terça-feira, 19 de abril de 2016

O Bahia do brilho dos tempos da brilhantina.

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Li aqui, neste sempre querido blog, um torcedor rubro-negro, com procedentes razões, afirmando que a torcida do Bahia vive dos tempos da brilhantina. Ecos destes tempos sempre estarão presentes, nos ouvidos e visão de, talvez, Eliel Barreto, Dalmo, Dinensen, Radamés, Flávio Andrade, Cláudio Casto, Paulinho Fernando, Lourival de Paula e de tantos outros, que se aproximam ou já se afastaram de meio século de vida.

O pior que me enquadro nesta faixa de geração, onde os tempos eram outros, realmente. Como torcedor do Vitória, sofrimentos, testemunhando o sucesso do Bahia, na antiga Fonte Nova. Época que o Esquadrão não era de água, mas também já tivemos bons times, porém sem títulos nacionais. Verdade.


Garoto, saía da Fonte Nova e passava nos únicos ambientes, para a inicialização sexual. Os famosos 63 da Ladeira da Montanha, Maria da Vovó, Líder da Ladeira da Praça e tantos outros. À noite, sempre TODAS as casas, internamente, com lâmpada vermelha. Até hoje não entendendo, porque o diabo da lâmpada vermelha, aliás, talvez já esteja respondendo, coisas do diabo. Músicas? As profissionais só gostavam de cantores antigos: Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto, o mais novo Waldick Soriano.

Com um copo de cerveja na mão, todo estufado, como um cavalo garanhão buscando o odor do cio . Abraçado com uma das garotas, debruçávamos lá na última janela do 63, da Montanha, com aquela vista maravilhosa da Baia de Todos Santos, mas o show estava no céu. Hoje, a iluminação de uma Metrópole não nos permite ver as estrelas e conversar com elas.

Na época, até as prostitutas nos exigiam o exercício do romantismo. Hoje carente até com sua própria esposa, companheira e namorada. Tudo mudou. Hoje muitas casam com “cavaleiros” e não com cavalheiros. Os torcedores se abraçavam; entravam juntos e saiam juntos, como deve testemunhar o pai de Felipe Costa também. Hoje se agridem.

Na ocasião, saíamos da Fonte Nova e andávamos tarde da noite, pelo centro histórico, na busca das garotas. Não havia assalto. Ainda garoto, na explosão hormonal, saia dos chamados bregas, puteiros, e no primeiro poste, abria a braguilha, para descarregar a bexiga, mas na verdade, era para se exibir, para a natureza, avisando-lhe: aqui é um machão, porra!!!

Obrigado, torcedor que disse viver muitos torcedores do Bahia na época da brilhantina. Fez-me também, com os meus rivais, entrarmos no túnel do tempo. Dos tempos que se fazia serenata, para a nossa amada. Hoje, roubariam o violão ou telefonariam para a SUCOM. Realmente, torcedor, desculpe-me por não recordar de seu nome, mas você tem razão e obrigado. Senti, na pele de Woody Allen, na sua obra de arte, o filme MEIA NOITE EM PARIS, ao reviver o recente passado.

Hoje, talvez, os dirigentes do Bahia queiram buscar nos tempos de sua brilhantina a parte do tapetão, mas se esquecem a imitar o Osório e o Paulo Maracajá, no que se refere a gestão de futebol, contratando jogadores e técnico de seu nível.

Não serei injusto, pois foi o Maracajá que lutou, para o ingresso do Vitória no Clube dos 13, salvo engano, na época. Agora, só falta o Vitória retribuir e ajudar o Bahia, para que ele volte a ter a grandeza que tinha e a melhor forma é a sua direção imitar o “vovô mundico”, o “velhinho” resquício anterior dos tempos da brilhantina.

Muitos jovens dirigentes hoje fogem da brilhantina e adotam o spray fixador da verdade que não tem.


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