O povo de língua grande fica metendo a boca no Vitória, afirmando que o clube não é democrático e coisa e tal, que não abre espaço para o torcedor, que é tratado como mero comprador de camisas e explorado na sua paixão, enfim, o povo democrata no Esporte Clube Bahia não tem realmente o que fazer, isto sim.
Para as eleições do Bahia, em 13 de dezembro último, foi aquele agonia, urnas eletrônicas ou tablets, sócios em dia ou não, definição do local de votação, debate da TV, em todas as emissoras de rádios, nos jornais, foram propostas disto e aquilo, nos jornais torcedores batendo boca para saber qual seria o melhor candidato e o que estava embutido entre suas propostas e o pior, no dia da eleição, filas enormes, sol quente, bandeiras do clube sendo desfraldadas em dia em que não havia jogo, hino tocando dentro dos automóveis sem qualquer gol e, depois disso tudo, ainda teve a necessidade de se esperar a abertura das urnas, aquela expectativa e, por fim, precisou presenciar Marcelo Sant'ana e Antonio Tilemon juntos e abraçados, erguendo os braços e louvando o que eles chamaram de nova era no Bahia. O pior, não foi a primeira vez com essa trabalheira, o problema já havia acontecido em outra ocasião, com o advento da eleição de Fernando Roth Schmidt.
No Vitória não, o Leão tem mais o que fazer e não vai perder tempo com isto, ou com aqueles torcedores chatos, reclamão, criadores de problemas. O negócio é feito dentro da mais ampla praticidade. O presidente perdeu tudo? É pé frio? Usa óculos de grau? Não presta, oxente, chama ele no canto, e decreta: assina aqui essa cartinha meu filho e se pique, que sua contas estão antecipadamente aprovadas. Está dada a garantia.
Dias depois, 4 ou 5 dos sócios proprietários, essência e razão de ser da existência do atual vice-campeão baiano, se reúnem pessoalmente, ou por vídeo-conferencia Salvador-Paris e decidem quem será o presidente do Esporte Clube Vitória, o que ele deve fazer e, sobretudo, o que não deve fazer e, assim, de modo tranquilo, sem filas, sem agonia ou sobressaltos de primeira ou última hora, é escolhido o presidente do time do Leão, em uma demonstração inequívoca que estamos, sim, diante e perante o clube do futuro.
A propósito, os debates estão acalorados pelo telefone e nos escritórios de cada qual, alguns dos proprietários querem ver sentado na cadeira de presidente Raimundo Viana, outros querem Ivan de Almeida, porém, existe uma promessa que ao fim dos debates, seja escolhido um nome de consenso, que será levado para apreciação dos demais, fato que deve acontecer no próximo dia 31 de março, data da instalação do regime de cerceamento da liberdade e a negação dos direitos de escolha no Brasil há 51 anos atrás.
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