A situação catastrófica que vive o Esporte Clube Vitória dentro e fora das quatro linhas cobriu de tristeza sua ruidosa torcida, que não permaneceu silenciada com tal fato e foi à luta. Em sua recente trajetória, jamais o Leão atravessou fase tão degradante, para ter uma ideia, a última vez que o clube ficou de fora de uma final de estadual foi em 2001, quando o Bahia se sagrou campeão vencendo o Juazeiro.
O desastre no Campeonato Baiano frente ao Colo-Colo gerou grande constrangimento e tirou um pouco do brilhantismo que seria conquistar o 46º título baiano em cima do nosso rival, mas fez aflorar o descalabro, talvez para o bem da instituição Esporte Clube Vitória. Disse após a derrota humilhante do Bahia no Estadual de 2013 e volto a repetir, “Há males que vem para o bem”. No Rubro-negro não será diferente.
É normal um clube sofrer declínios episódicos. O problema é quando essas fases traduzem não uma crise passageira, mas o início de uma decadência crônica, nascida da falta de comando, da incompetência e do oportunismo dos seus dirigentes, momento parecido com o vivido pelo Esporte Clube Bahia, que foi vítima há mais de uma década de administrações desastrosas.
Para abafar a indignação da torcida, o presidente Carlos Falcão aderiu ao pedido e renunciou ao cargo, deixando o caminho livre para o próximo mandatário que será escolhido de forma direta. Mas não adianta cortar apenas os galhos e deixar a raiz. É preciso mudar essa pobre cultura amadorista, entender o tamanho do problema e apontar o planejamento para transformar a realidade.
Então, antes de sairmos jogando pedra onde o problema aparece, note que estamos bem mais próximos e em condição de cobrar de onde ele realmente surge. Foi assim na luta de anos pela democracia do Bahia, e agora com o Vitória. Espero que ambos aprendam com os erros e mudem a “cara” do futebol baiano, hoje enfraquecido nacionalmente e bipolarizado como sempre.
Fellipe Costa
Nenhum comentário :
Postar um comentário