terça-feira, 12 de abril de 2016

Novela Mexicana. Episódio de hoje: o contrato e a FIFA

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Finalmente parece estarmos chegando ao fim da Novela Mexicana Nacional rodada na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro. Como disse, desde o primeiro texto sobre o assunto: VICTOR RAMOS JOGOU IRREGULAR E FIM DE PAPO!. O resto é blablablá jurídico rubro-negro com o apoio de ex-jabazeiros inconformados por terem perdido a "boquinha" no Bahia.

O contrato com o time mexicano, logicamente em espanhol (uma das línguas oficiais da FIFA) joga por terra toda a defesa do time baiano. Primeiro expõe o lógico: o contrato foi entre o time mexicano e o baiano, sem citação nenhuma do Palmeiras. Logo, contrato internacional e coloca a FIFA como representante legal. Mas um detalhe ninguém comentou...

A confusão pro Vitória se complica ainda mais quando percebemos a data de assinatura do contrato: 1º DE FEVEREIRO. A contratação foi divulgada oficialmente pelo clube no dia 14/02, conforme este link nos mostra.

Logo, o clube vermelho e preto, passou 45 dias, com o jogador contratado, esperando apenas uma liberação do Monterrey, segundo o seu presidente: “consequentemente para o Monterrey nos transferir o jogador, é necessário essa autorização especial da Fifa”. Veja o link.

Eis o problema. Como a liberação não saiu e a transferência era obviamente internacional, correu-se para FBF e registrou o jogador no dia 16/3, última data válida transferências internacionais. No mesmo dia, o jogador foi inscrito no BID, transferido do Palmeiras para o Monterrey. Aí entrou a FBF no meio do cambalacho. O órgão máximo do futebol Baiano mandou um ofício no dia 16/3 para a CBF "perguntando" se a transferência seria nacional ou internacional. Uma tentativa explícita de burlar as regras da sua própria competição, em benefício de um clube. A CBF não respondeu a tempo e o nome de Victor Ramos apareceu dois dias depois, no BID, saindo do Monterrey para o Vitória. Tudo certo, a FBF mandou um ofício para se resguardar e mesmo sem ter a resposta da CBF, daria um jeitinho por aqui de dizer que é nacional. Afinal, ninguém iria ver. Mas viram.

Aí deu-se o início da novela. Ednaldo Rodrigues, virou advogado de defesa do rubro-negro e nas rádios afirmou que tinha documentos provando a transferência nacional e mostraria no dia seguinte. MENTIU DESCARADAMENTE. O documento que ele afirmou ter, não existia, e no dia seguinte, no site da FBF, apareceu apenas o famoso email gerado após a entrevista, com o final “qq coisa me liga”, do sr. Reynaldo Buzzoni.

Parte da imprensa também virou advogado de defesa do rubro-negro, quando não promotor contra o Bahia. Diziam ter plena convicção de que o Vitória estava certo e o presidente do Bahia com medo de enfrentar o rival. Os rubro-negros vibraram e parte da Torcida Tricolor foi na onda.

O Flamengo de Guanambi entra com ação no TJD-BA que engavetou SEM ANALISAR O MÉRITO DA QUESTÃO. O Bahia entrou com ação no STJD solicitando o expurgo do documento da CBF, enviado posteriormente pelo mesmo diretor Buzzoni. O STJD mandou ofício à FBF quase dando um esporro, mas a FBF dessa vez se declarou INCOMPETENTE para julgar ação da CBF. Rolou o “amistoso” e ontem saiu entrevista pro Jornal A Tarde dizendo que o STJD considera o Vitória absolvido. Meia verdade para acalmar os ânimos. O caso foi arquivado, mas não a denúncia do Bahia contra o documento da CBF que colocaria de novo a história em pauta. E muito menos a ação do Flamengo de Guanambi que pede inclusive, que o STJD assuma o caso no lugar do TJD-BA.

Só esqueceram de “avisar” à FIFA

Como o contrato de empréstimo internacional citou a FIFA a coisa piora ainda mais. Para a FIFA a transação com o Vitória NUNCA OCORREU. É uma transação internacional que não passou pelo TMS. Sendo assim, vejam o que diz o regulamento da FIFA: "O uso do TMS é requisito obrigatório para toda transferência internacional de jogadores profissionais de futebol, e toda inscrição desta categoria que se realizar sem TMS se considerará nula".

Segundo especialistas, se a FIFA não punir o Vitória, irá perder completamente o controle das transações internacionais, pois abrirá uma jurisprudência perigosa.

Em suma, quem esperou uma pizza, meia mexicana, meia baiana, nessa história toda, não deve rolar...

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