domingo, 18 de dezembro de 2016

Estudiosos ou Boleiros, qual o melhor técnico de futebol?

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O que é ser um “Técnico de Futebol”? Como medir a sua qualidade? Precisa ser Graduado em uma Escola de Treinadores? Precisa ser jovem e ter o discurso rebuscado? Será mesmo necessário verticalizar o jogo ou hierarquizar o sistema tático como dizia o técnico Charles logo após voltar da Alemanha onde foi fazer estágio? Ou a simplicidade em pessoa, como Givanildo Oliveira já basta?  Essas indagações constantemente aparecem para aqueles que amam o Esporte / Produto Futebol e entrou em pauta quando Renato Gaúcho de forma irônica, andou dizendo quem sabe vai para praia, quem não sabe vai estudar na Europa.

O futebol baiano tem casos, em épocas remotas, aonde até o presidente o Leônico, o veterinário João Olímpio Guimarães Filho foi treinador e com relativo sucesso e ainda foi eleito o melhor técnico do ano pela imprensa de Salvador em um Campeonato Baiano onde Zezé Moreira e Aimoré Moreira, (sendo que o segundo ex-goleiro e técnico da Seleção Brasileira campeã do mundo em 62) treinavam o Bahia e Vitória, respectivamente.  Outro exemplo curioso, aconteceu em 84 quando Osni, um dos maiores jogadores que passou pelo Bahia foi campeão jogando e treinando o tricolor de aço ao mesmo tempo,

O Bahia, no final da década de 60

O Bahia, no final da década de 60, teve um treinador (Dom Manuel Agustín Fleitas Solich,) que “arrumou” o time apesar de que, aparentemente, não entendesse muita coisa do riscado. Dizem até que o paraguaio dormia sentado no banco de reservas. Acredito que nesses exemplos acima, nenhum deles passou necessariamente por uma Escola que não fosse a da Vida. Outra curiosidade é que CBF tem como um dos seus professores nos programas de qualificação de profissionais de futebol, o ex-técnico Ricardo Drubscky que pode até a ser um grande professor, mas foi um péssimo aluno já que não avançou na carreira que pretende aperfeiçoar, ainda que tenha diversos livros publicados sobre o tema futebol. Hoje Ricardo Drubscky é diretor de futebol do América-MG

Historicamente o Futebol tem a necessidade de além dos jogadores, ter alguém que não joga, mas que faz o time jogar. Para ser um Técnico necessário se torna que o sujeito entenda do riscado, que entenda da vida de um jogador profissional, enfim alguém que consiga ajustar as coisas para que o time apresente um determinado esquema nas 4 linhas.

Acredito que para ser um bom técnico de futebol, se faz necessário ter um amplo conhecimento do seja armar um time e, acima de tudo, compreender a rotina dos jogadores visando à harmonia no grupo. Um bom técnico tem que ter alguns atributos meio de um psicólogo aliado a uma forte dose de uma condição conciliadora.

Estudar o Futebol talvez sempre seja algo possível, mas o técnico não precisará ter um diploma de conclusão em um curso de aplicação no Futebol. O Futebol é algo extraordinário e com uma ampla gama de fatores exógenos que podem interferir no resultado dentro do campo. O bom Técnico é aquele que, além de ser um bom estrategista e disciplinador, seja capaz de captar e resolver os problemas durante os, pelo menos, 45 minutos iniciais.

Ter um bom elenco à sua disposição também serve de um bom alicerce para que o treinador tenha um almejado sucesso dentro de uma equipe. Ser técnico bom e ter um elenco fraco, com jogadores de qualidade duvidosa, um preparador físico que não seja um bom profissional, não fará com que essa qualidade seja exteriorizada nas 4 linhas. Ser um bom técnico, portanto, exige que a soma de outros fatores estejam atuando de forma favorável.

Finalizando, ainda que entendendo que “estudar” o futebol será sempre algo interessante, cito alguns exemplos de times que jogaram maravilhosamente: Seleção de 70, o Flamengo na década de 80-90 e o time do São Paulo da década passada, entre outros poderiam ser campeões sem ter necessariamente um bom técnico. 

Paulinho Fernando - Torcedor do Bahia, tricolor, amigo e colaborador do BLOG 

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