Afastado do elenco principal do Bahia por opção acertada da direção do Bahia, o atacante Thiago Ribeiro que hoje treina em separado do grupo, concedeu entrevista ao jornalista Bruno Queiroz publicada neste sábado no Jornal Correio da Bahia. Nela o jogador trás suas razões. Alega que chegou com pré-temporada comprometida e que chegou ao Bahia sem ritmo de jogo. Admite que não rendeu o que podia no clube e um dos motivos foi a depressão. Alega que tem salários atrasados, não pretende pedi para sair e finaliza garantindo que hoje está pronto e motivado para voltar a vestir a camisa do Bahia, mas que não foi procurado pela direção do clube neste sentindo.
Veja a entrevista
Veja a entrevista
Como avalia seu desempenho nesse tempo de Bahia?
Foram três meses no Bahia, cheguei aqui no finalzinho de março, início de abril, então foram três meses no elenco e a verdade é que cheguei com a pré-temporada comprometida. Tive uma lesão no Atlético-MG que me deixou 40 dias sem jogar. Interrompeu minha pré-temporada no meio, então cheguei aqui totalmente sem ritmo de jogo. Acredito que a parte física foi o que pesou pra mim. Me atrapalhou muito na questão de demorar para entrar no ritmo de jogo. Hoje em dia, eu penso que o jogador pode ter a qualidade técnica que for. Se fisicamente ele não estiver preparado para suportar a correria que é o futebol, fica complicado. Meu rendimento foi bem abaixo do que eu posso. Diria que não chegou nem próximo do que eu posso render.
Você chegou no último dia de inscrição para o Campeonato Baiano, na reta final de competições. Isso te prejudicou?
Acho que não. Posso dizer com 100% de certeza que a questão física foi o principal problema para que eu não rendesse o que eu podia. Tive uma lesão de grau 2, no posterior da coxa, num torneio na Flórida, pelo Atlético, no jogo contra o Corinthians. Foi uma lesão até estranha, que não senti nada, depois vi que tinha a lesão. Acabou pesando para que não conseguisse desempenhar o futebol que todos esperavam.
No ano passado, no Atlético, você participou de 33 dos 38 jogos na Série A. Considera ter feito uma temporada boa?
Se eu tivesse que dar uma nota para a minha temporada no Atlético, daria uma nota seis. Seis é uma nota regular. Eu poderia ter feito mais no Atlético, porém... Nesses quase dois últimos anos, eu estava bem abaixo da minha questão física. Pode-se dizer que no Atlético eu fiz um campeonato bom. Fiz nove gols no Brasileiro, fui o vice-artilheiro do time, sem contar que eu não era o batedor de pênalti. O Lucas Pratto era o batedor de pênalti e fez 13. Então pode-se dizer que no futebol o que conta são os números, né? Não são números ruins. Como falei, desde outubro de 2014, no fim da minha trajetória no Santos, passei por problemas sérios, problemas de depressão e isso me atrapalhou muito. Sempre fui um jogador de muito vigor físico, explosão, resistência, sempre fui muito elogiado quando o Oswaldo (de Oliveira) era treinador do Santos. Acabei perdendo força, velocidade e psicologicamente o jogador perde a vontade, a motivação. Por isso que digo que esses números meus no Atlético foram bons números. Para um jogador que não estava motivado, que estava passando por uma depressão muito forte, consegui ter números bons. Só que aqui no Bahia foi onde eu mais senti a questão física. Há três meses que estou afastado, foi no começo de julho. Nesses três meses tive tempo para treinar. Hoje, consegui superar a depressão, que é uma coisa que envolve questão espiritual.
A depressão se deu por conta de algum problema particular?
Não. Comecei a passar por isso em outubro de 2014. É que antes eu procurava não falar sobre isso, pois hoje superei, estou bem, motivado, com vontade. Antes evitava falar, não tocava nesse assunto, porque é uma coisa complicada, né? Muito delicada. Lá no Santos mesmo, só algumas pessoas sabiam disso. A psicóloga, algumas pessoas lá, jogadores... Só quem passa por isso sabe o quanto é complicado. Um jogador sem motivação, sem vontade, que do dia pra noite perde a alegria de fazer o que mais gosta. Isso influencia em tudo, né? Hoje estou recuperado. Treino à parte, como todos sabem, porém me sinto normal fisicamente, como sempre fui. Me sinto com resistência, me sinto alegre pra jogar.
