Esta semana o governo baiano publicou os termos do edital, pelos quais pretende derrubar a velha Fonte Nova e reconstruir a Arena Bahia, nesse edital, que certamente não é lido pela maioria, por isso mesmo muito pouco questionado ou até percebido o conteúdo de suas entrelinhas, para uma discussão mais ampla, não, nos auditórios, esses, só para os mais aparelhados, mas pelo menos nas ruas e guetos tantos de nossas cidades.
Um ponto interessante que nos leva a certas reflexões, diz respeito ao número de jogos mínimos previsto a ser disputado naquela praça, 33 partidas. Essa é a garantia que o estado dá aos prováveis financiadores que se propuserem a investir seus quase 600 milhões nessa parceria que eu particularmente chamo de empreitada.
Recentemente o Vitória foi contemplado com alguns mimos, dizem com investimentos na ordem de 11 milhos em infra-estrutura, como abertura de canal de trafego da Paralela até o Estádio Manoel Barradas e com mais alguns investimentos comunitários em suas cercanias. Ninguém escondeu nada e ficou claro que o Vitória, extra-oficialmente, comprometeu-se a fazer alguns jogos na futura Arena, jogos decisivos, ou mesmo nos jogos contra o Bahia, Flamengo, Palmeiras e etc. jogos assim de maior apelo popular, desde que o prejuízo técnico do rubro negro não seja prejudicado, como por exemplo, enfrentar um Bahia, numa final de campeonato em igualdade de condições.
Ao Bahia não foi dada a oportunidade de pronunciar-se, mas no mesmo edital uma curiosidade interessante: O governo do estado se compromete com os novos investidores, se aparecerem claro, a fechar Pituaçú para jogos profissionais, ficando aquela praça esportiva exclusiva para jogos amadores do tipo inter colegial ou mesmo para os tais show de axé tão reclamados, a partir da conclusão da obra da Arena Bahia.
Trocando em miúdos a participação do Bahia na nova Arena está condicionada, mesmo que a contra gosto a jogar por lá mesmo em jogos completamente deficitários. Imagine por exemplo o Bahia numa terceira divisão jogando contra o Coruripe, por exemplo, na Arena Bahia, com ingressos no mínimo a 40 reais. Imagine o Bahia jogando com o Galícia, Ypiranga, Poções, com ingressos nesses níveis, claro ninguém vai construir uma Arena desse gabarito, investindo em torno de 600 milhões, para receber em Vale Show de cinco contos, não é mesmo? Nem Bahia, nem Ypiranga, Galícia, nem muitos menos tantos outros que tenham o mando de campo por lá, vai suportar pagar pra jogar.
Ficou evidenciado que o Bahia foi preterido, alijado de qualquer argumentação, nem também se pronunciou até hoje qualquer dos seus dirigentes, claro em baixa auto-estima, calaram-se sobre o tema, pois que certamente qualquer pronunciamento seria especulado negativamente a seu favor. Por sorte, pra eles, não foram chamados a participar de nada, sequer numa comissão aconselhatória, claro que as razões políticas para 2010 impedem estas aproximações, mas não vimos como um empreendimento de 600 milhões, principalmente da iniciativa privada venha se concretizar, apenas pela dedução: O Bahia não tem aonde jogar, uma vez fechado o Estádio de Pituaçú, eles se obrigam a jogar na Arena Bahia. Na porta dos botequins, até vale essas discussões, mas nos salões nobre dos investidores sérios, não será isso o argumento aceitado, pois que nada impede o Bahia de até junto ao Vitória pleitear jogar no Santuário do Aterro, pois que os dirigentes passam, governantes também, mas as instituições permanecem, olhe o Ypiranga aí, ressurgindo!
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