenho enorme dificuldade de acreditar que isso seja incompetência de Paulo Angioni.
O senhor não é capaz de imaginar a dificuldade que tenho para acreditar nisso. Ao mesmo tempo, assusta-me imaginar porque ele insiste em permanecer no Bahia (e o senhor em mante-lo), tendo em vista o desgaste que a sua imagem de gestor de futebol vem sofrendo.
Tenho procurado uma explicação na polêmica que existe quanto à explicação das coisas. Acontecem por hereditariedade ou seriam produto do meio? Continuo acreditando na sabedoria popular. Ela diz que ambas caminham juntas.
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