Este não é um resumo de um livro de nosso Jorge Amado, ele que bem soube explorar a esperança e o brio de seu povo, como ninguém emocionou e contou a beleza de sua gente sem esquecer de suas mazelas. No universo de Jorge vemos o elogio da figura feminina exaltada em Tereza, cor de cobre cantada por poetas e ilustrada por pintores e também Gabriela cor de cravo e canela. Jorge nunca perdia tempo com mulheres vazias e feias, isto é certo. Seu tempo ele dedicava às mulheres batalhadoras que lutavam para sobreviver num quadro de dominação de homens sem alma e sem amor.
Foi nessa Bahia que eu lia e via também crescer a minha mulher ideal. Virtuosa, mas sem jamais disputar poder nem se impressionar com cargos e pessoas sem alma. A minha musa era tímida como muitas mulheres que ainda ficam ruborizadas diante de um homem. A mulher que eu sonhava tinha espírito também de guerreira e lutava pelas suas crianças com mais coragem que qualquer soldado do exército brasileiro. Não ficava por aí atrás de computador medindo-se com homens por paixões másculas como o futebol.
Por outro lado, vejo que tem crescido o número de mulheres que querem entender de futebol. Querem entender de futebol para poder conversar com seus companheiros, não confrontar-lhe a autoridade. Talvez, a mulher com seu ponto de vista mais detalhista tenha essa substância de ligar os inúmeros detalhes que faltam nas análises que tentam explicar o que habitualmente estamos todos os dias a ouvir como se fosse algo inédito.
Nesse contexto surgem novas musas identificadas com seus clubes que acabam por desbancar muitos “entendedores” de futebol. A verdade é que sinto falta nas transmissões esportivas essa qualidade feminina para o detalhe e o equilíbrio de suas afirmações. Mas não queiram as mulheres disputar poder com os homens da mesma forma como ele faz querendo usurpar a dignidade de seu oponente, tal comportamento não é digno de uma mulher nem de um homem de verdade. É certo porém que muitas mulheres acham que agindo da mesma forma que os homens conseguirão se impor. Pobre de espírito!
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