13 minutos do segundo tempo e eu começo a escrever sobre Grêmio e Bahia.
Passei o dia tirando sarro dos eliminados co-irmãos com a certeza de que não podia perder nenhum minuto de gozação. Afinal, a noite, o bicho ia pegar.
Sai a escalação e vejo o time com Lomba, Fabinho, Titi, Donato e Gerley. Helder, Fahel, Gabriel, Magno, Ciro e Lulinha na frente. Deu um frio na espinha e veio aquela voz lá do fundo da consciência dizendo: putz, vai ser difícil até empatar. Mas como todo torcedor Tricolor, Porto Alegre nos traz a melhor recordação de minha vida, em termos de futebol. Então, bola pra frente.
Mas vamos analisar friamente esse time. Lomba é indiscutivelmente um dos melhores do Brasil. Donato e Titi formam uma boa dupla de zaga. Aí vem as laterais. Fabinho, um volante esforçado e um lateral improvisado, porque Coelho e Madson estão bichados. Gerley é o segundo reserva, já que Ávine não se recupera nunca e William Matheus também está bichado. Mas vamos lá.
Começa o jogo e a gente já tava tomando 2a1. Mas começamos com cara de quem ia assustar. E assustou. Uma enormidade de passes errados. Nem precisava do Grêmio do outro lado. Errávamos muitos passes de 2, 3 e 5 metros. Com isso nada dava certo. Gerley errava tudo, Fabinho não errava mas produzia pouco. Os dois volantes quase morriam em campo de tanto correr atrás (bem atrás) dos meias gremistas, os meias erravam todos os passes e o ataque não aparecia. De repente numa saída de bola, Lulinha dá a melhor assistência dele no jogo. Só que para o time adversário. O miserável do camisa 33 cruza, Titi para na marcação ainda na meia-lua e o atacante sulista abre o placar.
Tava no comecinho, tudo bem. Vai pra cima, Esquadrão! Que porra nenhuma. O time voltou a errar passes curtos, os meias não enfiavam uma bola sequer pra o ataque. Ciro saiu com a camisa limpa de campo. Só dava Grêmio e nenhuma esperança nos restava a não ser a mudança do time. Fim do desesperador 1º tempo.
Começa a segunda etapa e na subida do túnel o mesmo time que tomou um a zero. O pensamento é claro: Falcão gostou de tomar 1 e quer tomar só de 2 no jogo. Mesmo sem os dons proféticos dos rubronegros agourentos, falei a meu pai: “ele vai esperar tomar o segundo gol pra fazer a alteração, de novo”. Não deu outra. Numa pixotada genial de Gerley, um lance todo nosso, ele tenta cruzar na área e acerta o pé do zagueiro gremista. No contra ataque, pela lateral esquerda do próprio Gerley, cruzamento e gol do Grêmio.
E aí veio a grande alteração: Zé Roberto. O cara que ganha 200 mil por mês e a torcida passou a semana inteira, pedindo sua saída do time. Sai Magno, que nem havia entrado, e Lulinha para a entrada de Junior. Depois Ciro, que nada fez também (e de novo), saiu para Rafael mostrar que é um pouco melhor que o Ciro. Não convence, mas corre e aparece mais que o outro. Pra piorar os mais regulares dos nossos jogadores, perderam a cabeça e foram expulsos de forma infantil. E mesmo com 9 em campo o resultado não se alterou. Ces´t la vie.
Bora Baêa Minha Porra! Já tinha dito que não tava nem aí pra Copa do Brasil, desde antes do jogo contra a Portuguesa, e hoje serviu para mostrar que devemos nos concentrar apenas em uma competição de cada vez. Campeonato Baiano: missão cumprida. Brasileirão da Série A: em andamento. Vamos rezar pra o Departamento Médico liberar a galera, ver a saída do grande Donato e aprender com os erros de hoje. Que aliás, se colocados em lista, vira uma enciclopédia das grandes...
Mas nada de desespero. Não fizemos uma campanha horrorosa, nem vergonhosa na Copa do Brasil, como pintaram alguns radialistas. Tivemos uma queda de rendimento, desde o título baiano, e não jogamos nada contra o Grêmio, que por sinal, jogou muito hoje. Vamos pensar agora no São Paulo e lembrar que quem quer vida fácil, volta pra Série B.
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