Já o presidente do Esporte Clube Vitória, Alexi Portela, prefere a cautela. “Somos totalmente a favor de medidas para melhorar a segurança, mas temos de ver como vai ser colocado em prática. Às vezes, o bom é o oposto do ótimo”, opinou o dirigente, ponderando sobre situações não previstas: “Um turista estrangeiro ou um morador do interior decide assistir a um dos jogos do Brasileiro. Sem a carteira, como ficaria o acesso dele? Isso é uma coisa complicada, vamos ver como vai ser resolvida”.
Projeto ainda indefinido
O projeto Torcedor Legal, lançado em março, ainda não está o totalmente definido. A idéia do governo é só liberar a venda de ingressos para os que apresentarem cartão magnético de identificação, com nome, foto, impressão digital e CPF. “Inicialmente, todo o custo será do governo federal mas isso ainda está sendo discutido”, afirmou o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães que vê benefícios: “Em curto prazo, por exemplo, nós teremos cadastro de todos os torcedores Bahia sem nenhum custo”.
Novas punições
Além da carteira de identificação, o projeto Torcedor Legal propõe criminalizar todos os atos de violência dentro dos estádios e em seus arredores. Punição também para os cambistas e para os que tentarem fraudar os resultados das partidas. Tudo isso só será possível com um termo de cooperação entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os ministérios do Esporte e da Justiça e o Conselho Nacional de Procuradores gerais do Ministério Público.
O lançamento do projeto pegou a maioria dos clubes brasileiros de surpresa. Na apresentação do Torcedor Legal, o ministro dos Esportes, o baiano Orlando Silva, praticamente impôs a medida para entrar em vigor já no próximo ano. Receoso de perder público nos estádios, o Clube dos 13 decidiu unir forças e exigir diálogo.
A pressão fez efeito, e o governo federal já considera rever alguns pontos. Um deles é permitir a adesão por etapas, sem impedir o torcedor de entrar nos estádios só porque não possui o cartão magnético. Tudo isso para que, na Copa do Mundo de 2014, todos estejam devidamente cadastrados. Rafael Carneiro do Jornal da Metropóles
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