terça-feira, 23 de abril de 2013

Acordamos ou perdemos a paciência?

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Meus Caros, 

Como eu poderia classificar o momento atual do Bahia? Minha resposta é rápida: triste, porém necessário. Por melhor que um indivíduo tente se mostrar para a sociedade ou fingir o que não é, mais cedo ou mais tarde a máscara cai. Não há como sustentar uma mentira ou mesmo algo duvidoso por muito tempo. 

A ilusão é passageira e não prevalece. A torcida tricolor acordou e junto a sua paciência foi "por água à baixo"! 

Durante muito tempo, a torcida do Bahia se acostumou a vencer, conquistar títulos e a amar seu clube. E quanto maior esse amor era, mais cego ficávamos. Não conseguimos perceber os “aproveitadores” dominando os espaços do nosso clube e traçando regras, estatutos e mecanismos de controle absoluto da gestão do clube que amamos. 

Aos poucos, o futebol foi se profissionalizando, o dinheiro passou a ser o instrumento mais importante e foco primário de todos: atletas, gestores, patrocinadores, rede televisiva... Mas o Bahia não se profissionalizou, pelo contrário. O resultado da profissionalização do futebol expôs o Esporte Clube Bahia, que seguia sucumbindo diante dos seus adversários, caindo de divisões e chegando à humilhante série C. 

E se nesse momento não conhecemos o fim do maior clube no Norte-Nordeste, foi graças a sua apaixonada torcida, que fez questão de lotar a velha Fonte Nova e manter as receitas do clube que já eram deploráveis. Dívidas e mais dívidas foram acumuladas pela gestão da época. 

Essa mesma gestão, desta feita representada pelo então Marcelo Guimarães Filho (Sim porque foi a gestão do pai dele que nos colocou na terceira divisão do futebol brasileiro), precisava mudar o discurso e fazer algo para mudar uma situação que era ridícula aos olhos do Brasil. O torcedor do Bahia foi verdadeiramente humilhado. 

Pronto, bastou mudar algumas pequenas coisinhas para o Bahia ascender para a série A do Brasileirão. No entanto, muitas questões errôneas para um clube da grandeza do Esporte Clube Bahia permaneceram com a gestão, como um vício, que vai aos poucos fragilizando toda a nossa conjuntura estrutural, administrativa e futebolística, refletida nos resultados obtidos em campo. 

Com pouquíssima transparência, a diretoria do Bahia segue cometendo erros gravíssimos. Relações duvidosas com empresas, estatuto “estranho”, relações trabalhistas precárias, e uma série de outros fatos que vão degradando a honra do Esporte Clube Bahia. 

E então, o que temos para comemorar, se o Bahia não consegue ter um aproveitamento satisfatório no Campeonato mais fraco que participa durante o ano? Ah, ta... esqueci: podemos comemorar um ônibus, uma academia (em processo de leilão para pagamento de dívida trabalhista),  um retorno mais do que obrigatório para a Primeira Divisão do Brasileirão e a reconquista do fraco Campeonato Baiano depois de 10 anos sem comemorar nenhum título. 

Esse era o mínimo que o presidente MGF deveria fazer. A sua gestão nos devia isso, pelo que foi a gestão do pai dele (pelo menos oficialmente, já que sabemos que Marcelo Guimarães continua no clube ativamente). Mas e ai? E agora? O que devemos esperar mais de uma diretoria que não é transparente, que faz do Bahia um “Cobaia Político”? Uma diretoria que tem um presidente deputado que não tem como priorizar o clube? Um gestor de futebol que erra mais do que acerta? 

Acredito que esse momento é de reflexão generalizada para torcida do Bahia, essa imensa torcida que não é burra e já percebe exatamente o que está acontecendo com o clube. O Bahia precisa de mudanças imediatas. A situação é oportuna para que a torcida do Bahia conheça, de fato, o poder que tem nas mãos. Precisamos de uma mudança imediata na gestão, o estatuto precisa ser revisto e com uma participação mais efetiva do torcedor; “a transparência do clube precisa ser mais transparente” (risos). O assunto é mais sério do que tudo.  Não dá mais para continuar com essa situação. 

O torcedor está certo e deve protestar sim. Essa é uma postura de quem ama, de fato, o clube. Quem ama verdadeiramente precisa reconhecer as limitações do seu clube. E o Bahia tem muitas, importantes limitações na sua gestão. 

Falta cerca de um mês para o início da “Agonia” que provavelmente o Bahia passará na série A do Brasileirão, sim porque sinceramente não acredito que teremos condições de disputar nada mais significativo. E o que a torcida vai fazer para salvar o seu clube? Espero que todos os movimentos e campanhas permaneçam ativas até que um resultado efetivo possa se desenhar nos rumos do tricolor de aço.

Vinicius Sampaio 

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