Como você foi comunicado do afastamento?
Foi depois do jogo do Vila Nova (no dia 5 de julho, derrota por 1x0 na Fonte Nova). Parece que primeiro o pessoal do Bahia, o Nei Pandolfo (diretor de futebol), comunicou ao meu empresário pra falar. Depois ele me mandou mensagem, no dia seguinte. Até fui lá, a gente conversou. Aí falaram que não tinha dado certo, né? Que eles decidiram tomar essa decisão de afastar a mim e outros jogadores. Falei que entendia, respeitava, que iria cumprir a minha obrigação com o clube. No início falaram para vir em horários alternados da programação do elenco. Hoje treino no mesmo horário, mas não com o elenco. Treino com jogadores que estão em transição, às vezes trazem uns jogadores do sub-20 para fazer um treino de posse de bola, um joguinho, campo reduzido.
Você teve problema com alguém do clube?
Não tive problema nenhum. O fato de eu não ter conseguido render o que posso não teve relação com jogador, ninguém da comissão, nada, nada, nada. O grande empecilho foi justamente a questão física. Por causa da questão da depressão. Pode-se dizer que tem coisa de uns três meses, desde que fui afastado, que me sinto normal, fisicamente falando. Com alegria para treinar, com vontade de jogar, feliz. Antes perdia a alegria, a felicidade de jogar, tudo devido à depressão. Isso é uma coisa que a gente houve falar muito de casos, né? Realmente fiquei muito abatido, muito triste, não tinha vontade de nada. Pode-se dizer que 100% do fato de não ter conseguido render foi devido a esses problemas na minha parte física e motivacional.
Como foi o tratamento?
No início, ainda no Santos, tomei algumas medicações para acalmar, né? Pra dormir, pra pessoa ficar tranquila, pois estava com dificuldade de dormir, de alimentação... No Santos, cheguei a perder sete quilos. Estava com 76kg e cheguei a baixar para 69kg. Dava três voltas no campo trotando e era como se tivesse jogado 90 minutos, de como eu ficava cansado. Então abalou muito mesmo. Só minha família, que acompanhou e viu de perto, para saber como foi difícil. Não é fácil um jogador passar por isso. Entrar em campo para jogar sendo que não está motivado. Mas tive ali um tratamento de uns 6 a 9 meses, que comecei em outubro. Pode-se dizer que, na metade de 2015, cortei as medicações e parei com tudo isso. Se não me engano foram 9 meses o tempo de tratamento e só. Posso dizer com 100% de certeza que o remédio em si, para mim, não sentia efeito. Tomava o remédio pra dormir e não dava sono. Tomava o remédio pra ficar mais calmo e não conseguia ficar calmo. Quem realmente me fez sair disso foi Deus.
Recentemente, o presidente Marcelo Sant’Ana deu uma entrevista numa rádio reabrindo as portas do clube para você. Ainda pensa em jogar no Bahia nessa temporada?
Deixar claro só uma coisa: desde que fui afastado, em nenhum momento conversei nada com ninguém da diretoria, ninguém me procurou para falar nada sobre uma volta. Até vi essa entrevista do presidente, mas digamos assim, diretamente pra mim ninguém falou nada. Estou muito motivado. Aquele desânimo, aquela falta de alegria, de felicidade para fazer o que eu mais amo que é o futebol, que convivi ali da reta final do Santos, durante o tempo que fiquei no Atlético e pegando o início do Bahia, foi uma fase bem difícil mesmo. Não sentia alegria para nada. Era desânimo total, tristeza, uma depressão forte mesmo. Hoje graças a Deus me sinto alegre, feliz. Fisicamente, que é o principal para jogar futebol, me sinto preparado. Não tenho dúvida que se o Bahia quiser me reintegrar, vou conseguir render 100%, pois superei aquilo que me atrapalhava. Tenho mais um ano de contrato com o Santos, até dezembro de 2017. Pode ser que me reapresente no Santos, mas não sei se fico. Ou talvez já fecho com outro clube antes de janeiro e termino 2016 sabendo onde vou jogar ano que vem. Mas estou tranquilo em relação a isso, pois minha alegria e felicidade é saber que estou bem.
