sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Obsessão e rancor rubro-negro

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A obsessão do torcedor do Vitória por um título nacional de qualquer qualidade só é superada pela sua obsessão por um mundo em que o Esporte Clube Bahia não tenha conquistado o título nacional de primeira classe. Isso é comprovado mais uma vez pelas interpretações do novo ranking da CBF: nele o Vitória consegue superar pela primeira vez o Esquadrão de Aço. Porém, não satisfeitos com isso, o torcedor rubro-negro faz interpretações “sui generis” do significado da nova classificação, como a de que os títulos nacionais do Bahia teriam perdido importância por causa do método agora adotado pela CBF. Ora, uma coisa é uma coisa (a classificação) e outra coisa é outra coisa (o título). 

Os títulos conquistados não têm prazo de validade: ninguém é ex-medalhista olímpico; um time de vôlei não é ex-campeão mundial. Salvo nos casos de fraudes, o título no futebol, uma vez conquistado, torna-se propriedade de quem o ganha, não pertence mais às entidades que o instituiu. Pergunte a um colorado e a um atleticano mineiro que clubes mais venceram a Copa do Brasil; ao torcedor do Santa Cruz, qual é o único time nordestino que é campeão da Copa do Brasil; ao vascaíno, que time carioca tem mais títulos da série A. Provavelmente, todos eles responderão com palavrões e gestos obscenos, mas não dirão que não são o Grêmio e o Cruzeiro; que não é o Sport; que não é o Flamengo. Mas, pergunte ao torcedor do Vitória da Bahia (êpa, escapou!) que time baiano tem título nacional, e ele responderá que nenhum, porque expirou a data de validade do título que aqui aportara, embora a CBF, mesmo depois da adoção do novo ranking, não tenha considerado nula ou apagado (como estou escrevendo sobre a elite, talvez eu devesse digitar “deletado”) a lista dos campeões brasileiros anteriores a 2012. 

O novo ranking manteve o critério fundamental anterior, ou seja, a posição do clube no campeonato de que participou, este era e ainda é o ponto de partida para a classificação. A CBF alterou o período a ser considerado e a diferença de pontuação intratabela e intertabelas; introduziu os pesos; e passou a considerar a participação na Libertadores – todas essas modificações eu considero justas. O título em si mesmo nunca foi um critério da classificação, se tivesse sido a referência essencial, o Bahia teria estado na frente do Atlético Mineiro, depois que a CBF estendeu o período para a classificação. Quer dizer, no afã de espantar o fantasma que assombra suas noites, o torcedor do Vitória mistura alhos com bugalhos. 

Em sua busca frenética e alucinada de um mundo onde o Bahia não seja bicampeão brasileiro, o torcedor rubro-negro segue apequenando suas próprias conquistas, como esta de encontrar-se na melhor posição no ranking nacional entre os times nordestinos. O rancor por ele alimentado, talvez por causa da ausência de uma estrela na camisa, não lhe permite comemorar seus sucessos em coisas específicas, ele insiste em vincular esses sucessos a um mundo criado pela sua fantasia. 

Dinensen 

 P.S. O título não vem com data de vencimento, mas a posição no ranking sim, e a posição do Vitória na frente do Bahia encerra-se à zero hora do dia 01 de janeiro de 2013 (quando os rubro-negros estarão “estourando” seus champanhas...) e não daqui a quatro ou cinco anos, como imaginam alguns tricolores e rubro-negros. A partir do dia 01 de janeiro, o ano de 2008 será excluído, e os pesos entre 2009-2012 serão alterados, por causa disso, na corrida entre o Bahia e o Vitória pela melhor posição em 2013, o Tricolor de Aço larga na frente. Façam as contas.

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