sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Indagações sobre a negociação com a Lusoarenas

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O Esporte Clube Bahia anunciou no dia 23/11 que apóia a construção da arena da empresa portuguesa Lusoarenas, comprometendo-se em realizar, durante 30 anos, todos os seus jogos no novo estádio que será (será?) construído nas mediações de Lauro de Freitas. Como não foram dadas maiores explicações sobre o contrato de exclusividade assinado pela Bahia (talvez seja parecido com a minuta do protocolo de intenções apresentada no site vascaíno pró-Eurico Miranda - leia aqui), só se pode crer que se trata de mais uma decisão irresponsável (até que se provem detalhadamente ao contrário) das diretorias de Petrônio Barradas e de Marcelo Guimarães Filho ou, quiçá, a possibilidade; não menos irresponsável, de também de estarem permitindo o uso do nome do Esporte Clube Bahia em briga político-partidária da disputa das próximas eleições para Governador do Estado.

Considerando a obrigação moral e ética da atual diretoria com a transparência, a Associação Bahia Livre pergunta:

1) Por que o Conselho Consultivo, o Conselho Deliberativo, a Assembléia Geral de Sócios e os torcedores não foram consultados?

2) Tendo em conta que a localização influencia na presença do público, quais são as vantagens que o clube teria com a construção de uma arena longe do centro de Salvador? Considerando que o projeto da Lusoarenas prevê uma arena menor que a da Nova Fonte Nova, por que optar por jogar todas as partidas, inclusive as de grande apelo de público, em uma arena menor? Quais as receitas que compensariam abrir mão de ter públicos maiores? Enfim, quais são as bases do acordo firmado entre o EC Bahia e a Lusoarenas?

3) Quais estudos suportaram essa decisão complexa, sabendo-se que no clube não há nenhuma pessoa capacitada para realizar tais estudos e também não se sabe que se tenha contratado nenhuma consultoria especializada?

4) Por que, após ter recebido a proposta, o clube não foi negociar com o Governo do Estado para se tentar chegar a uma situação vantajosa que não implicasse em prejuízo para o Governo e para a sociedade pela não utilização da Nova Fonte Nova (lembrete: o projeto da Nova Fonte Nova contempla a realização de pelo menos 33 jogos do tricolor durante o ano)? Por que, ignorando os esforços para tornar Salvador sede da Copa do Mundo 2014, o EC Bahia resolveu apoiar um projeto de uma empresa que sequer construiu um único estádio no Brasil mesmo tendo realizado diversas negociações em diversos Estados e que nunca se concretizaram (leia aqui matéria do site lancenet) e que ainda defende a mudança do perfil do torcedor de estádio? O EC Bahia vai manter a fracassada política de elitização da torcida empreendida no início de 2009?

A ABL tem diversos questionamentos a fazer em relação ao nebuloso projeto da Arena Salvador, mas algo nos diz que essa história começará a ser desvendada no dia 4 de dezembro, quando serão abertos os envelopes da licitação da Nova Fonte Nova. A conferir.

ABL - Associação Bahia Livre

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