Durante esse período afastado, seu salário continuou sendo pago corretamente?
Quando fui afastado, o Nei (Pandolfo) comentou comigo que iriam cumprir o compromisso certinho enquanto ficasse aqui. Como saí do Atlético e meu passe retornou pro Santos e o Santos me reemprestou ao Bahia, pra Fifa conta que este ano joguei no Atlético, no Santos e no Bahia. Ou seja, apareceram clubes do Brasil e do exterior interessados em mim durante esse tempo que estou afastado, mas, por já ter feito três transferências, vetaram. A questão do salário me garantiram que iriam pagar em dia. Um mês acabaram atrasando a carteira, uns dez dias mais ou menos, só que depois pagaram. Então nesses três meses, dois meses pagaram a carteira em dia e um atrasaram dez dias. Só que, por exemplo, até hoje, desde que fui afastado, não recebi o salário de imagem ainda. Três meses já vão completar de salário de imagem atrasado. Não estão pagando. Por exemplo, só eu não recebi a imagem nesses meses. Porque eu sei que os outros jogadores receberam em dia, sem problema nenhum. O salário de imagem não me pagaram.
Você pensou em procurar o Bahia e tomar a iniciativa para pedir uma reintegração ou não?
Acho que não cabe a mim fazer isso, porque com vontade de jogar eu estou, motivado pra jogar eu estou, mas foi uma decisão do clube de me afastar. Quem tem que ter o interesse é o clube. Posso ter o interesse de falar com alguém da diretoria e eles dizerem: ‘Não, você está afastado’. Para mim é uma situação difícil. Sou jogador do Bahia até dezembro. Então, a diretoria, o presidente, o diretor, alguém relacionado à diretoria, se tiver interesse na minha volta, tem que me comunicar. Sou funcionário do clube e tenho que estar à disposição. Então acredito que o fato de eu ir procurar não cabe, pois sou funcionário. E como se diz, funcionário não dá ordem ao patrão, recebe ordem. Eu estou à disposição. Se contarem comigo, estarei motivado para jogar.
Você teve um contato curto com Guto Ferreira, em três jogos. Ele chegou a conversar com você ou não interferiu na decisão da diretoria?
Ele conversou comigo só uma vez, coisa de alguns segundos, só pra dizer que a decisão não partiu dele, que ele tinha acabado de chegar no clube e que era uma coisa da diretoria.
Quais seus planos então daqui pra frente?
Meu plano é desempenhar o meu futebol como sempre fiz, sei do meu potencial, da minha qualidade, do talento que Deus me deu. Então meu plano é esse, jogar futebol com alegria como sempre fiz, motivado. Meu plano é fazer o meu melhor.
Você tem algo a dizer à torcida do Bahia, até pelo fato de sua contratação ter gerado bastante expectativa e o retorno não ter sido o esperado?
O que eu poderia dizer ao torcedor é que claro que a gente fica triste por não ter rendido aquilo que todos esperavam, né? Como disse, passei por muitos problemas. Eu fico triste porque queria ter jogado, ter feito muitos gols, ajudado o clube a ganhar os títulos que já ficaram pra trás e também a subir, que ainda tem chance de subir, está ali muito próximo do G4. Então fica essa tristeza por não ter rendido o que posso. Vou desejar sempre o melhor para o Bahia, subir para a Série A, alcançar uma das quatro vagas, até porque tenho amigos lá dentro e a gente sempre quer o melhor para os companheiros. Se conseguir voltar a jogar, vou procurar dar a minha contribuição no campo, senão vou ficar na torcida para que tudo vá bem.
Tem assistido aos jogos do Bahia na Série B?
Assisto, mas nem todos. Alguns assisti. Mas desde que fui afastado, acredito que assisto menos. Ou seja, pela quantidade de jogos que se teve de lá pra cá, foi menos da metade.
Com quem você mora aqui? Como está sendo a estadia em Salvador?
