terça-feira, 12 de março de 2013

Jogo entre Vitória e Botafogo gera discussão

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Este assunto não iria demorar em entrar na pauta da imprensa esportiva da Bahia, especialmente aquela independente, como o Jornal a Tarde. Trata-se do jogo entre Vitória e o Botafogo-BA, que voltou a primeira divisão composto quase que na maioria do elenco de jogadores não aproveitados pelo Leão e no proximo sabado, se enfrentam pelo Campeonato baiano.  Veja.

Sábado, 16, no Barradão, às 16 horas, Vitória e Botafogo se enfrentam em jogo que desperta atenção pela relação estreita entre os dois clubes. Eles firmaram um acordo no qual o Leão emprestou para o Diabo Rubro 12 jogadores, dois integrantes da comissão técnica, além de ter cedido a Toca para o parceiro fazer seus treinamentos.

A reportagem do ESPORTE CLUBE apurou ainda outros benefícios nessa relação. O Vitória teria feito um empréstimo de R$ 25 mil ao Botafogo, para ajudar o clube a pagar os salários de alguns atletas, além de, com frequência, ceder o departamento médico para tratamento de jogadores lesionados.

Auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD), Cristiano Possídio garante que não há impedimento jurídico para a parceria. Porém, o advogado classifica como "não recomendável" o fato de clubes que são rivais em uma competição treinarem no mesmo local.

"Não vejo problema nenhum nessa questão do empréstimo. Isso é praxe no futebol. Haveria problema se a parceria fosse mais profunda, caso houvesse uma simbiose administrativa", afirmou Possídio, que se apoia no Artigo 27 da Lei Pelé. 

Este diz que "nenhuma pessoa física ou jurídica de qualquer entidade de prática desportiva poderá ter participação simultânea no capital social ou na gestão de outra entidade de prática desportiva disputante da mesma competição profissional" 

No entanto, a parceria - 'feita de boca' desde o ano passado, sem contrato assinado -  gera polêmica. Por exemplo, o Bahia, rival do Vitória, pode eventualmente depender de um resultado do Botafogo para passar à fase decisiva do Estadual.

O mandatário tricolor Marcelo Guimarães Filho, via assessoria de imprensa, não quis se pronunciar. Por outro lado, o dirigente máximo do Feirense - do mesmo grupo que Bahia e Botafogo -, Dilson Gamela, não fugiu ao questionamento, mas evitou polêmica. "Nada contra. O presidente Alexi Portela (do Vitória) é um cara direito, confio nele", disse.

Presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ednaldo Rodrigues  também comentou o assunto: "A Federação entende que seus filiados, desde que haja moralidade, devem se entrosar. Até que se prove o contrário, todos são honestos".

Já o auditor Cristiano Possídio tem uma visão mais crítica: "Má fé não se presume, se prova. Mas não acho recomendável que eles treinem no mesmo lugar. Ao mesmo tempo, não creio que isso chegue a suscitar dúvidas sobre honestidade".

Parceria fundamental - O presidente do Vitória, Alexi Portela, tenta relativizar o assunto, tratando como algo inerente do futebol. "Isso sempre existiu. Agora, eu garanto que jamais pediria que um jogador emprestado fizesse corpo mole quando jogar contra a gente, até porque o intuito do empréstimo é justamente dar ritmo de jogo a eles", aponta.


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