E nesse processo de instabilidade, não posso deixar de analisar sobre alguns dos fatores que podem estar atrapalhando uma regularidade do Bahia no campeonato. O primeiro e principal deles é o esquema de jogo do Bahia. Assunto bastante batido, mas sempre muito pertinente, o esquadrão tem apresentado pouco poder ofensivo, apesar de ter marcado seis gols nas últimas três rodadas. Analisando o jogo contra o Inter, por exemplo, afirmo com toda tranquilidade: O tricolor não jogou para vencer, embora tenha conquistado os três pontos. O Inter foi um time muito mais agressivo e perigoso, acertando a trave cinco vezes e exigindo três dificílimas defesas do goleiro Marcelo Lomba.
Jogar com três volantes já não está sendo tão proveitoso para o tricolor. A sua defesa caiu muito em produção, com erros infantis na sua zaga, vide os jogos contra Grêmio, Atlético-MG, Portuguesa, Cruzeiro, Coritiba e até mesmo o Inter. Os adversários tem conseguido penetrar com certa facilidade no miolo de defesa tricolor. Não fossem a trave e o goleiro Lomba, o Bahia poderia ter amargado mais um resultado negativo. Eu ainda sou daqueles que acredita que atacar é a primeira defesa, como também acredito que time preocupado em não perder, tem menos probabilidade de vencer. Vejam que o Bahia precisou de muita sorte para conseguir vencer depois de cinco rodadas com jejum de triunfos.
Minha sugestão seria sacar um volante do time e colocar Willian Barbio e Marquinhos Gabriel no meio, cada um caindo de um lado do campo. O tricolor seria um time com muito mais poder ofensivo, com maior aproximação com o atacante Fernandão, que já mostrou que é goleador, e ainda daria uma maior liberdade para o atacante Wallyson. Nesse esquema atual de três volantes, seria fundamental que os laterais funcionassem, e o lado direito do Bahia tem apresentado bastante deficiência. Não dá para sobrecarregar Raul pelo lado esquerdo. Isso tem tornado o time do Bahia previsível.
Outro fator importante tem sido a pouca presença do torcedor nas arquibancadas. Definitivamente, o público tricolor dentro da Arena Fonte Nova está sendo inferior até mesmo à média de público que o Bahia costumava levar para o Estádio de Pituaçú. O preço do ingresso, sem sombra de dúvidas é um problema, mas lembro que os preços praticados em Pituaçu era de R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia), tendo alguns jogos a promoção de R$40 (inteira) e R$20 (meia). Além disso, a Fonte Nova conta com um setor mais popular, com arquibancadas a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Com o estádio cheio, o Bahia tem mais possibilidades. E o tricolor precisa da ajuda do torcedor sob todos os aspectos. Não só do ponto de vista do incentivo, mas também financeiro. Para afastar em definitivo o fantasma do rebaixamento e empurrar o tricolor para grandes triunfos, é imprescindível que o torcedor esteja presente, como fez contra o Flamengo, quando os quase 30 mil tricolores fizeram os cantos ecoarem no estádio e encantaram a mídia do Rio de Janeiro, pela força e tradição da torcida do Bahia.
É hora de ousar. O canto "Vai pra cima deles esquadrão", cantado em coro pelo torcedor tricolor, precisa ser traduzido em realidade. O Bahia precisa impor seu futebol, ir pra cima dos adversários e empurrado pelos gritos da sua torcida. Que volte o tempo onde jogar contra o Bahia na Fonte Nova era dor de cabeça para os adversários. Tá faltando esse algo a mais, para que os resultados venham com menos sofrimento.
Fica ai registrada essa minha visão sobre o Bahia de hoje e o momento que o tricolor vive no campeonato. Sem o torcedor, vai ficar mais difícil. A torcida precisa voltar a comparecer. E o time precisa voltar a agredir os adversários (no bom sentido claro). Vamos avante esquadrão!
Vinicius Sampaio
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