Moro com minha família. Minha mãe, meu pai, tem uma tia também que veio ajudar minha mãe aqui. Tem uma moça que trabalha com a gente e mora aqui também. Desde que eu vim pro Bahia, ela está aqui acompanhando minha mãe, né? Sempre gostei de ter meus pais perto na minha carreira. Só no Bordeaux, da França, e no Cagliari, da Itália, que eles não moraram comigo. Mas em todos os outros clubes que joguei, levei eles, porque não sou casado ainda. Morar sozinho não é muito legal.
Foram três meses no Bahia, cheguei aqui no finalzinho de março, início de abril, então foram três meses no elenco e a verdade é que cheguei com a pré-temporada comprometida. Tive uma lesão no Atlético-MG que me deixou 40 dias sem jogar. Interrompeu minha pré-temporada no meio, então cheguei aqui totalmente sem ritmo de jogo. Acredito que a parte física foi o que pesou pra mim. Me atrapalhou muito na questão de demorar para entrar no ritmo de jogo. Hoje em dia, eu penso que o jogador pode ter a qualidade técnica que for. Se fisicamente ele não estiver preparado para suportar a correria que é o futebol, fica complicado. Meu rendimento foi bem abaixo do que eu posso. Diria que não chegou nem próximo do que eu posso render.
Você chegou no último dia de inscrição para o Campeonato Baiano, na reta final de competições. Isso te prejudicou?
Acho que não. Posso dizer com 100% de certeza que a questão física foi o principal problema para que eu não rendesse o que eu podia. Tive uma lesão de grau 2, no posterior da coxa, num torneio na Flórida, pelo Atlético, no jogo contra o Corinthians. Foi uma lesão até estranha, que não senti nada, depois vi que tinha a lesão. Acabou pesando para que não conseguisse desempenhar o futebol que todos esperavam.
No ano passado, no Atlético, você participou de 33 dos 38 jogos na Série A. Considera ter feito uma temporada boa?
Se eu tivesse que dar uma nota para a minha temporada no Atlético, daria uma nota seis. Seis é uma nota regular. Eu poderia ter feito mais no Atlético, porém... Nesses quase dois últimos anos, eu estava bem abaixo da minha questão física. Pode-se dizer que no Atlético eu fiz um campeonato bom. Fiz nove gols no Brasileiro, fui o vice-artilheiro do time, sem contar que eu não era o batedor de pênalti. O Lucas Pratto era o batedor de pênalti e fez 13. Então pode-se dizer que no futebol o que conta são os números, né? Não são números ruins. Como falei, desde outubro de 2014, no fim da minha trajetória no Santos, passei por problemas sérios, problemas de depressão e isso me atrapalhou muito. Sempre fui um jogador de muito vigor físico, explosão, resistência, sempre fui muito elogiado quando o Oswaldo (de Oliveira) era treinador do Santos. Acabei perdendo força, velocidade e psicologicamente o jogador perde a vontade, a motivação. Por isso que digo que esses números meus no Atlético foram bons números. Para um jogador que não estava motivado, que estava passando por uma depressão muito forte, consegui ter números bons. Só que aqui no Bahia foi onde eu mais senti a questão física. Há três meses que estou afastado, foi no começo de julho. Nesses três meses tive tempo para treinar. Hoje, consegui superar a depressão, que é uma coisa que envolve questão espiritual.
A depressão se deu por conta de algum problema particular?
Não. Comecei a passar por isso em outubro de 2014. É que antes eu procurava não falar sobre isso, pois hoje superei, estou bem, motivado, com vontade. Antes evitava falar, não tocava nesse assunto, porque é uma coisa complicada, né? Muito delicada. Lá no Santos mesmo, só algumas pessoas sabiam disso. A psicóloga, algumas pessoas lá, jogadores... Só quem passa por isso sabe o quanto é complicado. Um jogador sem motivação, sem vontade, que do dia pra noite perde a alegria de fazer o que mais gosta. Isso influencia em tudo, né? Hoje estou recuperado. Treino à parte, como todos sabem, porém me sinto normal fisicamente, como sempre fui. Me sinto com resistência, me sinto alegre pra jogar.
Como você foi comunicado do afastamento?
