Gostaria de agradecer ao amigo Dalmo a oportunidade de voltar a escrever nesse blog que anda cada vez mais tricolor. Não, isso não é culpa de Dalmo nem dos colegas que contribuem com o blog, mas sim de nós Rubro Negros, que por um motivo ou outro preferimos ficar nos comentários. E o assunto não poderia ser outro senão a novela Victor Ramos e o treme treme do “presida” cagão.
Na verdade uma evolução importante é possível verificar. Parece que os dirigentes do Bahia (não tenho o objetivo de provocar como alguns outros colaboradores, portanto nada de sardinha, ou jahia, por favor) deixaram um pouco a covardia de lado e resolveram assumir alguns atos.
Na verdade uma evolução importante é possível verificar. Parece que os dirigentes do Bahia (não tenho o objetivo de provocar como alguns outros colaboradores, portanto nada de sardinha, ou jahia, por favor) deixaram um pouco a covardia de lado e resolveram assumir alguns atos.
Vamos aos fatos
Ficar negando que estava dando todo o suporte ao Flamengo do Guanambi, da mesma forma que usaram o Itapagipe em 99, e no ano passado disseram que partiu do Boa Esporte a troca de mando para Aracaju é muita covardia. Da mesma forma que esperar 10 minutos de jogo para acusar um clube de lançar jogador irregular. Mas enfim, parece que resolveu assumir as calças que veste e entrar, o próprio Bahia, com uma ação para paralisar o campeonato baiano.
Mas porque paralisar um campeonato em que o próprio Bahia tem a melhor campanha e os melhores números em todos os quesitos? Talvez uma análise da história nos faça refletir um pouco, ainda que parte dessa história seja tão antiga que nem ao menos sabemos as motivações de alguns atos.
Iniciamos nos primórdios do futebol com o campeonato baiano de 1938, vencido de forma legítima pelo Botafogo de Salvador. Mas parece que foi difícil aceitar esse final, então resolveram fazer um segundo campeonato baiano em 1938 (sim, em 1938 tivemos 2 campeonatos baianos), e desta vez, sem sobressaltos, o Bahia se tornou campeão. Porque teve o segundo campeonato em um mesmo ano? Confesso que não sei... mas fico na imaginação qual seria a motivação.
Avançamos 2 décadas e chegamos no campeonato baiano de 58. O campeonato que começou em maio de 1958 e seguia em sua normalidade teve o fim do terceiro e último turno, vencido pelo Vitória após bater o rival, em meados de fevereiro de 59. Os dois únicos vencedores de turno fizeram então a final, pasmem, 3 meses após a derrota do Bahia no terceiro turno. Qual a motivação dessa paralisação? Confesso que também não sei, mas da mesma forma posso imaginar.
No ano seguinte, em 59, a situação foi mais curiosa ainda (não sei se o termo mais correto é curiosa... talvez absurda, quem sabe...). O campeonato que começou em junho de 59 teve o terceiro e último turno finalizado em maio de 60. O Vitória vencedor de 2 turnos entrava em vantagem na final contra o Bahia, vencedor de 1 turno, e que não conseguiu vencer um jogo sequer do rival. E o que aconteceu? As finais de 59 começaram a ser disputadas 7 meses depois do final do terceiro turno, em dezembro de 60. O campeonato baiano de 60, já tinha inclusive iniciado. Mas não parou por aí... após 3 jogos em dezembro de 60 e ainda sem ter um campeão, novamente paralisou o campeonato por 3 meses, e a decisão de 59 só veio a acontecer em março de 1961. Está achando que é pouco? Pois o campeonato de 60 já tinha finalizado, e o Bahia enfim conseguiu ser tricampeão antes de ser bi (ou sei lá como pode se definir isso). Mas afinal o importante é que conseguiu vencer.
Porque aconteceu isso?? Mais uma vez não sei...
Como a estratégia estava dando certo, porque não aplicar em outros torneios? E foi assim na Taça Brasil de 59, título que traz tanto orgulho para a torcida do Bahia. Primeiro foi contra o Sport, após levar uma humilhante goleada de 6 a 0. Como no regulamento não havia critério de desempate, houve um terceiro jogo inicialmente marcado para um feriado. Quem toma 6 não deve querer tão cedo voltar a enfrentar o adversário, não é? Pois os dirigentes do Bahia conseguiram adiar o jogo para depois do feriado, e pra completar patrocinaram uma farra com bastante cerveja para os jogadores do Sport. Mais uma vez deu certo!
