UFC 170: Demian Maia x Rory MacDonald - Entrevista

Demian Maia teve sua sequência de vitórias interrompidas quando foi derrotado por Jake Shields, em outubro do ano passado, no UFC Barueri. No entanto, no próximo sábado (22), em Las Vegas, o brasileiro terá a chance de se reabilitar contra o jovem Rory MacDonald. 

Em entrevista a revista TATAME, Demian confessou que foi duro digerir a derrota para Shields, analisou o duelo contra MacDonald e disse que espera que uma vitória possa colocá-lo novamente na fila para a disputa de cinturão dos meio-médios.  

“Acho que sim, ainda mais contra um cara como o Rory MacDonald, que estava bem cotado para disputar o cinturão. Mas é uma luta muito dura. Ele é um dos caras mais difíceis do peso, ao lado do Robbie Lawler e Johny Hendricks”, declarou o faixa-preta de Jiu-Jitsu.  

Confira a entrevista na íntegra abaixo. 

Como você encara essa luta com o Rory MacDonald? É uma luta que poderá recolocá-lo na fila pelo cinturão?

Acho que sim, ainda mais contra um cara como o Rory MacDonald, que estava bem cotado para disputar o cinturão. Mas é uma luta muito dura. Ele é um dos caras mais difíceis do peso, ao lado do Robbie Lawler e do Johny Hendricks. É um dos tops da categoria, um cara de muita expressão, então, será uma luta dura.

O MacDonald sempre foi muito elogiado, e muita gente dizia que ele seria o próximo campeão da categoria. Mas, nas duas últimas apresentações, ele lutou muito abaixo do esperado. Você acha que ele foi superestimado pelo UFC?

Como atleta, eu vejo da seguinte forma: lutando bem ou mais conservador, ele estava ganhando as suas lutas. Mesmo com o Lawler, quando ele perdeu, foi uma luta bem parelha. Ele é um cara difícil de ser batido. Às vezes ele não luta tão bem, mas vence. Ele não se parece tanto com o GSP, porque ele é um pouco mais solto em pé. O GSP é mais conservador que ele e busca mais a queda, enquanto o Rory busca mais a luta em pé.

Que MacDonald você espera para essa luta? O das últimas duas apresentações ou o que vinha trilhando um caminho para o cinturão?

Com certeza ele vem mais agressivo. Ele deve querer a luta em pé. Pode até buscar uma queda, mas não deve ser o “plano A” dele. O meu plano principal para essa luta eu não posso falar (risos), mas sempre é ganhar.

Você acha que a envergadura e o jogo dele de jabs para manter a distância podem te atrapalhar?

Eu lutei com um cara que fazia isso melhor que ele, que foi o Anderson Silva. Por isso, sei que não é fácil. Mas hoje sou mais experiente e tenho umas ferramentas para poder anular isso. Ele é um cara que tem bastante variação no jogo, é um cara difícil de estudar. Ele não é unidimensional. Ele tem muitas armas. É um grande desafio, será bem difícil.

Que lições você tirou da derrota para o Jake Shields?

Às vezes você pode estar bem mentalmente e na melhor forma possível, mas sua mente não pode se acomodar, acreditando apenas que pode ganhar. Tem que ter sempre aquela dúvida. Eu tinha tanta certeza que ia ganhar, inconscientemente eu tinha tanto essa certeza, que me fez perder aquela ideia de que poderia dar algo errado.

Acredita que se tivesse vencido o Shields seria você que estaria disputando o cinturão agora?

Eu acho que tinha grandes chances, e você não sabe o quanto eu lamento por isso. Eu já tinha digerido a derrota, que demorou porque foi uma luta bem apertada e que poderia ter ido para qualquer lado, então eu lamentei muito quando o GSP deixou vago o cinturão e eu vi que anunciaram o Lawler contra o Hendricks. Mas depois não fiquei pensando mais nisso e segui em frente.

Por falar em cinturão, quem você acha que deve levar o duelo entre Robbie Lawler e Johny Hendricks?

Acho que o Hendricks vence. Os dois têm a mão muito pesada e qualquer um que meter a mão certeira pode derrubar, mas o Hendricks tem um bom jogo de Grappling também e acho que ele leva. Mas, como eu disse, o Lawler é perigoso e pode entrar uma mão e levar o Hendricks a nocaute.

Você acha que Hector Lombard e o Jake Schields, que se enfrentam no mesmo card do Lawler e do Hendricks, estão na sua frente na corrida pelo cinturão?

O Hector acabou de entrar nos meio-médios e fez apenas uma luta no peso. Ele deve ter mais algumas lutas, porque os outros concorrentes da categoria já têm mais lutas que ele. O Shields está na fila, com certeza, mas como ele já disputou, é difícil prever se ele receberia essa chance de novo agora.

Como você está vendo a categoria após a saída do GSP?

A categoria deve se estabilizar depois de março, quando todo mundo luta e será definido o campeão. Depois disso, acho que poderemos olhar melhor para o cenário e avaliar a divisão.

Você acredita que o GSP volte a lutar?

O GSP já fez tudo o que poderia ter feito. Acho que tudo vai depender do estímulo que ele vai receber e do desafio que ele vai querer pra ele.