Foi depois do jogo do Vila Nova (no dia 5 de julho, derrota por 1x0 na Fonte Nova). Parece que primeiro o pessoal do Bahia, o Nei Pandolfo (diretor de futebol), comunicou ao meu empresário pra falar. Depois ele me mandou mensagem, no dia seguinte. Até fui lá, a gente conversou. Aí falaram que não tinha dado certo, né? Que eles decidiram tomar essa decisão de afastar a mim e outros jogadores. Falei que entendia, respeitava, que iria cumprir a minha obrigação com o clube. No início falaram para vir em horários alternados da programação do elenco. Hoje treino no mesmo horário, mas não com o elenco. Treino com jogadores que estão em transição, às vezes trazem uns jogadores do sub-20 para fazer um treino de posse de bola, um joguinho, campo reduzido.
Você teve problema com alguém do clube?
Não tive problema nenhum. O fato de eu não ter conseguido render o que posso não teve relação com jogador, ninguém da comissão, nada, nada, nada. O grande empecilho foi justamente a questão física. Por causa da questão da depressão. Pode-se dizer que tem coisa de uns três meses, desde que fui afastado, que me sinto normal, fisicamente falando. Com alegria para treinar, com vontade de jogar, feliz. Antes perdia a alegria, a felicidade de jogar, tudo devido à depressão. Isso é uma coisa que a gente houve falar muito de casos, né? Realmente fiquei muito abatido, muito triste, não tinha vontade de nada. Pode-se dizer que 100% do fato de não ter conseguido render foi devido a esses problemas na minha parte física e motivacional.
Como foi o tratamento?
No início, ainda no Santos, tomei algumas medicações para acalmar, né? Pra dormir, pra pessoa ficar tranquila, pois estava com dificuldade de dormir, de alimentação... No Santos, cheguei a perder sete quilos. Estava com 76kg e cheguei a baixar para 69kg. Dava três voltas no campo trotando e era como se tivesse jogado 90 minutos, de como eu ficava cansado. Então abalou muito mesmo. Só minha família, que acompanhou e viu de perto, para saber como foi difícil. Não é fácil um jogador passar por isso. Entrar em campo para jogar sendo que não está motivado. Mas tive ali um tratamento de uns 6 a 9 meses, que comecei em outubro. Pode-se dizer que, na metade de 2015, cortei as medicações e parei com tudo isso. Se não me engano foram 9 meses o tempo de tratamento e só. Posso dizer com 100% de certeza que o remédio em si, para mim, não sentia efeito. Tomava o remédio pra dormir e não dava sono. Tomava o remédio pra ficar mais calmo e não conseguia ficar calmo. Quem realmente me fez sair disso foi Deus.
Recentemente, o presidente Marcelo Sant’Ana deu uma entrevista numa rádio reabrindo as portas do clube para você. Ainda pensa em jogar no Bahia nessa temporada?
Deixar claro só uma coisa: desde que fui afastado, em nenhum momento conversei nada com ninguém da diretoria, ninguém me procurou para falar nada sobre uma volta. Até vi essa entrevista do presidente, mas digamos assim, diretamente pra mim ninguém falou nada. Estou muito motivado. Aquele desânimo, aquela falta de alegria, de felicidade para fazer o que eu mais amo que é o futebol, que convivi ali da reta final do Santos, durante o tempo que fiquei no Atlético e pegando o início do Bahia, foi uma fase bem difícil mesmo. Não sentia alegria para nada. Era desânimo total, tristeza, uma depressão forte mesmo. Hoje graças a Deus me sinto alegre, feliz. Fisicamente, que é o principal para jogar futebol, me sinto preparado. Não tenho dúvida que se o Bahia quiser me reintegrar, vou conseguir render 100%, pois superei aquilo que me atrapalhava. Tenho mais um ano de contrato com o Santos, até dezembro de 2017. Pode ser que me reapresente no Santos, mas não sei se fico. Ou talvez já fecho com outro clube antes de janeiro e termino 2016 sabendo onde vou jogar ano que vem. Mas estou tranquilo em relação a isso, pois minha alegria e felicidade é saber que estou bem.
Durante esse período afastado, seu salário continuou sendo pago corretamente?
