Por volta das 17 horas e 45 minutos, faltando apenas uma hora e quinze minutos para que encerre o meu dia de trabalho, recebo o telefonema de um professor comunicando que devido a um problema familiar não poderia ministrar aula hoje. Esse é o tipo de situação que não ocorre com muita frequência aqui na instituição, e quando ocorre, a primeira opção sempre é arranjar um substituto para que não seja preciso repor essa aula em um outro dia.
Depois de tentar, inutilmente, por quase cinquenta minutos achar um substituto, e perceber que já era tarde para comunicar aos alunos que não haveria aula, fui convencido pelo mantenedor da IES que trabalho a assumir o lugar do colega faltoso. Esse é aquele momento que um calafrio toma conta do seu corpo e por mais que se tente esconder o aborrecimento, ele resolve se mostrar até naquele sorriso forçado que você dá quando cheio de confiança diz ao seu chefe que não tem problema.
O amigo leitor não ache que o calafrio ou o aborrecimento se deu pela falta de domínio do conteúdo que precisaria ser trabalhado com os alunos. Sociologia da Educação é uma das disciplinas que tenho razoável conhecimento. O problema é que eu já estava pronto para ir ao Barradão, a camisa da sorte já estava até dentro da mochila, a minha camisa da sorte é uma réplica de pano do título estadual de 1990, só esperando o fim do expediente para ser vestida.
Como a aula inicia às 18:30 e só se encerra as 22 horas, pensei em depois de explanar um pouco sobre alguns conceitos de Emile Durkhein passar uma atividade de cinco perguntas e liberar os alunos após o encerramento do questionário. O tempo foi passando e, as mentes ávidas do amanhã não terminavam a atividade. Felizmente um aluno percebendo a minha angústia, me chamou no canto da sala e disse que já vencíamos por um a zero, antes que tirasse o sorriso da boca, ele mostrou a tela do celular onde apontava o nosso segundo gol.
Depois disso não se passava um único minuto sem que eu olhasse para o abençoado em busca de mais uma informação sobre o jogo, apenas quando ele me entregou a sua atividade, já por volta das 21:40, foi que ele me disse que havíamos feito o terceiro gol. Ao término da aula corri para o primeiro bar que tinha uma TV ligada e passei o segundo tempo inteiro pensando se o ordinário está esperando que a boa ação em me informar o andamento do jogo lhe renda uma boa avaliação na atividade de sala.
Alex Oliveira, de Salvador, torcedor do Vitória e amigo do Blog.
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