sexta-feira, 3 de maio de 2013

Baianão 2013: Um campeonato Infeliz

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A Federação Bahiana de Futebol, que completa 100 anos em setembro próximo, no dia 14, parece que conseguiu se superar, elaborando um dos piores formatos de disputa do centenário campeonato baiano. 

Desde quando o torneio foi iniciado (antes mesmo da existência da FBF, em 1905, organizado pela Liga Bahiana de Sports Terrestres), já existiram dezenas de formatos, com número diversos de participantes (desde apenas 3 em 1908, até 16 clubes em 1969 e 1970), mas dificilmente algum tenha sido em um formato pior do que o desse ano. 

Mas ninguém se atreva a criticar o torneio diretamente para a federação pois, certamente, será dito que o formato foi aprovado pela maioria dos clubes participantes, e recebido elogios de muita gente. E que ninguém criticou o formato em seu início, como se fosse obrigação do torcedor comum prever falhas de um torneio tão mal elaborado. 

Mas vejam só: o absurdo não está apenas no fato de dois times terem se classificados com menos pontos conquistados, do que outros dois que deram adeus à competição. Mas em imaginar que o Bahia, por exemplo, que se classificou para as semi finais com apenas 1 vitória (totalizou 8 pontos em 8 jogos, talvez única equipe no mundo que tenha alcançado uma semifinal conquistando apenas 33% dos pontos disputados na fase classificatória), não teria sua classificação abalada, ainda que tivesse perdido a única partida que conquistou! Teria, portanto se classificado com apenas 5 empates em 8 jogo disputados!!! Ridículo! 

Pior ainda, esse formato permitiria que, caso todos os jogos fossem vencidos por clubes de um único grupo, tivesse 2 semifinalistas com 0 pontos conquistados, e dois desclassificados com 100% de aproveitamento!!! Pense em um absurdo??!! E por muito pouco não chegamos a essa situação. 

E nesse cenário, com apenas 2 empates um time poderia chegar na final, e vencendo apenas uma partida (e com 9 derrotas em 12 jogos), poderia ser campeão baiano.  E não adianta a desculpa de que a composição dos grupos foi definida em função da classificação da primeira fase. O mínimo que um campeonato como esse deveria garantir, era que os dois melhores clubes do torneio pudessem estar nas duas primeiras posições ao final dele. No entanto, o que se permitiu foi que o menos ruim de um grupo decida o campeonato com o melhor do outro. Aliás, erro parecido ocorreu no Nordestão, quando era impossível que tivesse uma final entre Bahia e Vitória, ainda que fossem os melhores (impossível no sentido da tabela, claro). 

E para piorar, ainda teremos que aguentar com esses belos formatos de campeonato no ano que vem, afinal, o estatuto não permite que haja mudanças sem o torneio se repetir ao menos uma vez (pena que não proíbe formatos ridículos como esse). 

Um grupo único com pontos corridos entre 8 clubes, ficando apenas os finalistas, é uma solução plenamente possível de ser adaptado no calendário disponível... e certamente uma opção muito mais justa e interessante do que a atual (16 ou 18 datas). Pena que os gênios da federação não consigam perceber isso. E se outra pessoa sugere algo parecido, facilmente será dado uma desculpa que inviabilizaria o formato, ainda que essa desculpa seja facilmente derrubada. A FBF não tem a humildade de admitir que seu trabalho foi abaixo da crítica, e muito menos que outras pessoas possam sugerir formatos melhores... É uma pena. Na verdade é lamentável!


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