Quando fui afastado, o Nei (Pandolfo) comentou comigo que iriam cumprir o compromisso certinho enquanto ficasse aqui. Como saí do Atlético e meu passe retornou pro Santos e o Santos me reemprestou ao Bahia, pra Fifa conta que este ano joguei no Atlético, no Santos e no Bahia. Ou seja, apareceram clubes do Brasil e do exterior interessados em mim durante esse tempo que estou afastado, mas, por já ter feito três transferências, vetaram. A questão do salário me garantiram que iriam pagar em dia. Um mês acabaram atrasando a carteira, uns dez dias mais ou menos, só que depois pagaram. Então nesses três meses, dois meses pagaram a carteira em dia e um atrasaram dez dias. Só que, por exemplo, até hoje, desde que fui afastado, não recebi o salário de imagem ainda. Três meses já vão completar de salário de imagem atrasado. Não estão pagando. Por exemplo, só eu não recebi a imagem nesses meses. Porque eu sei que os outros jogadores receberam em dia, sem problema nenhum. O salário de imagem não me pagaram.
Você pensou em procurar o Bahia e tomar a iniciativa para pedir uma reintegração ou não?
Acho que não cabe a mim fazer isso, porque com vontade de jogar eu estou, motivado pra jogar eu estou, mas foi uma decisão do clube de me afastar. Quem tem que ter o interesse é o clube. Posso ter o interesse de falar com alguém da diretoria e eles dizerem: ‘Não, você está afastado’. Para mim é uma situação difícil. Sou jogador do Bahia até dezembro. Então, a diretoria, o presidente, o diretor, alguém relacionado à diretoria, se tiver interesse na minha volta, tem que me comunicar. Sou funcionário do clube e tenho que estar à disposição. Então acredito que o fato de eu ir procurar não cabe, pois sou funcionário. E como se diz, funcionário não dá ordem ao patrão, recebe ordem. Eu estou à disposição. Se contarem comigo, estarei motivado para jogar.
Você teve um contato curto com Guto Ferreira, em três jogos. Ele chegou a conversar com você ou não interferiu na decisão da diretoria?
Ele conversou comigo só uma vez, coisa de alguns segundos, só pra dizer que a decisão não partiu dele, que ele tinha acabado de chegar no clube e que era uma coisa da diretoria.
Quais seus planos então daqui pra frente?
Meu plano é desempenhar o meu futebol como sempre fiz, sei do meu potencial, da minha qualidade, do talento que Deus me deu. Então meu plano é esse, jogar futebol com alegria como sempre fiz, motivado. Meu plano é fazer o meu melhor.
Você tem algo a dizer à torcida do Bahia, até pelo fato de sua contratação ter gerado bastante expectativa e o retorno não ter sido o esperado?
O que eu poderia dizer ao torcedor é que claro que a gente fica triste por não ter rendido aquilo que todos esperavam, né? Como disse, passei por muitos problemas. Eu fico triste porque queria ter jogado, ter feito muitos gols, ajudado o clube a ganhar os títulos que já ficaram pra trás e também a subir, que ainda tem chance de subir, está ali muito próximo do G4. Então fica essa tristeza por não ter rendido o que posso. Vou desejar sempre o melhor para o Bahia, subir para a Série A, alcançar uma das quatro vagas, até porque tenho amigos lá dentro e a gente sempre quer o melhor para os companheiros. Se conseguir voltar a jogar, vou procurar dar a minha contribuição no campo, senão vou ficar na torcida para que tudo vá bem.
Tem assistido aos jogos do Bahia na Série B?
Assisto, mas nem todos. Alguns assisti. Mas desde que fui afastado, acredito que assisto menos. Ou seja, pela quantidade de jogos que se teve de lá pra cá, foi menos da metade.
Com quem você mora aqui? Como está sendo a estadia em Salvador?
Moro com minha família. Minha mãe, meu pai, tem uma tia também que veio ajudar minha mãe aqui. Tem uma moça que trabalha com a gente e mora aqui também. Desde que eu vim pro Bahia, ela está aqui acompanhando minha mãe, né? Sempre gostei de ter meus pais perto na minha carreira. Só no Bordeaux, da França, e no Cagliari, da Itália, que eles não moraram comigo. Mas em todos os outros clubes que joguei, levei eles, porque não sou casado ainda. Morar sozinho não é muito legal.
Nenhum comentário :
Postar um comentário