domingo, 4 de dezembro de 2016

Mário Sérgio Pontes de Paiva: sem igual

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O conduzir leve com a perna esquerda, um drible no vento e o toque sutil na bola. Mário Sérgio foi um dos maiores meias da história do futebol brasileiro. Sua principal característica, o trato com a bola, marcou sua carreira. A habilidade da perna esquerda fez do "Vesgo" um dos meias mais admirados do país. O apelido foi dado pela mania de dar passes para um lado e olhar para o outro, como um ilusionista, com truques encantadores que mal se podem explicar.

De personalidade forte e futebol singular, Mário Sérgio foi revelado pelo Flamengo. Foi no Vitória, porém, que começou a se destacar com a mágica perna esquerda. Voltou ao Rio de Janeiro para fazer parte da histórica Máquina Tricolor, no Fluminense, e ainda passou por Botafogo e Rosário Central, da Argentina, antes de encontrar um lar como jogador de futebol: Porto Alegre.

No Internacional, foi peça-chave na conquista do Brasileiro de 1979, de forma invicta. Formou um trio de meio-campo com os grandes Falcão e Batista. Encantou colorados e, quatro anos depois, conquistou o respeito e a admiração dos tricolores gaúchos. Bancado pelo amigo Valdir Espinosa, chegou ao Grêmio em 1983 para a disputa do Mundial Interclubes. Contra o Hamburgo, lançou mão de seu arsenal de dribles e passes, fundamentais na conquista do título.

Pela Seleção Brasileira, foram oito partidas, com cinco vitórias, um empate e duas derrotas. Mas os números não dão a noção exata da categoria de Mário Sérgio, que esteve entre os jogadores observados por Telê Santana para disputar a Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Após encerrar a carreira como jogador, foi treinador de futebol por mais de duas décadas, em clubes como Botafogo, Internacional, Corinthians e São Paulo. Também atuou como comentarista esportivo.

O futebol mundial amanheceu em luto na última terça-feira. Entre as 71 vítimas do acidente aéreo com o avião da Chapecoense, em Medellin, estava Mário Sérgio, que tinha 66 anos. Ele viajava a trabalho, como comentarista do jogo entre a equipe catarinense e Atlético Nacional. 

Texto originalmente publicado no site oficial da CBF

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