quinta-feira, 2 de abril de 2015

Sucessão de erros que sucedem sucessivamente sem cessar

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Estava na dúvida do que colocar no título, então, ouvindo o novo CD do cantor brega Falcão, xará do ex-mandatário rubro-negro por mera coincidência, quis fazer uma homenagem, não ao cantor e sim a escolha do não tão novo presidente do Esporte Clube Vitória. Sem zebras e surpresas, dentro da normalidade, a lógica prevaleceu e o resultado largo deu a Raimundo Viana a oportunidade de recolocar o Leão no caminho certo, ou de afundar o barco de vez.

O favoritismo e a confiança de Viana, com o apoio dos ex-presidentes Alexi Portela e Carlos Falcão, era tanta que antes de contabilizar os votos, o novo mandatário já comemorava o resultado, resultado esse não tão aceito por boa parte da nação rubro-negra que pediam mudança. Raimundo Viana não representa uma mudança, mas uma continuidade, um retrocesso do retrocesso, uma decadência crônica. Mudam-se os caranguejos, mas a lama é a mesma. 

O novo presidente era contra a realização de eleições diretas e chegou a presidir a comissão responsável por alterar o estatuto do clube. Figura antiga no futebol baiano, o advogado Raimundo Viana presidiu o Vitória nos anos 70 e também foi presidente da FBF na mesma década, inclusive, acumulando polêmicas e mais polêmicas.  

Uma delas foi em relação à distribuição de ingressos e cortesias visando beneficiamento eleitoral, quando se candidatou a deputado. A revista Placar de 1º de dezembro de 78 destacou: “Tal qual Heleno Nunes fez com o Brasileiro, Raimundo Viana transformou a Federação em comitê eleitoral, oferecendo ingressos e permanentes aos milhares, para os jogos do campeonato, e material esportivo para as ligas do interior”.

O mandatário também foi um dos responsáveis  por oficializar a prática conhecida como "jabá" no estado, fixando 20 milhões de cruzeiros a renda do Campeonato Baiano. A quantia que ultrapassasse esse valor era dividida entre Federação, clubes, jornais, rádios e televisões que entrassem na "jogada". Esse é Raimundo Viana, um colecionador de polêmicas.

Tudo indica (duvido muito) que Viana será o último presidente indireto do Vitória. Pelo menos essa é a cobrança dos torcedores, que tem esperança de dias melhores, de que o clube possa evoluir, mesmo em linhas tortas, que a nova linha de pensamento traga mais diálogo com o grande patrimônio do clube (a torcida), e que os dirigentes aprendam com os erros e consigam mudar essa pobre cultura amadorista que envelhece o Vitória e o futebol da Bahia. 

Fellipe Costa 

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