Na final contra o Santos não poderia ser diferente. Após vencer o primeiro jogo fora e perder o segundo em casa, conseguiu convencer o Santos que a decisão poderia ser feita em um outro momento, indicando que seria bom para o Santos fazer excursões amistosas. E mais uma vez funcionou. O Bahia conseguiu dar condições de jogo a atletas que estavam com problemas, e o Santos se desgastou nos amistosos, inclusive perdendo Pelé para o jogo decisivo.
Avançando mais uma década e voltando pro estadual, agora de 1970, mais uma vez o Bahia ia pra final contra o então melhor time, dessa vez o Itabuna, que acabava de vencer o segundo turno em setembro daquele ano. E mais uma vez as finais só ocorreram alguns meses depois, em dezembro, ficando o Itabuna praticamente parado durante todo esse tempo, virando presa fácil para o adversário.
Enfim chegamos a 99, um caso mais recente e relativamente fresco na memória dos torcedores baiano. O Bahia que tinha acabado de perder o segundo turno pro Vitória, que entrava em vantagem na final, se utilizando de um laranja nos últimos momentos que antecediam a decisão, alegou falta de condições do Barradão e “preferiram” a solução judicial que acabou paralisando o Baianão. E vejam que no jogo de ida tinham vencido por 2 a 0. E o mais irônico de tudo é que poucos dias depois o próprio Bahia enfrentou o Vitória no Barradão (não diziam que não tinha condições?) e perdeu por 2 a 0, desta vez pelo campeonato do nordeste. O final da história todos já sabem... o Bahia mais uma vez conseguiu o título, mesmo sem ter o último jogo.
Pois bem senhores, estamos em 2016 e mais uma vez nos deparamos com a situação do Bahia querer paralisar o campeonato baiano. Não basta a FBF, CBF, TJD dizerem o que é certo. Se não for para paralisar o campeonato (ou em última instancia eliminar o rival que ele não vence a 2 anos), o Bahia vai recorrer até ao Papa. Essa novela que esta atiçando o torcedor baiano (diria eu que está provocando de forma perigosa os dois lados), parece que está longe de acabar. Eu particularmente acho que a probabilidade do Bahia não jogar contra o Vitória, por um motivo ou outro, supera os 90%, ou até que seu time tenha condições de vencer. Já que não é mais possível empurrar a decisão para meses depois, o desfecho está bem próximo da lamentável situação de 99. Como diria o próprio hino do Bahia, “é assim que se resume sua história”.
Mas porque paralisar um campeonato em que o próprio Bahia tem a melhor campanha e os melhores números em todos os quesitos? Talvez uma análise da história nos faça refletir um pouco, ainda que parte dessa história seja tão antiga que nem ao menos sabemos as motivações de alguns atos.
Iniciamos nos primórdios do futebol com o campeonato baiano de 1938, vencido de forma legítima pelo Botafogo de Salvador. Mas parece que foi difícil aceitar esse final, então resolveram fazer um segundo campeonato baiano em 1938 (sim, em 1938 tivemos 2 campeonatos baianos), e desta vez, sem sobressaltos, o Bahia se tornou campeão. Porque teve o segundo campeonato em um mesmo ano? Confesso que não sei... mas fico na imaginação qual seria a motivação.
Avançamos 2 décadas e chegamos no campeonato baiano de 58. O campeonato que começou em maio de 1958 e seguia em sua normalidade teve o fim do terceiro e último turno, vencido pelo Vitória após bater o rival, em meados de fevereiro de 59. Os dois únicos vencedores de turno fizeram então a final, pasmem, 3 meses após a derrota do Bahia no terceiro turno. Qual a motivação dessa paralisação? Confesso que também não sei, mas da mesma forma posso imaginar.
