terça-feira, 7 de junho de 2016

Após punição, Torcida Bamor divulga nota e se defende

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Comunicamos a todos os associados da Torcida Organizada Bamor que hoje, através de uma reunião realizada no Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (BEPE), tomamos conhecimento da sanção disciplinar referente ao fato ocorrido com uma Organizada do Bahia, a punição foi devidamente passada pelo Ten Cel PM Saulo Roberto Costa dos Santos, onde estaremos proibidos de frequentar eventos desportivos trajando quaisquer adereços, faixas, bem como instrumentos musicais durante o período de 180 dias, a contar desta data.

Sempre seguimos a risca todas as orientações e determinações do ministério público e de todas as autoridades responsáveis pelos eventos esportivos, colaborando da melhor maneira para um cenário de redução da violência nas praças esportivas, vamos mais além, no nosso dia-a-dia realizamos um papel que nunca foi nosso, e sim do estado, o papel de conscientizar e orientar todos os associados de que a violência jamais levará a algum lugar, executamos palestras, eventos sociais, fazemos doações, expomos a importância da solidariedade e o mais importante, o principal objetivo de uma organizada, que são as festas nas arquibancadas e o apoio ao time do coração.

Jamais aceitamos e aceitaremos torcedores que vão de encontro à ideologia pregada pela diretoria BAMOR, queremos a paz nos estádios e somos totalmente contra os fatos lamentáveis ocorridos após o jogo Bahia x Náutico na Arena Fonte Nova, vale salientar que repudiamos veemente a sanção disciplinar nos comunicada hoje, baseado em alguns questionamentos importantes, são eles:

O problema da violência está realmente enraizado nas organizadas?
É justo que a maioria pague pelos atos de alguns?
Por que as autoridades preferem punir de forma coletiva, ao invés de procurar os culpados individualmente?

Quem será o culpado caso ocorram novos casos de violência?
A solução dos problemas de violência nos estádios e nos seus arredores são punições como estas?

Muitos vão parar e pensar sobre os questionamentos acima e lógico muitas opiniões vão ser expostas, mas vamos a alguns fatos importantes que os ajudaram há refletir um pouco mais sobre a punição e a violência no país. O Brasil sempre foi considerado um país violento, atingindo em 2014 uma marca recorde de 59.627 mil homicídios, uma alta de 21,9% em comparação a 2003, onde foram registrados 48.909 óbitos, a Bahia está entre os estados com maior escalada na violência, com um aumento de 132,6% em 2015, dados como estes mostram o descaso do governo e a falta de politicas públicas voltadas para diminuição destas estatísticas, como por exemplo, investimentos em educação, segurança pública, reforma no judiciário, combate efetivo ao tráfico de drogas, reforma no sistema prisional, dentre outros.

As autoridades precisam entender que não é o futebol que está assim, é o nosso país, não precisamos ir muito longe, há poucos dias vivenciamos fatos lamentáveis como o estrupo coletivo no Rio de Janeiro e a morte de um garoto de 10 anos pela polícia, pois o mesmo estava portando uma arma e assaltando, lógico que o estado tem uma parcela de culpa em ambos os casos. O fato é que o problema não está enraizado nas torcidas organizadas e a punição das mesmas não será a solução do problema.

A elitização e modernização dos palcos esportivos é uma tentativa fracassada da redução de estatísticas de violência nos estádios, há pouco tempo tivemos mais um fato lamentável no mundo das organizadas, a extinção de três torcidas do Ceará após decisão judicial, o que em nossa opinião não mudará em nada o grande problema que o país vive, pois enquanto as autoridades não enxergarem que as mudanças estão nas políticas públicas básicas, o país continuará um caos.

A punição de toda uma organização por conta de cenas lamentáveis cometidas por alguns indivíduos não é justa, o correto é identificar e punir cada um que cometeu tais atos, pois o trabalho de investigação é da polícia e não da torcida. Não somos e nem seremos “bucha de canhão” para ninguém, vamos procurar os nossos direitos e esperamos que durante nossa punição não ocorra atos de violência, pois a Bamor como um todo não poderá ser a culpada da vez.

Para nossos associados e simpatizantes continuaremos trabalhando por uma Bamor cada vez melhor, lutando pela paz e fazendo as festas nas arquibancadas, lembrem-se todos, podem proibir nossos materiais, mas jamais calarão as nossas vozes.

Sem mais para o momento,
Diretoria - Torcida Organizada Bamor.

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