Foi uma lavagem: 159 x 1 pela expulsão de Paulo Carneiro. Está aí o nome do corajoso conselheiro que votou contra a expulsão de Carneiro: Nei Reis Figueiredo. Sem dúvida deve ter levado em conta toda a história de Paulo Carneiro no Vitória. Seguramente quando um homem com uma história como a que Paulo Carneiro tem no Vitória, ele tende a virar uma espécie de entidade onde não é admissível cometer erros.
Para os algozes de Paulo Carneiro não contou tudo o que ele já trabalhou e produziu em benefício do Vitória. Não sei exatamente os seus sentimentos, mas certamente Paulo Carneiro deve estar se sentindo humano outra vez, uma vez que no Vitória queriam quase canonizá-lo em outras épocas. Faz jus essa decisão a um velho ditado: “a mão que apedreja é a mesma que afaga”.
Continuo afirmando que o conselho do Vitória é soberano para expulsar PC. A justiça comum, convém esclarecer, não foi sequer provocada pelo Paulo Carneiro. O que nos dá a entender que Paulo Carneiro aceitou a expulsão resignadamente. O que faria bem emocionalmente para ele, já que ele não pode se dispor a querer estar num lugar onde não o querem. Ele foi tudo no Vitória: torcedor, dirigente, empresário, reformador, revolucionário e etc. É impossível não ver que Paulo Carneiro representou muito para o Vitória, mas agora ele está de volta ao mundo dos normais que cometem erros e são julgados pelos seus pares.
Eu pensava que Paulo Carneiro tinha boas chances de ganhar na Justiça comum para voltar a ocupar o conselho do seu clube de coração, mas não penso mais assim por conta de uma compreensão equivocadamente publicista que tinha desse caso. O Vitória é uma associação privada e o seu conselho não cometeu nenhuma ilegalidade. O que podemos questionar são aspectos morais, tais como: ingratidão, perseguição e etc.
O que o Direito não pode questionar, diante da clara disposição do princípio da autonomia da vontade que rege o direito privado, legislação pertinente as associações privadas, é a legitimidade do Vitória para praticar atos que regem o seu Estatuto. Jesus dizia: “a césar o que é de césar”, não convém querermos privar o Vitória de uma decisão soberana de seu conselho por nossa eminentemente condição individual moralista. Essa linha de raciocínio também serviria para o "eterno" Paulo Virgílio Maracajá Pereira, caso fosse o conselho do Bahia mais independente.
Maurício Guimarães
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