domingo, 7 de fevereiro de 2010

O sertão vai virar mar! Bahia x Atlético parte-2

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O sebastianismo é uma crença lusitana que aqui aportou sobre um soberano português que traria de volta o orgulho lusitano. O sertanejo brasileiro, região de poder dos coronéis e da Igreja Católica, incorporou o mito sebastianista num salvador que traria tempos de bonança. Antônio Conselheiro, cearense e corno, segundo os historiadores, conseguiu assim levantar o sertanejo do jugo dos coronéis e fundar Canudos, cidade que chegou a ser a segunda mais populosa da Bahia. A incipiente república brasileira, num dos mais graves crimes perpetrados pelo exército brasileiro, veio então a dizimar a população e o seu líder que prometia segundo Euclides da Cunha o mar em pleno sertão.

Hoje, no futebol, o sertanejo ainda é visto como um tabaréu que deve ser civilizado, alimentado por anos de cultura do litoral "civilizado", como a faixa "vergonha do nordeste" sugeria. Contudo, o futebol vem contribuindo neste campeonato para que os grandes clubes da capital, principalmente o Bahia, acabem por se tornar pálidas máscaras de times briosos que guardo na memória. Pois, a tecnologia e o desenvolvimento social das cidades interioranas venham cada vez mais desconstruindo mitos de que os times do interior da Bahia são fracos e alvos fáceis de Bahia e Vitória!

No campeonato baiano de 2010, o Atletico de Alagoinhas e o Flu de Feira não estão muito a fim de viver de mitos sociais construídos sobre personalidades como a do treinador do Bahia, estilo "pegador" carioca que chega com um discurso de sucesso e que nada tem a oferecer com sua fama de treinador sulista competente. Pois, foi o time de Alagoinhas, um dos lanternas do campeonato até então, que mais fez do treinador do Bahia uma máscara em seus próprios preconceitos. O Atlético de Agnaldo Liz deu uma blitz no Bahia tão grande e tão contundente em relação a preparação tática e padrão de jogo que Renato parecia criança orientando um bando em campo.

Sim, meu caros, o Bahia joga sem laterais, com muitas improvizações e com um técnico que não sabe muito bem o que faz. Deixar Bebeto, jogador júnior que jogou a série B, fora do elenco principal, revela seu desconhecimento do valor dos jogadores baianos que aqui estavam, e em detrimento do nosso futebol, ignora as críticas de Eliseu Godoi. Renato se diz vítima de contusões, como se Abedi, Rafael e todo esse "staff" que veio junto com Renato não nos fizesse antes reféns de um exército da igonorância de dirigentes da capital, como o exército brasileiro da época de Euclides da Cunha fizera. Ao que tudo indica, hoje, teremos mais um banho de Agnaldo Liz e do Atlético, pois o carcará deve encontrar facilidade contra um time da capital que se apequenou e espera sacríficio de seus atletas como se fossem amadores.

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