No ano seguinte, em 59, a situação foi mais curiosa ainda (não sei se o termo mais correto é curiosa... talvez absurda, quem sabe...). O campeonato que começou em junho de 59 teve o terceiro e último turno finalizado em maio de 60. O Vitória vencedor de 2 turnos entrava em vantagem na final contra o Bahia, vencedor de 1 turno, e que não conseguiu vencer um jogo sequer do rival. E o que aconteceu? As finais de 59 começaram a ser disputadas 7 meses depois do final do terceiro turno, em dezembro de 60. O campeonato baiano de 60, já tinha inclusive iniciado. Mas não parou por aí... após 3 jogos em dezembro de 60 e ainda sem ter um campeão, novamente paralisou o campeonato por 3 meses, e a decisão de 59 só veio a acontecer em março de 1961. Está achando que é pouco? Pois o campeonato de 60 já tinha finalizado, e o Bahia enfim conseguiu ser tricampeão antes de ser bi (ou sei lá como pode se definir isso). Mas afinal o importante é que conseguiu vencer.
Porque aconteceu isso?? Mais uma vez não sei...
Como a estratégia estava dando certo, porque não aplicar em outros torneios? E foi assim na Taça Brasil de 59, título que traz tanto orgulho para a torcida do Bahia. Primeiro foi contra o Sport, após levar uma humilhante goleada de 6 a 0. Como no regulamento não havia critério de desempate, houve um terceiro jogo inicialmente marcado para um feriado. Quem toma 6 não deve querer tão cedo voltar a enfrentar o adversário, não é? Pois os dirigentes do Bahia conseguiram adiar o jogo para depois do feriado, e pra completar patrocinaram uma farra com bastante cerveja para os jogadores do Sport. Mais uma vez deu certo!
Na final contra o Santos não poderia ser diferente. Após vencer o primeiro jogo fora e perder o segundo em casa, conseguiu convencer o Santos que a decisão poderia ser feita em um outro momento, indicando que seria bom para o Santos fazer excursões amistosas. E mais uma vez funcionou. O Bahia conseguiu dar condições de jogo a atletas que estavam com problemas, e o Santos se desgastou nos amistosos, inclusive perdendo Pelé para o jogo decisivo.
Avançando mais uma década e voltando pro estadual, agora de 1970, mais uma vez o Bahia ia pra final contra o então melhor time, dessa vez o Itabuna, que acabava de vencer o segundo turno em setembro daquele ano. E mais uma vez as finais só ocorreram alguns meses depois, em dezembro, ficando o Itabuna praticamente parado durante todo esse tempo, virando presa fácil para o adversário.
Enfim chegamos a 99, um caso mais recente e relativamente fresco na memória dos torcedores baiano. O Bahia que tinha acabado de perder o segundo turno pro Vitória, que entrava em vantagem na final, se utilizando de um laranja nos últimos momentos que antecediam a decisão, alegou falta de condições do Barradão e “preferiram” a solução judicial que acabou paralisando o Baianão. E vejam que no jogo de ida tinham vencido por 2 a 0. E o mais irônico de tudo é que poucos dias depois o próprio Bahia enfrentou o Vitória no Barradão (não diziam que não tinha condições?) e perdeu por 2 a 0, desta vez pelo campeonato do nordeste. O final da história todos já sabem... o Bahia mais uma vez conseguiu o título, mesmo sem ter o último jogo.
Pois bem senhores, estamos em 2016 e mais uma vez nos deparamos com a situação do Bahia querer paralisar o campeonato baiano. Não basta a FBF, CBF, TJD dizerem o que é certo. Se não for para paralisar o campeonato (ou em última instancia eliminar o rival que ele não vence a 2 anos), o Bahia vai recorrer até ao Papa. Essa novela que esta atiçando o torcedor baiano (diria eu que está provocando de forma perigosa os dois lados), parece que está longe de acabar. Eu particularmente acho que a probabilidade do Bahia não jogar contra o Vitória, por um motivo ou outro, supera os 90%, ou até que seu time tenha condições de vencer. Já que não é mais possível empurrar a decisão para meses depois, o desfecho está bem próximo da lamentável situação de 99. Como diria o próprio hino do Bahia, “é assim que se resume sua história”.
Victor Hugo - Torcedor do Vitória e amigo do BLOG.
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