sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Políticos na marca do pênalti

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Futebol e política geram uma combinação explosiva para o bem e para o mal. Do mesmo jeito que títulos e triunfos em campo podem se traduzir em votos, fracassos e rebaixamentos tendem a sepultar incipientes (ou não) carreiras políticas.

Ao aceitar assumir a presidência do Bahia, o deputado federal Marcelo Guimarães Filho (PMDB) sabia disso. Então, não será surpresa se a campanha.

Pífia do time na Série B deixar o deputado na marca do pênalti. Torcedores ameaçam fazer campanha contra a reeleição do peemedebista caso o Tricolor não retorne à Série A. Guimarães Filho, entretanto, prefere não acreditar nisso.

Primeiro, garante que o projeto que tem para a Bahia vai dar certo. Depois, afirma que o eleitor está mais politizado e consegue desvincular as situações. “Tenho uma carreira consolidada. São três eleições e três vitórias”, orgulha-se.

O otimismo “polínico” do presidente do Bahia bate de frente com um exemplo muito próximo – e nem um pouco bem-sucedido: o do pai. Marcelo Guimarães se elegeu deputado estadual pela primeira vez em 1994, com quase 30 mil votos. Assumiu há Bahia três anos depois, reelegeu-se em 1998 com o dobro dos votos, mas não resistiu aos rebaixamentos do Tricolor, vendo abortados os projetos de se manter na função, em 2002, e de voltar, em 2006. Já o filho, em seis anos, trocou a Câmara Municipal pela Federal aumentando em oito vezes o número de eleitores. Resta saber se o desfecho, desta vez, será diferente.

No caminho inverso

Marcelo Guimarães Filho diz que não trabalha no Bahia pensando nos votos da torcida. Ele pode até tentar separar as coisas, mas há quem pense diferente. Atualmente no Tricolor, Paulo Carneiro fez o caminho inverso: chegou à política.

Por causa do Vitória. Um ano depois do vice-campeonato estadual, o então dirigente rubro-negro se elegeu deputado com cerca de 10 mil votos.

Enquanto o Vitória esteve bem, Carneiro continuou na Assembléia. Mas, assim como Marcelo Guimarães, o pai, perdeu a primeira eleição em 2002, dois anos antes de o Vitória cair para a Série B. Engana-se quem pensa que, com a saída de Carneiro, o clube deixou de abrigar políticos. O mais importante deles é o deputado federal José Rocha (PR), presidente do conselho deliberativo, que tem usado sua influência para auxiliar o clube. Talvez por isso, em 2006, ele tenha recebido nada menos que 115.777 votos. - Raphael Carneiro do Jornal da Metrópoles

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