segunda-feira, 23 de junho de 2014

Técnico da Holanda: "Prefiro não enfrentar o Brasil"

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Após ter classificado sua seleção em uma chave que incluía a atual campeã Espanha, o Chile e a Austrália, que os holandeses nunca haviam vencido antes, o técnico Louis van Gaal mal podia disfarçar sua satisfação. Em entrevista à FIFA, porém, ele descreveu o duelo contra os embalados chilenos como o mais difícil da fase de grupos e admitiu que prefere evitar um possível confronto contra os anfitriões no mata-mata.

Van Gaal, a Holanda largou muito bem na Copa do Mundo, vencendo os dois primeiros jogos e se classificando com uma rodada de antecedência. Quão satisfeito você está?
Louis van Gaal: Estou mais do que satisfeito. O principal objetivo em um torneio como este é passar da primeira fase. Caímos em um grupo muito difícil e fomos a primeira seleção da Copa do Mundo a se classificar. Para mim, isso é inacreditável. Agora queremos terminar em primeiro lugar, é claro, mas temos um jogo complicado contra os chilenos. Antes do torneio, já imaginava que eles seriam os adversários mais difíceis, porque estão jogando um futebol muito impressionante.

Veja a entrevista
Assim como já havia acontecido contra a Espanha, vocês começaram perdendo contra a Austrália. Esses gols sofridos foram resultado do bom futebol dos adversários ou de erros da sua equipe?Na minha opinião, a Austrália só teve uma chance por causa de um descuido nosso. O maior problema que tivemos foi conseguir manter a bola. Fora isso, a Austrália não criou muitas jogadas de perigo na verdade. Nós criamos infinitamente mais e poderíamos ter vencido facilmente por 4 a 2 ou 5 a 2. Isto é o que todos esquecem: uma partida de futebol dura 90 minutos. Messi marcou contra o Irã no último minuto. Isso faz parte do jogo.

Esse descuido de que você falou tem a ver com a inexperiência de alguns jogadores?Não, tem a ver apenas com a qualidade. A Austrália jogou um futebol muito envolvente e estava bastante coesa, o que deixou meus jogadores com menos tempo e espaço. Quando isso acontece, você precisa contar com muita qualidade para fazer a diferença. Não mostramos essa qualidade, mas quem sabe possamos fazê-lo contra o Chile.

Você considera uma vantagem poder apontar esses problemas para seus jogadores neste momento inicial da competição?Claro. Se você consegue ganhar apesar das falhas, está em vantagem, porque os jogadores aceitam melhor as críticas. Elas encontram terreno fértil, como dizemos na Holanda.

A próxima partida definirá o primeiro colocado do grupo. Como você descreve a seleção do Chile?Eles são incrivelmente vibrantes e extremamente bem organizados. E jogam no ataque. Acho que têm um treinador fantástico, que convenceu seus jogadores a jogar futebol. Eles seguem as instruções do técnico de maneira apaixonada e convicta e isso é bonito de se ver.

Você considera o futebol ofensivo do Chile um perigo para a sua seleção ou, pelo contrário, você o vê como uma oportunidade?Acho que teremos muitas oportunidades, porque, como a Espanha, eles gostam muito de atacar. Além disso, é uma seleção que confia muito na própria técnica. Isso pode nos dar algumas chances, que talvez sejamos capazes de aproveitar.

Que tipo de jogo você espera?Acho que as duas equipes são igualmente fortes. Espero um equilíbrio pleno, 50-50.

Você considera imperativo evitar o Brasil nas oitavas de final?Sem dúvida. Se eu pudesse escolher, preferia não enfrentar o Brasil, embora Croácia e México também sejam adversários difíceis. Mas acho que, na Copa do Mundo, o país anfitrião sempre leva vantagem.

Como você disse, Messi fez um gol nos acréscimos para a Argentina. Você também tem jogadores decisivos, como Robin van Persie. É isso que faz a diferença em um torneio como este?Bom, até agora acho que os atacantes que brilham na Europa - (Luis) Suárez, Messi, (Thomas) Müller, (Karim) Benzema, mas também nossos atacantes, (Arjen) Robben e Van Persie - mostraram seu valor em suas seleções. Acho que esse vem sendo o caso há muito tempo (na Copa do Mundo). É impressionante que esses jogadores sejam capazes de provar seu verdadeiro potencial, apesar da pressão e das altas expectativas que há em torno deles.

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